Dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram uma significativa queda no desmatamento de dois dos mais importantes biomas brasileiros: a Amazônia e o Cerrado. No Amazonas, a redução chegou a 30,63% entre agosto de 2023 e julho de 2024, em comparação ao período anterior. Em relação a 2022, a queda foi ainda mais expressiva, alcançando 45,7%, a maior redução percentual dos últimos 15 anos. Já no Cerrado, o desmatamento diminuiu 25,8% no mesmo período – uma vitória ambiental, marcando a primeira redução em quatro anos no bioma.
A preservação no Cerrado foi impulsionada por ações do governo federal em colaboração com os estados da região de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), conhecida por concentrar a maior parte do desmatamento no bioma. Esta área específica apresentou uma redução de 76,4% no desmatamento. Em um esforço conjunto, foi assinado o Pacto para Prevenção e Controle do Desmatamento e de Incêndios no Cerrado, reforçando o compromisso do governo e desses estados em avançar na preservação e controle ambiental.
Para alcançar esses resultados, o governo federal implementou uma série de ações intensificadas de comando e controle, que têm sido aplicadas nos dois biomas. Na Amazônia, o número de autos de infração emitidos pelo Ibama por crimes contra a flora foi 98% superior entre janeiro de 2023 e outubro de 2024 em relação ao período de janeiro de 2019 a dezembro de 2022. No cerrado, o aumento foi de 20% ao ano no mesmo período. Esses números refletem um esforço contínuo e coordenado para reverter o avanço da degradação ambiental e criar uma cultura de proteção ativa nos biomas.
O Prodes, sistema de monitoramento do desmatamento, revela que a Amazônia Legal apresentou uma redução geral de 30,6% entre as duas últimas temporadas. Nesse contexto, o Pará ainda lidera o índice de desmatamento, seguido por Mato Grosso e Amazonas. Em paralelo, as ações no Cerrado visam não apenas a proteção da flora local, mas também o suporte à preservação dos recursos hídricos, uma vez que o bioma é essencial para a recarga dos aquíferos que abastecem boa parte do país.
Esses avanços representam um marco no combate ao desmatamento no Brasil e alinham-se à meta do governo de zerar o desmatamento até 2030. A implementação de políticas de controle rigoroso nos biomas Amazônia e cerrado, somada à cooperação com os estados e à assinatura de pactos regionais, fortalece a preservação dos ecossistemas e pavimenta o caminho para a regeneração ambiental.
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