O ativista ambiental pode atuar de formas diferentes em temáticas socioambientais
Um ativista ambiental é uma pessoa que se identifica com a luta pela proteção do meio ambiente e das pessoas e animais que ali vivem. O ativista ambiental pode atuar em redes de interações informais que não têm afiliação organizacional, bem como em organizações de graus variados de formalidade que estão envolvidas em ações coletivas motivadas por identidade compartilhada de preocupação com questões socioambientais.
Diz-se que há um movimento ambiental quando as organizações e outros atores, geralmente menos formalmente organizados, atuam em rede e de forma engajada em ações coletivas a fim de promover mudanças que afetem as qualidades socioambientais de determinado evento, lugar, ideia, objeto ou cenário político – com a finalidade de promover a sustentabilidade.
O ativista ambiental e sua vulnerabilidade
Apesar do ativismo ambiental ter um papel significativo como condutor do desenvolvimento da sociedade, há barreiras na implementação de mudanças socioambientais. Isso por que o meio ambiente – cenário do ativista ambiental – envolve a sociedade em toda sua complexidade, do ambiente menos explorado diretamente (florestas, áreas de preservação e conservação) ao rural e urbano.
Nesse contexto, alguns indivíduos com interesses econômicos e políticos; figuras políticas e organizações empresariais atuam de modo a impedir a implementação de mudanças socioambientais defendidas pelos ativistas ambientais.
Esse processo se dá em decorrência de conflitos de interesses e da desigualdade social, que fazem com que o poder de decisão sobre as formas de organização e exploração dos recursos naturais esteja centralizado. No limite, o ativista ambiental tem suas atividades limitadas por meio de lobismo, ameaças e morte.
Infelizmente, o Brasil é um dos países em que mais morrem ativistas ambientais assassinados em decorrência de suas lutas. Exemplos emblemáticos são a irmã Doroty Stang – que lutou ativamente pela proteção de agricultores familiares na Amazônia – e Chico Mendes – que lutou a favor dos seringueiros da Bacia Amazônica, cuja subsistência dependia da preservação da floresta e das seringueiras nativas.
Estes são apenas exemplos, mas os ativistas ambientais assassinados chegam a ser centenas. Só no ano de 2017, foram mortos 57 ativistas ambientais brasileiros. Ainda assim, é comum que eles sejam hostilizados até mesmo por pessoas comuns, que seriam beneficiadas por suas ações, mas não têm consciência disso. De modo sutil, quando não são assassinados, ativistas ambientais são hostilizados com estereotipos de “ecochatos”, “abraçadores de árvores”, entre outros.
Ativistas ambientais famosos
- Ailton Krenak (brasileiro)
- Al Gore (norte-americano)
- Antônia Melo (brasileira)
- Alice Hamilton (norte-americana)
- Benjamin Chavis (norte-americano)
- Gisele Bundchen (brasileira)
- Greta Thunberg (sueca)
- Leonardo di Caprio (norte-americano)
- Luisa Mell (brasileira)
- Marina Silva (brasileira)
- Raoni Metuktire (brasileiro)
- Vandana Shiva (indiana)
- Vanessa Nakate (ugandense)
- Xiye Bastida (mexicana)
- Wangari Maathai (queniana)
História
Como bem observado em um artigo escrito por Rex Weyler para a ONG Greenpeace, a consciência ambiental aparece pela primeira vez no registro humano há pelo menos 5.000 anos, quando sábios védicos elogiavam as florestas selvagens, os taoístas pediam que a vida humana seguisse os padrões da natureza e o Buda ensinava compaixão por todos os seres sencientes.
De acordo com o autor, na mitologia grega antiga, quando o caçador Orion promete matar todos os animais, Gaia se opõe e cria um grande escorpião para matar Orion. Quando o escorpião falha, Artemis, deusa das florestas e amante dos animais, atira Orion com uma flecha.
A conclusão é que a história humana é rica de lições sobre a importância de restringir nosso poder e cuidar do mundo natural. Até mesmo nos tempos modernos são inúmeras as ações anônimas e famosas, individuais e coletivas em prol do meio ambiente.
Entretanto, em 1972, em Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente fez com que, pela primeira vez, a degradação do meio ambiente provocada pelo crescimento econômico fosse percebida como um problema global.
A partir daí, o que era uma questão que dependia mais de esforços independentes de ativistas ambientais, passou a ser mais amplamente um tema incorporado por mercados e partidos políticos, que, no passado, enquanto organizações, tinham um atuação despreocupada com a degradação ambiental.
Principais temas abordados
As áreas de atuação de um ativista ambiental são amplas, mas há destaque para alguns temas principais, todo eles incluindo a temática social:
- Direitos animais
- Preservação dos recursos naturais
- Demarcação de terras indígenas
- Consumo consciente
- Gentrificação
- Veganismo
- Racismo ambiental
- Clima
- Poluição do ar
- Energia limpa
- Atingidos por barragens
- Poluição da água
- Poluição do solo
- Agricultura orgânica
- Pegada ecológica
- Vegetarianismo ambiental
- Ecofeminismo
- Conservação da natureza
- Pegada de carbono
Ativista de internet
Curiosamente, enviar de mensagens diretas nas redes sociais informando as pessoas sobre os impactos negativos à saúde e ao meio ambiente do consumo de carne é um sucesso na mudança de hábitos alimentares, segundo estudo realizado pela Cardiff University.
A pesquisa mostrou que enviar mensagens diretas duas vezes ao dia pelo Messenger do Facebook levou a uma redução significativa na quantidade de carne vermelha e processada que os participantes consumiram em um período de 14 dias.
Isso pode significar que outras formas de ativismo ambiental usando a internet podem ter efeitos práticos, mas são necessárias mais pesquisas sobre o tema.