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Acefato é um inseticida sistêmico que provoca danos neurológicos em animais e humanos, além de contaminar o solo e a água

Acefato é um inseticida sistêmico do grupo dos organofosforados. Ele é utilizado nas culturas de algodão, soja, feijão e tomate, para a eliminação de pragas. O efeito desse inseticida no meio ambiente é a morte de polinizadores, como as abelhas, a contaminação de corpos d’água e do solo

Em humanos, esse inseticida pode levar a problemas no sistema nervoso e até à morte. Além disso, a sua degradação produz outros dois agrotóxicos ainda mais tóxicos (metamidofós e clorotalonil), com efeitos mais severos. 

O que é?

Cultivo agrícola. Imagem editada e redimensionada de Mário Roberto Duran Ortiz em Wikimedia Commons, sob a licença CC BY-SA 3.0

Acefato é um inseticida sistêmico, portanto, quando aplicado na planta, é absorvido por todas as suas partes, inclusive aquelas que não tiveram contato direto com o produto. Por conta disso, o seu contato com animais, como os insetos, é facilitado. Os efeitos desse tipo de inseticida em insetos são alterações no sistema nervoso e morte.

Inseticida sistêmico
O que é inseticida sistêmico e como funciona?

O acefato é um agrotóxico pertencente ao grupo de organofosforados. Os organofosforados são agrotóxicos que se distribuem com facilidade nos organismos e no meio ambiente, contaminando os tecidos orgânicos. No Brasil, eles são os principais responsáveis por intoxicações em humanos.

FUMIGAÇÃO
Organofosforados: o que são e principais impactos

As culturas agrícolas que utilizam o acefato em sua produção são o algodão, feijão, tomate, soja, brócolis, batata, couve, couve-flor, melão, pimentão, repolho, rosa e crisântemo. Apesar de eficiente para a eliminação de pragas nas culturas, o acefato apresenta impactos para a saúde humana e ambiental.

Impactos na saúde

O acefato é classificado na categoria IV de toxicidade, apesar de ser perigoso, ele é  considerado um produto pouco tóxico. A sua exposição em humanos pode ocorrer pelas vias respiratória, oral, dérmica e ocular. Quando é absorvido pelo organismo, é transportado por todo o corpo, atingindo o fígado. Dessa forma, o produto é metabolizado e eliminado na urina, contaminando o esgoto. 

De acordo com a bula, um experimento com ratos indicou que a ingestão oral do acefato pode provocar danos nos pulmões, no sistema gastrointestinal, renal e no fígado. A exposição a partir da inalação pode gerar falta de ar ou dificuldade para respirar, apatia e arrepio. Enquanto isso, a exposição através dos olhos pode gerar secreções, irritação e inflamação nos olhos e aumento na circulação sanguínea.

Quando é degradado, o acefato se transforma em metamidofós, um composto utilizado como inseticida e acaricida nas culturas de algodão, amendoim, batata, feijão, soja e tomate. A sua toxicidade é superior à do acefato, com isso, provoca danos maiores à saúde humana, como problema nos músculos respiratórios, paralisia, perda de memória, taquicardia, convulsões, coma, e danos à saúde mental.  

Outro subproduto do acefato é o clorotalonil, um fungicida aplicado em culturas de amendoim, banana, batata, berinjela, cenoura, feijão, melão, melancia, pepino, pimentão, rosa, soja, tomate e uva. Para o ser humano, é considerado moderadamente tóxico, e sua exposição pode ser por via oral, respiratória, ocular ou dérmica.

Ele pode provocar irritação nos olhos, na pele e no sistema respiratório. Outros sintomas são vômito, náusea, diarreia, tontura, sonolência, dor de cabeça e depressão. Além disso, em grandes quantidades, o produto pode gerar edema pulmonar, insuficiência renal, intoxicação nos rins e morte. 

Impactos no meio ambiente

Considerado muito perigoso ao meio ambiente, o acefato é enquadrado na classe III de risco ambiental. Isso porque é um produto com capacidade de se transportar no meio ambiente com facilidade, atingindo o solo e corpos hídricos. Ele é transportado pela lixiviação, atingindo diretamente os corpos hídricos.

Além disso, é um inseticida altamente tóxico para aves e abelhas. Em abelhas, o inseticida pode provocar danos no sistema nervoso, impedindo a sua chegada nas colmeias, além da morte. Isso afeta diretamente a polinização das espécies vegetais realizada por esses insetos.

Subproduto do acefato, o metamidofós é considerado muito perigoso ao meio ambiente, classificado na classe II de risco ambiental, a segunda classe mais perigosa. Ele é extremamente tóxico para aves, mamíferos e microcrustáceos. Dessa forma, provoca danos ao meio ambiente, afetando ecossistemas aquáticos e terrestres.

Enquanto isso, o clorotalonil se enquadra na classe III, perigoso ao meio ambiente. Ele é considerado altamente tóxico para organismos aquáticos, como microcrustáceos, peixes e algas, afetando os ecossistemas.

Medidas de prevenção

Algumas medidas de precaução são listadas pela bula do inseticida para reduzir seus danos à saúde humana. Entre as recomendações, está o uso de equipamento de proteção individual (EPI), além de restringir a aplicação do produto em solo agrícola. A aplicação deve ser realizada longe de locais com a presença de pessoas, como áreas residenciais e escolas.

O acefato não deve ser aplicado próximo à criações de animais, pois pode prejudicar a saúde do animal e a qualidade da carne. O produto não deve ser transportado ou armazenado em conjunto com alimentos, medicamentos e bebidas. 

Além disso, é necessário a presença de um trabalhador capacitado para a realização da aplicação. Para reduzir riscos de contaminação de ambientes vizinhos, bem como fauna, flora e corpos hídricos, a aplicação não deve ser feita com a presença de ventos ou calor intenso. 

Após a aplicação, é necessário proibir o acesso da área por pelo menos 24 horas. A área que recebeu o agrotóxico deve ser sinalizada, informando a proibição do acesso. Caso o acesso seja necessário durante o período proibido, deve ser utilizado o equipamento de proteção individual.

Decomposição do acefato por fungos

De acordo com um estudo, fungos podem ser utilizados para diminuir a toxicidade do acefato no meio ambiente, por meio do processo de decomposição. A decomposição é realizada por um conjunto de enzimas presentes nos fungos. 

Elas têm propriedades oxidantes, capazes de alterar a estrutura molecular do inseticida, tornando-o menos tóxico. Assim, esses fungos são capazes de tratar efluentes, reduzindo os impactos ambientais desses agrotóxicos.

Como evitar o acefato?

Uma alternativa para reduzir a presença do acefato no ambiente e, consequentemente, no corpo humano, é o consumo de alimentos orgânicos. Os alimentos orgânicos são produzidos sem a presença de agrotóxicos, portanto são opções saudáveis e livres de contaminações ambientais.

Além disso, o acefato é utilizado pelas plantações de algodão, espécie cultivada para a produção de tecido pela indústria têxtil. Portanto, outra medida que pode contribuir para a redução de acefato no ambiente é o consumo de artigos têxteis produzidos com algodão orgânico.


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