“Açúcar” pode se referir a muitas substâncias diferentes. Isso porque há, na verdade, diversos tipos de açúcar, que podem ser naturais ou não. O açúcar natural é encontrado em alimentos como frutas, em alimentos como a cana de açúcar e o caldo de cana.
Já os não naturais, como o açúcar refinado, são aqueles adicionados aos alimentos durante o processamento ou preparação. Alguns exemplos são: açúcar branco, o açúcar mascavo e outros adoçantes artificiais fabricados que passam por processos de refinação. O processo faz a retirada dos sais minerais dos açúcares adicionados, que podem ser vilões para a saúde.
As doenças infecciosas não são mais as grandes responsáveis pela mortalidade mundial. Novas patologias relacionadas aos maus hábitos alimentares e mutações genéticas roubaram o lugar que antes era dos vírus e das bactérias. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), doenças crônicas não transmissíveis como câncer, diabetes e doenças do coração são responsáveis por uma grande quantidade de mortes ao ano, cerca de 35 milhões.
Cientistas da Universidade da Califórnia, em San Francisco, nos Estados Unidos, destacam o açúcar como outro responsável pela mudança na saúde pública mundial, além do cigarro e do álcool. Os pesquisadores afirmam que os efeitos danosos do açúcar comum no organismo humano são semelhantes aos promovidos pelo álcool. Sendo assim, o seu consumo também deve ser regulado.
Ao comer açúcar, o corpo libera dopamina, um neurotransmissor que nos faz gostar e querer mais, tornando o corpo “viciado” na substância. A energia, inicialmente, sobe rapidamente, uma vez que há aumento na glicose na corrente sanguínea. Mas isso tem um prazo curto.
Assim que passa a sensação de energia, pode haver maior lentidão, causando o efeito contrário. Essas oscilações no sangue e desregulação de neurotransmissores podem impactar a saúde mental e levar até mesmo à depressão.
Além disso, o excesso é armazenado como gordura, pois o fígado só tem capacidade de metabolizar até certo ponto. Essa gordura no fígado aumenta o risco de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
No entanto, esse não é o único efeito do açúcar que pode resultar no desenvolvimento dessas condições. De acordo com um estudo em ratos de laboratório, o alimento pode alterar o microbioma intestinal, potencialmente desencadeando doenças metabólicas. Essas alterações são uma resposta à ação do açúcar na eliminação de bactérias associadas à uma célula essencial do sistema imunológico. Ela é capaz de reduzir os riscos de doenças metabólicas.
O açúcar em excesso também pode envelhecer a pele mais rápido ao impedir a reparação do colágeno. Os alimentos açucarados aumentam rapidamente os níveis de glicose no sangue. Por esse motivo há aumento da secreção de hormônios andrógenos, produção de oleosidade e inflamação, fatores que influenciam no aparecimento de acne.
A substância também está ligada ao aparecimento de câncer, diabetes e doenças cardíacas. Um estudo de 15 anos, incluindo 31 mil pessoas, mostrou que os participantes que consumiam mais açúcar (cerca de 25% de suas calorias totais diárias) tinham duas vezes mais chances de morrer de doenças cardíacas do que aqueles que limitam a ingestão de açúcar a 7% do total de calorias.
Uma meta-revisão publicada na Mayo Clinic Proceedings descobriu que quando você atinge 18% de suas calorias diárias com o açúcar adicionado, há um aumento de duas vezes nos danos metabólicos que promovem o pré-diabetes e o diabetes.
O excesso de açúcar pode ter resultados piores até mesmo que o sedentarismo. Uma revisão de estudos observou que a dieta inadequada é responsável por mais casos de doenças do que a inatividade física, o álcool e o fumo combinados.
A quantidade excessiva de açúcar também pode estar ligada à dificuldade de regeneração dos músculos. Um estudo da Universidade Metropolitana de Tóquio constatou que a concentração de glicose inibe diretamente a regeneração dos músculos esqueléticos, o que explica, por exemplo, a perda de massa muscular em pessoas diabéticas.
Se consumido em excesso na infância, o açúcar pode gerar consequências até a vida adulta. Um estudo com animais, da Universidade da Georgia, mostrou que o consumo diário de bebidas adoçadas durante a adolescência prejudica o desempenho em tarefas de aprendizagem e memória na idade adulta.
Há mudanças nas bactérias do intestino que podem comprometer a memória. Segundo uma das autoras do estudo, Emily Noble, o açúcar no início da vida aumenta os níveis das bactérias Parabacteroides. Quanto mais altos esses níveis, pior os animais da pesquisa se saíram nas tarefas que mediram a memória.
Além desses problemas, outras questões podem surgir ao consumir açúcar em excesso, tais como:
De acordo com a American Heart Association (AHA), a quantidade máxima de açúcares adicionados para comer por dia é esta:
A frutose, conhecida como o açúcar das frutas, também não deve ser consumida em excesso, pois pode desgastar o fígado. Além de aumentar a pressão arterial e anormalidades cardíacas, promover a obesidade, entre outras consequências. Assim, recomenda-se cerca de 15 a 25 gramas por dia, sem exagerar nos outros açúcares. Leve em consideração que outros alimentos, como algumas bebidas, podem conter frutose também.Felizmente, reduzir a ingestão de açúcar pode ser mais simples do que parece. Uma boa opção é consumir mais alimentos integrais. Opte por uma dieta rica em vegetais e com menos alimentos processados e açucarados, como bolos e doces, e optar por adoçantes naturais.
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