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Constituído por vários tipos de vegetação, bioma amazônico possui 3,68 milhões de quilômetros quadrados

O bioma amazônico é constituído por vários tipos de vegetação, incluindo floresta de terra-firme, floresta de igapó, floresta pluvial tropical, caatingas do Rio Negro, savana arenosa e campos rupestres. Ele possui 3,68 milhões de km2 e fica localizado na maior bacia hidrográfica do mundo, a do rio Amazonas, que drena aproximadamente 25% da superfície da América do Sul.

O que é um bioma

Um bioma, do grego “bio” (vida) e “oma” (grupo ou massa), é uma área uniforme do espaço geográfico, de pequena dimensão ou superior até 1 milhão de km², identificada e classificada de acordo com o macroclima, a fitofisionomia (a primeira impressão causada pela vegetação), o solo, a altitude e seus principais elementos, como a ocorrência de fogo natural.

O conceito surgiu a partir da observação da evolução das plantas e suas diversas formas de crescimento, incluindo a vegetação de florestas densas, arvoredos, savanas, campos, estepes, desertos, entre outras

O Brasil possui cinco biomas: bioma cerrado, bioma mata atlântica, bioma pampa, bioma caatinga, bioma pantanal e bioma amazônico.

Características do bioma amazônico

Clima

O bioma amazônico está localizado em uma região bastante chuvosa, com distribuição uniforme, exceto por uma faixa mais faixa mais pobre em chuvas no norte. As temperaturas máximas ficam em torno de 37-40 °C, podendo variar 10 °C.

Águas

Mar. Imagem editada e redimensionada de Thâmily Vivian Massari, está disponível no Wikimedia e licenciada sob CC BY-SA 4.0

As águas do bioma amazônico variam conforme a geologia e a cobertura vegetal. No rio Tapajós, por exemplo, as águas são cristalinas, enquanto em outros, como o rio Negro, são pretas. Já rios como o Amazonas, ou o Madeira, apresentam uma água barrenta amarelada, turva.

As águas escuras e bastante ácidas do rio Negro são uma consequência da grande quantidade de matéria orgânica derivada da floresta transformada em húmus.

Solos

Solo pobre argiloso da região central amazônica. Imagem editada e redimensionada de James Martins, está disponível no Wikimedia e licenciada sob CC BY-SA 3.0

O solo do bioma amazônico é pouco fértil. Na região de Manaus, em área de terra firme, há solos argilosos, amarelos, ácidos, ricos em alumínio e pobres em nutrientes. Nas partes mais baixas, há solos arenosos, ainda mais pobres em nutrientes que os solos da floresta de terra firme.

Os solos das várzeas dos rios de água branca são os mais ricos em nutrientes, pois os rios transportam minerais oriundos das rochas da região andina. Além disso, eles são fertilizados naturalmente pelas inundações, sendo mais agricultáveis. 

Existem ainda os solos conhecidos como “Terra Preta do Índio”, formados por antigos povoamentos indígenas, sendo ricos em matéria orgânica e em fósforo, cálcio, magnésio, zinco e manganês.

Vegetação

Vitória Régia. Imagem editada e redimensionada de ediladoler, está disponível no Pixabay

Matas de terra firme: ficam em terras altas, longe dos rios, são árvores alongadas e finas, como a castanha-do-pará, o cacaueiro e as palmeiras. Possuem grande quantidade de espécies de madeira de alto valor econômico.

Matas de várzea: ficam em áreas inundadas periodicamente pelas cheias dos rios de águas brancas. Exemplos são a seringueira e as palmáceas.

Matas de igapós: são árvores altas, adaptadas às regiões alagadas. Ficam em áreas baixas, próximas aos rios de águas claras e pretas, permanecendo úmidas durante quase o ano todo.

Biodiversidade

Arara azul. Imagem editada e redimensionada de Marcus Dall Col, está disponível no Unsplash

A Amazônia continental é considerada como a região de maior diversidade do planeta. Estima-se que a floresta amazônica abriga 50 mil espécies de plantas, 3 mil espécies de peixes e 353 de mamíferos, dos quais 62 são primatas.

