Minimizar os impactos da fragmentação florestal e do isolamento de espécies em diferentes municípios do interior paulista é a proposta do Corredor Caipira – Conectando Paisagens e Pessoas. O projeto vai implantar 45 hectares de florestas e agroflorestas – equivalente a 45 campos de futebol – e formar corredores agroecológicos que conectam importantes fragmentos florestais no Estado de São Paulo.
A iniciativa tem como coordenador geral Edson Vidal, professor de Manejo de Florestas Tropicais Nativas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. A iniciativa é coordenada pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), ligada à USP, e conta com patrocínio da Petrobras. Serão atividades focadas na conservação da fauna e da flora no território que abrange, diretamente, Piracicaba, São Pedro, Águas de São Pedro, Santa Maria da Serra e Anhembi.
Outros 13 municípios serão beneficiados indiretamente, por meio do auxílio na definição de áreas prioritárias para restauração florestal, com intuito de melhorar a conectividade entre matas nativas. São eles: Avaré, Analândia, Bofete, Botucatu, Charqueada, Corumbataí, Guareí, Ipeúna, Itatinga, Itirapina, Pardinho, Rio Claro e Torre de Pedra.
Ao criar corredores ecológicos, que vão unir fragmentos florestais atualmente isolados, essas áreas representarão contínuos ambientais importantes para processos ecológicos, como polinização e dispersão de frutos e sementes.
De acordo com o engenheiro florestal Germano Chagas, um dos coordenadores técnicos, o processo de desmatamento tem levado à fragmentação florestal e ao isolamento das populações de espécies existentes entre esses fragmentos, especialmente na região de Piracicaba, marcada pelo cultivo da cana-de-açúcar. “Esse isolamento dificulta a mobilidade da fauna e, com isso, a preservação dessas espécies de animais é comprometida. É muito importante conservar a genética dessas espécies que sofrem com o processo de degradação ambiental e estão começando a sumir de nossas matas”, diz Chagas.
O projeto prevê ainda a conservação genética de 20 espécies florestais nativas por meio da implantação de um banco ativo de germoplasma. O nome é dado ao conjunto de material genético de uma espécie, transmitido de geração para geração. Utilizado para a conservação e o melhoramento genético de espécies vegetais e animais, o banco ativo de germoplasma é utilizado como um reservatório de genes em indivíduos vivos.
Fonte: Rafael Bitencourt – Fealq em Jornal da USP
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