Um dos recursos naturais mais importantes da Terra também é um dos mais afetados negativamente pela ação humana. A água foi vital, e ainda é importantíssima para a evolução e manutenção da vida na Terra.
Mas por que algo tão importante é tratado com tanto descaso? Não é possível saber ao certo a resposta. Talvez por ainda existirem recursos hídricos em abundância ou até mesmo pelo fato de as pessoas não conhecerem esse problema a fundo.
Os oceanos
Um dos mais graves problemas ambientais da atualidade é a poluição dos mares, causada pelo descarte inadequado de plástico. Em alguns lugares, como no Giro do Atlântico Norte, a quantidade de dejetos é tão grande que alguns ambientalistas afirmam que a composição da água na região está irreversivelmente alterada (visite nossa matéria especial sobre o assunto para conhecer mais).
Ainda relacionado a esse assunto está o microplástico. A erosão causada no plástico pela água dos oceanos faz com que minúsculos pedaços (chamados de microplástico) se desprendam do material. Essas partículas são extremamente tóxicas e possuem a capacidade de absorverem compostos químicos, como os poluentes orgânicos persistentes (POPs), intoxicando peixes, crustáceos, e até mesmo os seres humanos que se alimentam desses animais.
Já existem relatos de desenvolvimento de câncer em tartarugas marinhas causado pelo nível de toxicidade das águas dos rios e que desembocam nos oceanos. Outro caso envolve a mudança comportamental de peixes, causada pela grande quantidade de remédios anti-ansiedade nas águas.
Até mesmo as emissões de gás carbônico (CO²) poluem os mares. Estudos demonstram que, ao longo da história, 30% do CO² emitido pela ação do homem vai parar no oceano. Quando o CO² entra em contato com a água, os dois compostos formam o ácido carbônico (H²CO³) que, por sua vez, se dissocia em íons de hidrogênio (H+) e trióxido de carbono (CO³²+). Quanto maior a quantidade de H+, mais ácido se torna o oceano.
O grande problema da acidificação dos oceanos é o seu efeito sobre os seres vivos aquáticos. Estudos preliminares apontam que a acidificação dos oceanos afeta diretamente organismos calcificadores como alguns tipos de mariscos, algas, corais, plânctons e moluscos, dificultando sua capacidade de formar conchas, levando ao seu desaparecimento e afetando toda cadeia alimentar marinha (para saber mais sobre o assunto, leia nossa matéria especial sobre o assunto).
Agricultura
O uso intensivo de fertilizantes e herbicidas na atividade agrícola também é responsável pela contaminação da água; nesse caso específico, de rios, lagos e lençóis freáticos. Além disso, as técnicas de plantio atuais contribuem muito com a escassez de água e a deterioração do solo.
Uma das mais interessantes formas de enfrentar esses problemas é a agricultura de baixo carbono (ABC), que consiste em uma série de tecnologias que visam diminuir o impacto ambiental das atividades agrícolas e a manutenção da qualidade do solo (leia nossa matéria para ter mais informações: “Agricultura de baixo carbono: é o suficiente?“).
Consumo consciente
É importante lembrar que as grandes empresas e as autoridades não são os únicos responsáveis. Todas as pessoas devem ficar atentas a sua pegada hídrica, índice que mede a quantidade de água utilizada direta e indiretamente no nosso dia-a-dia.
A pegada hídrica vai muito além dos longos banhos ou da torneira pingando. Ela contabiliza todo nosso gasto e a água utilizada durante a fabricação dos produtos que consumimos. Para saber qual é a sua pegada hídrica, o site da organização internacional Water Footprint disponibilizou uma “calculadora” para que as pessoas conheçam de maneira mais profunda o impacto ambiental de suas ações.
Para diminuir o desperdício de água, esteja atento a suas opções de consumo. Para além do básico evitar os banhos longos e escovar os dentes com a torneira fechada, ou mesmo economizar a água quando estiver lavando sua louça e evitar a limpeza da casa ou do seu automóvel com mangueira, ligue-se no fato de que tudo que consome pode estar diretamente conectado ao consumo de grandes quantidades de água. A atividade agrícola, por exemplo, concentra a maior parte deste consumo. Optar por orgânicos que não contaminam alimentos, solos e lençóis freáticos, assim como reduzir o consumo de carne bovina, são medidas providenciais e efetivas que você, enquanto consumidor consciente, pode lançar mão. Visite nossa seção Consuma Consciência para ver mais dicas de como economizar água.
Como lembra o tema do dia internacional da água, criado em 1993 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a cooperação de todos é extremamente importante para a conservação desse recurso natural.
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