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Conheça as principais diferenças entre a agricultura orgânica e a convencional e entenda por que é tão importante consumir produtos orgânicos

Muito se fala sobre a agricultura orgânica e a qualidade desse plantio em relação ao convencional para a saúde e o meio ambiente. Para entendermos os benefícios e vantagens desse tipo de cultivo, primeiro precisamos saber o que é agricultura orgânica.

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O que é agricultura orgânica?

Segundo a Embrapa, o termo Agricultura Orgânica apareceu por volta de 1920, quando surgiram movimentos e manifestações contrários à adubação química e a favor da prática de culturas baseadas nos processos biológicos naturais. Inicialmente, os movimentos foram agrupados em quatro grandes vertentes: a agricultura orgânica, biodinâmica, biológica e natural. Em meados de 1970, essas vertentes foram agrupadas e nomeadas como agricultura alternativa, o que nos dias atuais é conhecido por Agricultura Orgânica.

A Associação de Agricultura Orgânica define a produção orgânica como um processo produtivo comprometido com a organicidade e sanidade da produção de alimentos vivos, para garantir a saúde dos seres humanos, utilizando tecnologias apropriadas à realidade do local de produção. O processo de produção orgânica não utiliza agrotóxicos e promove a restauração e manutenção da biodiversidade. Além disso, a agricultura orgânica utiliza fertilizantes naturais, como adubação através de leguminosas fixadoras de nitrogênio, adubo orgânico proveniente de compostagem, minhocultura, manejo de vegetação nativa e rotatividade de culturas, uso racional de água e outras técnicas que sejam adaptáveis à realidade local.

Agricultura Convencional X Agricultura Orgânica

A principal diferença entre o cultivo orgânico e o cultivo convencional encontra-se na utilização de fertilizantes, agrotóxicos e pesticidas para a otimização do processo de produção agrícola. Além do uso de agrotóxicos, uma diferença entre os dois tipos de cultivo é a prática das monoculturas, em que o agricultor faz o plantio de uma única espécie – o que prejudica a recuperação e manutenção do solo. A agricultura convencional, por se valer de mecanismos e tecnologias artificiais para a proteção da lavoura, é considerada muito agressiva tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana.

Dentre os principais riscos ao meio ambiente, causados pelo uso indiscriminado de agrotóxicos e fertilizantes, estão: degradação do solo, contaminação do solo e corpos hídricos no entorno das plantações, contaminação de reservas subterrâneas de água, os chamados lençóis freáticos, desmatamento; e em se tratando do uso indiscriminado dos fertilizantes nitrogenados, o terrível impacto do óxido nitroso sobre o desequilíbrio do efeito estufa (uma de nossas contribuições relativamente mais contundentes no processo de mudanças climáticas em curso no planeta), dentre outros riscos ao meio ambiente.

Em relação à saúde humana, estudos comprovam danos associados à ingestão de alimentos contaminados por quantidade excessiva de agrotóxicos, o que pode causar disfunções hormonais, contaminação de leite materno, má formação do feto e dificuldades no desenvolvimento das capacidades cognitivas, além de serem substâncias possivelmente carcinogênicas.

Uma solução encontrada para essa problemática foi a agricultura orgânica, que, como citado anteriormente, não utiliza agrotóxicos e pesticidas no seu cultivo, se ajusta às características do local e utiliza tecnologias naturais para a manutenção do plantio. No lugar dos agrotóxicos, são utilizados predadores para as pragas comuns na lavoura, bem como adubos e fertilizantes naturais e orgânicos e há rotação de espécies a serem plantadas.

CaracterísticasConvencionalOrgânica
Preparo de SoloAração e gradagens (movimentação de solo é grande e intensiva – exceção para o plantio direto)Solo tratado como um organismo vivo. Busca-se menor revolvimento do solo.
AdubaçãoUso de doses elevadas de adubos químicos altamente solúveisUso de adubos orgânicos
Controle de pragas e doençasUso de produtos químicos (inseticidas e fungicidas)À base de medidas preventivas e produtos naturais
Controle de ervasO mato é considerado como uma erva daninha. Uso de controle químico com herbicidas, na maioria dos casosO mato é considerado como um amigo. O controle é preventivo, manual e mecânico
Sintomas ao Meio AmbientePoluição das águas e degradação do solo (elementos químicos residuais)Preservação do solo e das fontes de água

Atualmente, a agricultura orgânica é praticada em cerca de 120 países, deixando claro que não se trata de uma tecnologia exclusiva para países desenvolvidos. Segundo uma pesquisa da Universidade de Campinas, na década de 1990, o mercado brasileiro de produtos orgânicos cresceu cerca de 50% ao ano e, hoje, o Brasil é o segundo maior produtor do mundo, com cerca de 70% de suas vendas voltadas para o mercado externo.

Como em todos os processos, existem as vantagens e as desvantagens. Por ter um fornecimento um tanto limitado se comparado com os produtos provenientes da agricultura convencional, o alimento orgânico pode ser até 40% mais caro. Além desse contraponto, existem outros dois aspectos muitos discutidos com relação a agricultura orgânica. O primeiro diz respeito à sanidade dos alimentos, já que os fertilizantes e adubos são orgânicos e muitas vezes advindos de compostagem ou esterco. Porém, todo o processo é minuciosamente realizado e existe controle e fiscalização sobre a qualidade dos produtos. Outro contraponto é justamente a quantidade de produção inferior à da agricultura convencional. O plantio orgânico tem safras geralmente menores que as da produção convencional, tornando o preço mais alto e por vezes pouco viável para a comercialização em larga escala, sendo este um forte argumento em oposição à prática, na medida em que há expectativa de crescimento da população mundial até o ano de 2050 e a agricultura puramente orgânica não seria capaz de prover um cenário de segurança alimentar.

Alimento convencional X Alimento orgânico

Os alimentos orgânicos e os convencionais devem estar de acordo com os parâmetros de qualidade e segurança estabelecidos. A única diferença entre os dois tipos é a forma de plantio e, consequentemente, a presença ou não de substâncias tóxicas advindas dos agrotóxicos e fertilizantes. Os orgânicos devem estar de acordo com a Lei 10.831, de 23 de dezembro de 2003. Todos os alimentos comercializados em larga escala devem passar pela análise dos mecanismos de avaliação da qualidade orgânica, certificação para recebimento do selo de qualidade.

Ainda não existem evidências científicas de que o alimento orgânico seja 100% mais seguro e livre de fertilizantes, porém estudos indicam que a probabilidade de conter resíduos de pesticidas é menor em relação ao alimento convencional. De todas as amostras analisadas, 13% dos alimentos orgânicos apresentavam traços de resíduos de pesticidas, enquanto 71% dos alimentos convencionais apresentavam essa característica.

Agricultura de baixo carbono
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Apesar de ser mais caro que o alimento convencional, o custo-benefício do alimento orgânico é imensamente maior, não somente à saúde, mas também ao meio ambiente. O plantio orgânico promove a sustentabilidade, melhora a biodiversidade local, minimiza o efeito estufa e o aquecimento global e reduz a poluição de água e do solo.

Agora que você já sabe o que é agricultura orgânica, em suas compras, sempre que possível, procure pelo selo de certificação. E se você ainda não conhece nenhuma feira de alimentos orgânicos próxima a sua casa, informe-se sobre ou entre e confira. Consuma com consciência.


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