O 2,4-D é um herbicida utilizado para o controle de ervas daninhas em produções agropecuárias, problemas comuns em áreas de cultivo pobres em biodiversidade, como as monoculturas. Ele é usado no cultivo agrícola, como nas plantações de milho, soja e arroz, além de pastagens de braquiária.
O herbicida contamina o solo, o ar e a água com facilidade, devido sua alta solubilidade, gerando desequilíbrio ecossistêmico. Para os seres humanos, o 2,4-D pode provocar sintomas como dores de cabeça, náuseas, perda de consciência, taquicardia e edema pulmonar.
O 2,4- é um herbicida pertencente ao grupo de herbicidas de ácido fenoxiacético. Ele é utilizado para o controle de espécies vegetais invasoras. A primeira vez que se ouviu falar sobre o 2,4-D foi em 1942. Devido ao seu baixo custo, o produto é amplamente usado na agricultura e na pecuária.
No cultivo agrícola, ele é aplicado nas culturas de cana-de-açúcar, trigo, milho, soja, arroz, sorgo, aveia e café. No setor pecuário, o herbicida é aplicado nas pastagens de braquiária (gramínea utilizada para pastos de gado). Ele é volátil e solúvel em água. Isso possibilita que o agrotóxico atinja com maior facilidade a atmosfera e corpos hídricos.
O herbicida é considerado pouco tóxico para a saúde, enquadrado na classe IV de toxicidade. De acordo com a bula do agrotóxico, grande parte da quantidade absorvida pelo corpo é eliminada pela urina e pelas fezes.
Existem diferentes vias de exposição ao 2,4-D, como a inalação, ingestão, contato dérmico e contato com os olhos. No caso de contato com o agrotóxico, devem ser tomados cuidados especiais, de acordo com cada via de exposição.
No caso de ingestão, a vítima não deve provocar o vômito se não for indicado por um profissional da saúde. Se a via de exposição for ocular, a região deve ser lavada com água em abundância durante 15 minutos.
O mesmo deve ser feito no caso de contato com a pele, que deve ser lavada com um sabão neutro pelo mesmo período e sem a presença de roupas e acessórios. Por último, no caso de inalação do produto, a pessoa deve ser dirigida a um local aberto e arejado.
Os sintomas variam de acordo com o grau de exposição da vítima com o 2,4-D, além da via de exposição. Os sintomas da ingestão podem ser febre, coma, vômito, taquicardia, hipotensão, bradicardia, edema pulmonar e rigidez nos músculos.
A exposição aguda provoca falência renal, irritação na boca, nariz e olhos e problemas no metabolismo, que geram acidez metabólica. Além disso, essa exposição pode levar ao desequilíbrio nos níveis de hidratação (desequilíbrio hidroeletrolítico), o que pode causar a falência múltipla dos órgãos.
Em relação a danos neurológicos, a exposição em baixa concentração pode gerar dores de cabeça, vertigem, mal-estar e formigamento. Em altas concentrações pode haver perda de consciência, espasmos, fraqueza e inflamação e degeneração dos nervos.
Quando a via de exposição é o sistema respiratório, a vítima tende a expirar ar com um odor diferenciado. Além disso, ela pode sofrer com insuficiência respiratória, lentidão na respiração (bradipnéia), edema pulmonar e hiperventilação (exalação mais rápida do que a inalação).
Outros sintomas são a intoxicação do sistema nervoso, alterações celulares no cérebro, necrose da mucosa gastrointestinal, aumento ou problema na produção de algumas enzimas e perda de proteínas na urina (albuminúria).
Para o meio ambiente, o 2,4-D está incluído na classe III, como “produto perigoso”. Ele pode ser liberado no ar durante a sua fabricação, contribuindo para a poluição do ar. No solo, ele pode sofrer o processo de lixiviação, sendo destinado aos corpos hídricos.
Por conta da sua alta solubilidade e volatilidade, o 2,4-D atinge com facilidade o solo, o ar e a água. Além disso, o herbicida pode atingir plantas de culturas vizinhas, afetando a produção de outras espécies, como o algodão. O processo de degradação química e biológica do 2,4-D pode levar à transformação do herbicida em substâncias mais tóxicas e perigosas para o meio ambiente e a saúde humana.
Na água, o 2,4-D sofre com o processo de hidrólise, em que o hidrogênio presente na molécula de água reage com outra substância. No solo, o 2,4-D sofre o processo de fotodegradação, que aumenta a sua persistência no meio ambiente. Como resultado desses processos, são produzidos clorofenóis, como o 2,4-DCP, que é resistente à biodegradação.
Outro problema é a capacidade do 2,4-D em se transportar com facilidade, o que leva à contaminação de ecossistemas que não receberam a aplicação direta do produto.
A melhor alternativa ao uso dos agrotóxicos é a implementação da agroecologia em larga escala, um modelo de produção agrícola sustentável. A agroecologia consiste na implementação de cultivos agrícolas em conjunto com aspectos culturais, ambientais e sociais.
A agroecologia é um movimento político, que inclui a agricultura familiar e busca a retomada de modelos de cultivo anteriores à Revolução Verde, responsável pela implementação da monocultura em larga escala.
As vantagens desse modelo de produção sustentável são a conservação da biodiversidade e a redução do uso de agrotóxicos. Em geral, a agroecologia está acompanhada da agricultura orgânica e de tecnologias limpas. Além disso, a sua produtividade é de até 10% superior à agricultura convencional e o seu custo é baixo.
Entretanto, de maneira mitigatória, não estrutural, de acordo com um estudo, é possível reduzir os impactos ambientais do 2,4-D no meio ambiente a partir de alterações na sua composição, tornando-o menos solúvel. O uso de polímeros cumarínicos-2,4-D na composição do agrotóxico permitiu a liberação controlada do 2,4-D no solo.
Dessa forma, a absorção do agrotóxico por parte das plantas era maior e o efeito da lixiviação foi reduzido. Além disso, o produto apresentou mais efeito nas produções agrícolas, a não ser no período inicial de quatro dias, em que o crescimento foi reduzido. Outras substâncias foram testadas pelo estudo e obtiveram sucesso, reduzindo o impacto ambiental provocado pelo herbicida.
Outra medida que reduz a presença de 2,4-D no ambiente é a adoção de uma dieta vegana, já que os animais contém agrotóxicos em seus corpos devido ao fenômeno de bioacumulação. Além disso, a criação de animais demanda uma quantidade superior de insumos em relação ao cultivo agrícola.
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