Para se ter uma ideia, há mais espécies vegetais em um hectare de floresta amazônica do que em todo o território europeu. 

As abelhas também apresentam diversidade de destaque. Das mais de 80 espécies de meliponíneas (abelhas sem ferrão), cerca de 20 são criadas na região.

Na Amazônia estima-se que cerca de 30% das plantas dependem das abelhas para polinização, chegando a alguns casos a 95% das espécies de árvores.

Ainda há de se considerar a diversidade dos grupos de invertebrados como as minhocas, que possuem mais de 100 espécies na região, sendo fundamentais para a decomposição da matéria orgânica.

Riscos para a biodiversidade nas florestas amazônicas incluem desmatamento, exploração madeireira, queimadas, fragmentação, mineração, extinção da fauna, invasão de espécies exóticas, tráfico de animais silvestres e mudanças climáticas.

Com a descoberta de ouro na região (principalmente no estado do Pará), muitos rios estão sendo contaminados. Os garimpeiros usam no garimpo o mercúrio, substância que está contaminando os rios e peixes da região. Índios que habitam a floresta amazônica também sofrem com a extração de madeira ilegal e de ouro na região. No caso do mercúrio, este compromete a água dos rios e os peixes que são importantes para a sobrevivência das tribos. Outro problema é a biopirataria nas florestas amazônicas.

Cientistas estrangeiros entram na floresta, sem autorização de autoridades brasileiras, para obter amostras de plantas ou espécies animais. Levam estas para seus países, pesquisam e desenvolvem substâncias, registrando patente e depois lucrando com isso. O grande problema é que o Brasil teria que pagar, futuramente, para utilizar substâncias cujas matérias-primas são originárias do nosso território.

Serviços ambientais

Os serviços ambientais representam um conceito que poderia mudar o modo com que nos relacionamos com o ambiente, especialmente um meio de influenciar decisões sobre o uso da terra na Amazônia. Historicamente, as estratégias para sustentar a população na Amazônia incluíram a produção de mercadorias e em geral a destruição da floresta. Todavia, os estudos demonstram que a estratégia mais promissora em longo prazo é baseada na manutenção da floresta em pé, como fonte de serviços ambientais, os quais de modo geral podem ser agrupados em três categorias: biodiversidade, ciclagem da água e mitigação do efeito estufa.

O bioma amazônico possui grande importância para a estabilidade ambiental do Planeta. Em suas florestas estão fixadas mais de uma centena de trilhões de toneladas de carbono. Sua massa vegetal libera algo em torno de sete trilhões de toneladas de água anualmente para a atmosfera, através da evapotranspiração, e seus rios descarregam cerca de 20% de toda a água doce que é despejada nos oceanos pelos rios existentes no globo terrestre. Além de prestarem relevantes serviços ambientais, esses mananciais detêm potencial hidrelétrico de fundamental importância para o País, além de vastos recursos pesqueiros e potencial para a aquicultura. Além de sua reconhecida riqueza natural, a Amazônia abriga expressivo conjunto de povos indígenas e populações tradicionais que incluem seringueiros, castanheiros, ribeirinhos, babaçueiros, entre outros, que lhe conferem destaque em termos de diversidade cultural.

Na Amazônia, ainda é possível a existência de pelo menos 50 grupos indígenas arredios e sem contato regular com o mundo exterior. Os povos indígenas possuem a melhor experiência em manter a floresta, e o trato com estes povos é essencial para assegurar a manutenção das grandes áreas de florestas por eles habitada.

Por fim, os benefícios dos serviços ambientais proporcionados pelo bioma amazônico devem ser usufruídos pelas pessoas que vivem em suas florestas. Assim, o desenvolvimento de estratégias que captem os valores destes serviços será o desafio em longo prazo para todos que se relacionam e se importam com este bioma.


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