Jambo é uma fruta rica em compostos bioativos. Mas não confunda com o jambu, uma erva paraense
Jambo é uma fruta que nasce da árvore do jambeiro e pertence à família Myrtaceae, que também inclui a goiaba, a pitanga e o eucalipto. Com o formato semelhante ao de uma pêra, o jambo pode ser encontrado nas cores rosa, amarelo, branco e laranja-amarelado.
O nome “jambo” às vezes é confundido com o nome de uma erva típica da região norte do Brasil, chamada “jambu“. Essa erva pertence à espécie Acmella oleracea, também chamada popularmente de jamburana. Além disso, eles são vegetais bem diferentes, pois o jambu é uma erva, enquanto o jambo é uma fruta.
O jambo é composto por 28,2% de água, 0,7% de proteína, 19,7% de carboidratos, vitaminas A (beta caroteno), B1 (tiamina), B2 (riboflavina) e minerais como ferro e fósforo. Em 100 g de polpa de jambo há 50 calorias.
Quais são os benefícios do jambo?
É rico em antocianinas
Os frutos da família Myrtaceae, como o jambo, possuem uma grande quantidade de antocianinas, principalmente em suas cascas. Essas substâncias são responsáveis pela cor vermelha do fruto e possuem atividade antioxidante, anti-inflamatória e cardioprotetora. Saiba mais sobre o tema na matéria:
Serve como pigmento natural de cosméticos
A presença de metais pesados em produtos cosméticos, como é o caso do chumbo e cádmio nos batons, têm se tornado uma preocupação. Isso porque eles podem ocasionar efeitos adversos aos consumidores à longo prazo por serem aplicados diretamente sob pele. Esses metais podem causar câncer, perturbações neurológicas, desordens no aparelho reprodutor, entre outros problemas. O pigmento do jambo-vermelho pode ser uma alternativa não tóxica para aplicação na indústria cosmética e vir a substituir esses metais.
Um estudo mostrou que pigmento orgânico Syzygium malaccense (jambo-vermelho) apresentou resultados satisfatórios para a produção de um batom à base de manteiga de Bacuri (Platonia insignis).
Diminui a percepção da dor
O Syzygium jambos (jambo-rosa) é uma planta medicinal amplamente utilizada na África Subsaariana para tratar várias doenças. O potencial analgésico dos extratos hidroalcoólicos das folhas foi avaliado em estudos que mostraram que eles podem reduzir a percepção da dor muscular cutânea. Quando máximo, esse efeito é semelhante ao da morfina.
Ele reduziu significativamente a dor com uma eficácia analgésica superior à demonstrada pelo medicamento diclofenaco. O extrato desse fruto tem efeitos analgésicos notáveis na dor muscular cutânea e profunda.
Tem atividade antimicrobiana
O jambo-vermelho é tradicionalmente usado na África Subsaariana para tratar doenças infecciosas. A acetona e os extratos aquosos da casca de S. jambos foram testados quanto à atividade antimicrobiana in vitro pelo método de diluição em ágar em placas de Petri. Ambos os extratos mostraram atividade contra os micro-organismos testados.
Eles provaram ser particularmente eficazes em Staphylococcus aureus, Yersinia enterocolitica e estafilococos negativos coagulase, entre os quais Staphylococcus hominis, Staphylococcus cohnii e Staphylococcus warneri. Essas propriedades parecem estar relacionadas ao alto teor de taninos, uma vez que sua eliminação suprimiu totalmente essas atividades antimicrobianas.
É rica em compostos bioativos
O compostos bioativos são classificados em três principais grupos e auxiliam na prevenção e no combate a doenças crônicas não transmissíveis, tais como: problemas cardiovasculares, câncer, problemas respiratórios e diabetes. Entre todos os compostos identificados, a cianidina 3- glicosídeo foi a principal antocianina encontrada no jambo-vermelho. Esse composto está relacionado com efeitos protetores sobre o estresse oxidativo, além de minimizar processos inflamatórios e possuir efeitos de prevenção na obesidade.
Quando é a época de jambo?
O jambo floresce na estação da primavera, segundo o Instituto Brasileiro de Florestas (IBF). Ele pode ser consumido in natura ou em receitas.