A natureza deve estar no centro da economia, dizem pesquisadores

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Pesquisadores da Universidade de York desenvolvem Plano de Ação para colocar a natureza no centro da economia

Imagem de Zoe Schaeffer no Unsplash

A natureza deve estar no centro da economia. A conclusão é de uma equipe multidisciplinar com mais de 25 pesquisadores da Universidade de York, no Reino Unido, em estudo publicado pelo Instituto Florestal Europeu. Intitulado Investir na natureza como o verdadeiro motor da economia: um Plano de Ação de 10 pontos para uma economia circular do bem-estar, o estudo aborda a importância de uma ação coletiva para colocar a natureza no centro da economia e inserir o mundo em um caminho de sustentabilidade.

O Plano de Ação reúne os insights científicos mais recentes e tecnologias inovadoras para oferecer uma solução para os desafios globais atuais. O estudo enfatiza a necessidade de se avançar para uma bioeconomia circular e, assim, transformar e gerir os solos, alimentos, saúde e sistemas industriais. O objetivo do Plano é alcançar um bem-estar sustentável em harmonia com a natureza.

A publicação apresenta prefácio do Príncipe Charles, herdeiro do trono britânico. O Príncipe de Gales é um ambientalista ferrenho e há décadas defende ações para combater as mudanças climáticas. Em janeiro, ele discursou para líderes políticos e empresariais de todo o mundo no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e apresentou uma nova Iniciativa de Mercados Sustentáveis, que teria inspirado o desenvolvimento do Plano de Ação da Universidade de York.

Mudança fundamental

O professor Pickett, do Centro Leverhulme para a Biodiversidade do Antropoceno, da Universidade de York, afirmou que o relatório se baseia em um trabalho para modelar e medir o bem-estar sustentável e colocá-lo como um objetivo central dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Segundo ele, a necessidade de uma transição socialmente justa para o desenvolvimento inclusivo e sustentável e a prosperidade para todos foi intensificada pela pandemia do coronavírus. Por isso, é vital que os pesquisadores trabalhem juntos para apresentar propostas que incentivem mudanças fundamentais.

Bem-estar sustentável

O estudo estabelece os dez pontos de ação necessários para criar uma bioeconomia circular, baseada em uma relação harmônica entre economia e ecologia. São eles:

  1. Foco no bem-estar sustentável
  2. Investimento na natureza e na biodiversidade
  3. Estímulo à distribuição equitativa de prosperidade
  4. Reformulação dos sistemas de terra, alimentação e saúde, de uma forma holística
  5. Transformação dos setores industriais
  6. Redefinição das cidades através de lentes ecológicas
  7. Criação de uma estrutura regulatória favorável
  8. Oferecimento de inovações orientadas para a missão dos investimentos e da agenda política
  9. Acesso ao financiamento e aumento da capacidade de assumir riscos
  10. Intensificação e ampliação de pesquisas e setores educacionais

Prosperidade equitativa

O plano descreve que a sustentabilidade deve ser alcançada ao mesmo tempo que se garante uma prosperidade equitativa. Os pesquisadores argumentam que a saúde e o bem-estar dos cidadãos são um forte incentivo para repensar a terra, os alimentos e os sistemas de saúde. Para isso, é necessário transformar as indústrias e reimaginar as cidades, sob uma ótica sustentável.

Marc Palahí, diretor do Instituto Florestal Europeu (EFI), que liderou o estudo, afirma que o Plano de Ação cria uma estrutura para a Aliança de Bioeconomia Circular, estabelecida pelo Príncipe Charles. A ideia dessas iniciativas é acelerar a transição para uma Bioeconomia Circular. Segundo ele, o EFI pretende conduzir e coordenar essas ações transformadoras.



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