O fósforo é um dos principais componentes dos ossos e dentes. Entenda sua importância
O fósforo é o segundo mineral mais abundante no corpo humano, depois do cálcio. O termo “fósforo” deriva do latim “phosphorus“, que significa luz brilhante, portador ou fonte de luz. Isso porque ele queima espontaneamente em contato com o oxigênio e brilha no escuro.
O elemento químico foi descoberto pelo alquimista alemão Henning Brand, ainda em 1669, que pesquisava por um modo de transformar metais comuns em ouro. Essa busca era bem comum na época e o “objeto” transmutador se tornou uma lenda difundida pela história: a pedra filosofal. A descoberta foi eternizada pela obra do pintor britânico Joseph Wright.
Quais os benefícios do fósforo?
Esse elemento é representado pelo símbolo P na tabela periódica e tem número atômico 15. O mineral exerce diversas funções essenciais para o bom funcionamento do organismo. Ele está presente em todas as membranas celulares, integra a estrutura dos ossos e dentes, participa ativamente do metabolismo dos glicídios e atua na contração muscular.
Além disso, ele pode ser classificado como um micronutriente e está presente no código genético (DNA e RNA), sendo responsável por ativar enzimas e manter o balanço ácido-básico do organismo. Esse elemento pode ser facilmente obtido por meio da alimentação, no entanto, níveis de fósforo muito altos ou muito baixos podem causar complicações médicas, como doenças cardíacas, dores nas articulações ou fadiga.
Quais são os alimentos mais ricos em fósforo?
O consumo diário recomendado do nutriente é de cerca de 700 mg, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Essa quantidade deve ser obtida por meio da alimentação, já que por se tratar de um mineral, esse elemento não é produzido pelo organismo. Esse mineral é encontrado em diversos alimentos, como:
- Feijão, soja, grão de bico e lentilha;
- Amendoim, castanhas, nozes e avelãs;
- Carnes e aves;
- Peixes;
- Leite e outros produtos lácteos;
- Ovos.
Vale ressaltar que alimentos ricos em cálcio e proteínas também possuem grandes quantidades do mineral em sua composição.
Riscos associados ao excesso de fósforo no organismo
O excesso desse componente no organismo pode causar diarreia e endurecimento de órgãos e tecidos moles. Além disso, altos níveis desse elemento podem afetar a capacidade do corpo de usar efetivamente outros minerais, como ferro, cálcio, magnésio e zinco. O mineral pode ainda combinar-se com o cálcio, causando a formação de depósitos minerais nos músculos.
O que acontece com a falta de fósforo no organismo?
A falta desse elemento no sangue é um evento muito raro. Apenas pessoas com problemas renais ou que têm problemas para regular o cálcio desenvolvem essa carência. Porém, os sintomas de baixos níveis do mineral podem incluir:
- Dor nas articulações ou nos ossos;
- Falta de apetite;
- Irritabilidade ou ansiedade;
- Fadiga;
- Fraco desenvolvimento ósseo em crianças.
Meio ambiente
O fósforo faz parte de um importante ciclo biogeoquímico para a natureza, o ciclo do fósforo. Além disso, ele também é muito utilizado em práticas agrícolas, sobretudo para a fabricação de fertilizantes inorgânicos, na forma de ácido fosfórico. No entanto, a ampla utilização de adubos fosfatados têm causado diversas alterações no ciclo natural desse elemento.
De maneira geral, o uso de fertilizantes inorgânicos acarreta problemas para o meio ambiente, dentre eles a contaminação de lençóis freáticos, rios e lagos. Ainda, muitos adubos fosfatados levam poluentes orgânicos persistentes (POPs) e metais pesados em sua composição, que causam prejuízos para diversos organismos aquáticos e até para seres humanos.
A grande quantidade desse elemento em corpos hídricos também é responsável pela eutrofização da água. Outro problema é que o modelo de agricultura vigente, baseado no intenso uso desse elemento, coloca a produção alimentar em risco. Um estudo mostrou que a escassez do mineral ameaça a produção regional de alimentos, causando insegurança alimentar.
