Há algum tempo a cidade de São Paulo tem procurado formas paliativas de resolver a questão das emissões de gases poluentes. Enquanto projetos de mobilidade urbana são caros e demoram a se concretizar, algumas pequenas medidas no transporte público e privado ganham corpo e podem produzir bons resultados. Uma delas é a implementação de veículos híbridos em frotas de táxi – algo que a prefeitura da cidade tem investido desde o segundo semestre de 2012 (veja aqui).
Em dezembro de 2012, vinte modelos do Toyota Prius começaram a rodar nas ruas paulistanas. A etapa inicial deu certo e a empresa japonesa disponibilizou mais 96 veículos, em maio deste ano. Atualmente, são 117 táxis Prius. Os novos carros serão compartilhados entre 58 empresas vinculadas à Associação das Empresas de Táxis do Município de São Paulo (Adetax). Cada empresa está investindo na compra de dois veículos do gênero, modelo Toyota Prius, no valor de R$ 120 mil cada.
As regras municipais do decreto preveem que as empresas interessadas deverão comprar um pacote com, no mínimo, cinco carros, sendo dois deles híbridos (Prius), dois flex e um adaptado para atender pessoas com necessidades especiais. Vale lembrar que os veículos híbridos podem poluir até 50% menos que os carros convencionais.
Além dos híbridos, dois táxis 100% elétricos começaram a operar na cidade em junho do ano passado. Os Nissan Leaf também integram o projeto da prefeitura para testar novas tecnologias verdes. Como o modelo não está à venda no país, as duas unidades foram importadas especialmente para o teste. Em março deste ano, outros oito carros entraram em operação. A ampliação do programa será avaliada no fim do ano, de acordo com seus resultados.
Se depender do diretor de assuntos institucionais e governamentais da Aliança Renault-Nissan e vice-presidente da Anfavea, Antônio Calcagnotto, os resultados positivos são garantidos. Durante o Congresso de Veículos Elétricos, que ocorreu em setembro no Expo Center Norte, em São Paulo, Calcagnotto discutiu alguns mitos que envolvem os carros elétricos e que podem eventualmente atrasar seu sucesso por aqui (veja mais).
Um dos mitos diz respeito ao aumento do consumo de energia caso os carros elétricos rodassem em grande quantidade pelas ruas. Para refutar essa tese, foi apresentado um cálculo feito pela Itaipu Binacional, revelando que o consumo de energia no País subiria apenas 0,3% se 10% dos carros fabricados fossem elétricos. Outro ponto contestado pelo palestrante refere-se à baixa autonomia, com base na informação de que os motoristas brasileiros andam em média 57 quilômetros por dia: “Num veículo com motor a combustão, ninguém roda até o tanque se esgotar. A mesma coisa ocorre com os elétricos. Quem os utiliza inicia a recarga antes disso, o que também reduz o tempo de reabastecimento”, disse Calcagnotto. Os brasileiros rodam em média 57 quilômetros num dia útil.
Após defender os veículos verdes, o diretor listou outros motivos que dificultam a vinda destes automóveis para o Brasil: a alta carga tributária, que resulta em um carro caro. Porém, segundo o diretor, tanto a Renault-Nissan quanto a Toyota já enviaram um plano que sugere o abatimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em troca de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e nacionalização do carro.
De acordo com Ricardo Bastos, gerente-geral das relações governamentais da Toyota, “se houvesse uma política de incentivos, o valor do Prius baixaria para algo entre R$ 90 mil e R$ 100 mil”. Ele ainda afirma que, “com esse preço, daria para vender mil unidades por mês no Brasil”. Seguindo a mesma linha, Calcagnotto afirma que “com uma carga tributária reduzida, mais frotistas conseguiriam comprar nossos carros”, referindo-se ao Nissan Leaf.
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