De acordo com um novo estudo, apenas três músicas de uma playlist são suficientes para identificar quem as escolheu. Por isso, empresas como o YouTube e o Spotify podem acumular uma grande quantidade de informações sobre seus usuários com base apenas em suas preferências musicais.
O estudo foi conduzido pelo Dr. Ori Leshman, da Escola de Educação Jaime and Joan Constantiner, na Universidade de Tel Aviv, e pelo Dr. Ron Hirschprung, do Departamento de Administração e Engenharia Industrial da Universidade Ariel. Os resultados foram publicados na revista Telematics and Informatics.
Para a pesquisa, foram reunidos 150 jovens, todos alunos de graduação, em quatro turmas de cerca de 35 pessoas cada. Os participantes foram convidados a identificar os membros do grupo com base em apenas três músicas de sua lista de reprodução favorita.
A variedade de preferências musicais dos alunos era ampla e superdiversa, incluindo, por exemplo, tanto a velha como a nova música israelense (de Sasha Argov a Kaveret, Zohar Argov, Omer Adam e Hanan Ben Ari), passando pelo rock clássico e o pop (de Beatles e Pink Floyd a Beyoncé e Ariana Grande), hip hop israelense e internacional (de Kendrick Lamar e Eminem a Hadag Nahash e Tuna) e muito mais. A análise das escolhas foi realizada de acordo com um modelo matemático desenvolvido pelos acadêmicos.
As descobertas surpreenderam até os pesquisadores. A análise dos dados mostrou que os membros do grupo foram capazes de identificar os participantes do estudo de acordo com o gosto musical em um nível muito alto – entre 80 e 100% –, mesmo que os membros do grupo não se conhecessem tão bem e não tivessem conhecimento prévio das preferências musicais de cada um.
Dr. Leshman e dr. Hirschprung explicam que a música pode se tornar uma forma de caracterização e até mesmo um elemento identificador de personalidade. Ela fornece a empresas, como o Google e o Spotify, informações adicionais e mais detalhadas sobre nós, como usuários dessas plataformas.
No mundo digital em que vivemos hoje, essas descobertas têm implicações de longo alcance nas violações de privacidade, especialmente porque as informações sobre as pessoas podem ser inferidas de uma fonte completamente inesperada – e que, portanto, carece de proteção contra tais violações.
Uma visita ao YouTube de vez em quando é encarada como um ato inócuo, mas o estudo mostra que esta ação tão inocente pode revelar muito sobre uma pessoa. Por outro lado, esse conhecimento pode ser usado como uma ponte entre as pessoas e talvez, no futuro, leve à criação de novos métodos de diagnóstico e programas de intervenção fascinantes com base na seleção musical dos indivíduos. E sobre você, o que sua playlist tem a dizer?
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