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Cientistas brasileiros descobrem bactérias capazes de descontaminar “água ácida”

O petróleo é matéria-prima para a produção de diversos produtos, como gasolina, gás natural, plástico, entre outros e, para produzi-los, o líquido espesso e escuro que conhecemos deve fazer parte de um processo chamado pirólise ou craqueamento catalítico. Esse processo quebra as moléculas de óleo e as transforma em outros compostos de acordo com a quantidade de carbono em suas moléculas, utilizando grandes quantidades de água no processo.

Essa água entra em contato com diferentes componentes químicos tóxicos, como fenóis, hidrocarbonetos, amônia e gases sulfídrico e cianídrico, tornando-se a chamada “água ácida”, altamente nociva à saúde humana. Segundo a professora Elen Aquino Perpetuo, do Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente (Cepema), se a água ácida for enviada a uma lagoa de tratamento, essa ação poderá acarretar graves problemas ambientais.

Num encontro ocorrido no fim de 2014, especialistas de diferentes áreas da engenharia discutiram temas como óleo, gás, redes inteligentes e biorremediação. No evento, ocorrido em uma cidade do interior paulista, a professora do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Elen Aquino Perpetuo, e seus colegas do Cepema revelaram uma solução prática para o tratamento do efluente de refinarias de petróleo. Descoberta feita por acaso pela professora enquanto trabalhava como pesquisadora no Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente (Cepema), em Cubatão, a solução apareceu na forma de uma área da microbiologia molecular moderna não muito utilizada, mas com grande potencial no Brasil, a biorremediação.

Essa técnica consiste no uso de micro-organismos na degradação, redução, eliminação e transformação de químicos indesejáveis de solo, sedimentos ou água contaminada. Ao perceber crescimento celular em um copo com solução de fenol, sinalizando a degradação do composto pelos micro-organismos, a professora e seus colegas passaram a isolar as bactérias e realizar diferentes testes que apresentaram maior eficácia na degradação do composto pela bactéria Achromobacter sp com a capacidade de degradar fenóis em concentração de até 2 gramas por litro de solução – algo nunca visto até então, segundo Perpetuo que, após análises da natureza da bactéria, acredita ser uma espécie nova de bactéria.

Quanto à aplicação do processo nas águas contaminadas, foram feitos testes com a inserção de biofilme dos micro-organismos em cilindros biológicos que ficariam parcialmente imersos nos tanques de armazenamento da “água ácida”, permitindo o contato das bactérias com o efluente, mas ao mesmo tempo entrando em contato com o ar, medida necessária para sua sobrevivência. Segundo a professora, a produção em grande escala não seria uma tarefa difícil.

O uso da biorremediação na água contaminada se mostraria importante por ser um processo mais barato e eficaz da descontaminação da água, que hoje é feita com o custo variando de acordo com o grau de descontaminação desejado.

Veja abaixo um vídeo sobre o uso da biorremediação no derramamento de biocombustível:


Fonte: Fapesp

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