Protestantes da causa ambiental são presos por bloquear vias públicas em Londres, Manchester e Birmingham
Dezoito ativistas ambientais foram presos no Reino Unido e, dentre eles, dez passaram o Natal na prisão. Os protestantes pacíficos foram mandados à cadeia por interromper processos judiciais, bloquear estradas e em um caso específico, subir em cima de um avião.
Os membros do grupo Insulate Britain alegam que passaram 23 horas por dia na prisão. Alguns deles servem penas de até seis meses por desacato ao tribunal por violar liminares que proibiam o bloqueio de vias e outros crimes.
Ao longo de setembro, ativistas ambientais bloquearam diversas estradas importantes de Londres, Manchester e Birmingham cerca de 19 vezes, enfurecendo motoristas e policiais.
Acredita-se que o tratamento brutal dos policiais é resultado de ordens do Estado Britânico para reprimir o direito de protestar.
No começo do mês, ativistas ambientais na Roma também foram presos e maltratados por motoristas por protestarem contra a falta de posicionamento do governo sobre acontecimentos ambientais. A manifestação pressionou o governo local para que criasse novas medidas para enfrentar os impactos da crise climática.
A crise climática é uma expressão que tem sido utilizada para evidenciar a situação ambiental do planeta relativa às mudanças climáticas. Estas mudanças são variações na temperatura, precipitação e nebulosidade em escala global.
Os ativistas de Londres alegam que continuarão com os protestos pacíficos até que o governo britânico concorde a estipular um programa de isolamento de casas com correntes de ar e ineficientes em energia da Grã Bretanha até 2030.
Participantes das manifestações que foram presos concluem que, embora a detenção por apoiar o meio ambiente seja um problema, eles não se arrependem e fariam de novo. De acordo com alguns, eles tiveram a sensação de que fizeram a coisa certa.
Um dos protestantes, Ben Taylor, foi sentenciado a seis meses na cadeia depois de dizer ao júri que, se fosse solto, voltaria a bloquear as mesmas estradas que já tinha tomado anteriormente.
Uma das representantes de outro grupo ativista, Liberty, ressalta que protestar é um direito humano, e não um presente concedido pelo governo para a população. Ela alega que o tratamento jurídico e policial que os manifestantes estão recebendo nos protestos ambientais são uma forma de ameaçá-los com o silêncio.