Ciclo do fósforo
O principal reservatório de fósforo na natureza são as rochas, somente sendo liberado delas por meio do intemperismo. O intemperismo é um conjunto de fenômenos (sejam físicos, químicos ou biológicos) que levam à desagregação e alteração da composição química e mineralógica das rochas, transformando-as em solo e liberando o fosfato.
Existem dois aspectos que diferenciam a escala de tempo do ciclo do fósforo:
- Ciclo de tempo ecológico: acontece quando parte do fósforo é reciclada entre o solo, plantas, animais e decompositores em um curto período de tempo;
- Ciclo de tempo geológico: neste caso, o ciclo acontece quando outra parte dos átomos de fósforo é sedimentada e incorporada às rochas, durante um longo tempo.
Por ser um composto solúvel, ele é facilmente carregado até rios, lagos e oceanos pelo processo de lixiviação (solubilização dos constituintes químicos de uma rocha, mineral ou solo pela ação de um fluido, como por exemplo as chuvas) ou então é incorporado em organismos vivos.
Essa incorporação se dá nas plantas, pela absorção do fosfato por meio do solo. Dessa forma, ele é utilizado pelos organismos na formação de compostos orgânicos de fosfato que são essenciais à vida (sendo a partir daí chamado de fosfato orgânico). Nos organismos animais, o fosfato tem sua entrada por meio da ingestão direta de água e por biomagnificação. Esse é o processo em que a concentração de um composto aumenta ao longo da cadeia alimentar.
A decomposição da matéria orgânica por organismos decompositores faz com que o fosfato orgânico seja devolvido ao solo e água em forma inorgânica.
Ciclo do fósforo: Incorporação do fósforo na matéria orgânica
Ao ser incorporado em organismos vivos, o fósforo pode ser imobilizado. Ou seja, fica “preso”, e durante este período o ciclo dessas moléculas é interrompido. Sua liberação, para que se possa dar continuidade ao ciclo, pode se dar por meio dos seguintes fenômenos:
- Ruptura das células microbianas;
- Variações climáticas e manejo do solo;
- Interações com a microfauna, que ao se alimentar de micro-organismos, libera diversos nutrientes no solo.
Há algumas vantagens nessa incorporação do fósforo em organismos vivos. Por exemplo, este processo evita sua fixação por longos períodos em minerais do solo, aumentando a eficiência da adubação por fosfato.
Associação entre plantas e fungos
Se dá por meio das micorrizas, bactérias associadas às raízes das plantas e que promovem o mutualismo entre elas e os fungos do solo. De modo que a planta fornece energia e carbono para os fungos por meio da fotossíntese. Estes devolvem o favor ao absorver nutrientes minerais e transferi-los às raízes das plantas.
Mineralização do fósforo orgânico
Além do fósforo da matéria orgânica microbiana, da atuação dos micro-organismos solubilizadores de fosfato e dos fungos associados às raízes, a produção de enzimas por parte de alguns micro-organismos e plantas é responsável pela mineralização do fósforo orgânico, que é sua transformação em fósforo inorgânico.
Uma vez em lagos e mares, o fósforo pode, além de ser absorvido por organismos, se incorporar às rochas, fechando o ciclo.
O ciclo do fósforo tende a ser longo. Um único átomo pode passar até 100 mil anos sendo ciclado, até que se sedimente novamente, gerando rochas. Aos sedimentos, o fósforo pode permanecer associado por mais de 100 milhões de anos.
Química
Na química, o fósforo é um elemento químico da família dos nitrogênios, ou do grupo 15. Ele é o 12º elemento mais abundante na crosta terrestre. Suas aplicações no mundo variam – enquanto o fósforo branco é usado em veneno para ratos e já foi um componente dos militares para gerar fumaça, o fósforo vermelho é usado na produção de palitos.
Uma curiosidade interessante sobre os palitos de fósforo é relacionado ao seu método de combustão. Para que haja reação química e peguem fogo, é necessário que haja atrito, o que ocorre geralmente nas próprias caixas. Por esse motivo, o palito é também conhecido como fósforo de segurança.