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Estudo revela queda no apoio à energia solar e aumento da polarização entre 2016 e 2022, com influência marcante das preferências políticas regionais
A energia solar, uma das principais alternativas para a transição energética sustentável, tem enfrentado um crescente cenário de polarização política nos Estados Unidos. Uma análise recente de postagens em redes sociais, cobrindo o período de 2013 a 2022, mostra que, embora o apoio público à energia solar permaneça alto, ele diminuiu significativamente nos últimos anos. A pesquisa, publicada no Journal of Computational Social Science, aponta que a divisão no apoio está diretamente ligada às preferências políticas regionais, com áreas de tendência republicana apresentando maior resistência à adoção dessa tecnologia.
O estudo, intitulado Análise de sentimento da energia solar em cidades dos EUA: uma análise de 10 anos usando aprendizado profundo baseado em transformador, analisou mais de 8 milhões de postagens da plataforma de mídia social anteriormente conhecida como Twitter. Os pesquisadores utilizaram ferramentas de análise de dados para classificar o sentimento das postagens como positivo, negativo ou neutro em relação à energia solar. A conclusão foi clara: enquanto a maioria das pessoas ainda apoia a energia solar, esse apoio vem encolhendo, e a polarização em torno do tema aumentou consideravelmente.
Em 2016, o auge do apoio à energia solar, 65% das postagens expressavam sentimentos positivos, enquanto apenas 7% eram negativas. Em 2022, no entanto, o cenário mudou: 58% das postagens permaneceram positivas, mas as negativas saltaram para 28,4%. Além disso, as postagens neutras, que representavam 41,9% em 2016, caíram para 13,3% em 2022. Essa redução das postagens neutras indica que o debate sobre a energia solar se tornou mais polarizado, com menos espaço para posições intermediárias.
As diferenças regionais também chamam a atenção. Estados como Vermont, Massachusetts, Nova York, Novo México e Colorado lideram o ranking de apoio à energia solar. Por outro lado, Alabama, Louisiana, Oklahoma, Idaho e Dakota do Norte aparecem como os mais críticos. A pesquisa revela ainda que, em 2016, o apoio à energia solar em municípios de tendência republicana era apenas 2% menor do que em municípios de tendência democrata. Em 2022, essa diferença saltou para 30%, evidenciando uma crescente divisão política no tema.
A polarização em torno da energia solar tem implicações diretas para o futuro da transição energética. Compreender as razões por trás dessa divisão é essencial para formular políticas públicas que promovam a adoção de fontes de energia limpa. O estudo sugere que as atitudes em relação à energia solar são fortemente influenciadas por questões políticas, o que pode dificultar a expansão de tecnologias sustentáveis em determinadas regiões.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo destacam a importância de monitorar o sentimento público em relação a tecnologias como a energia solar. A análise oferece insights valiosos sobre como as opiniões estão mudando e quais fatores estão impulsionando essas mudanças. Os dados completos, disponíveis publicamente no site solarsentiment.org, permitem uma análise detalhada das percepções em nível municipal e estadual, fornecendo uma base sólida para futuras pesquisas e políticas públicas.
A energia solar, apesar de seu potencial para reduzir emissões de carbono e promover a sustentabilidade, enfrenta desafios que vão além da tecnologia. A polarização política e as divisões regionais mostram que a transição energética não é apenas uma questão técnica, mas também social e cultural. Para avançar, será necessário um esforço conjunto que considere essas complexidades e promova um diálogo mais amplo e inclusivo sobre o futuro da energia.
