Aflatoxinas. Imagem de vivek gautam no Unsplash
Aflatoxinas são um tipo de micotoxinas produzidas pelos fungos do gênero Aspergillus flavus, A. parasiticus e A. nomius. Esses fungos podem ser encontrados em uma diversidade de cultivos de alimentos, como amendoim, trigo, nozes, milho e algodão.
Quando ingeridas por humanos e animais, as aflatoxinas podem causar danos no fígado, hepatite B, malformação congênita, problemas de imunidade e até mesmo morte. Isso mostra que nem todos os fungos podem ser ingeridos com segurança.
Embora seja possível encontrar aflatoxinas em espécies de fungos como a Emericella spp., as principais espécies produtoras são os fungos A. flavus, A. parasiticus e A. nomius.
Ao todo, os fungos são capazes de produzir mais de 20 tipos de aflatoxinas, mas as mais conhecidas são a aflatoxina B1 (AFB1), aflatoxina B2 (AFB2), aflatoxina G1 (AFG1) e aflatoxina G2.
Entretanto, fungos que produzem essas micotoxinas são encontrados em todo o mundo. As espécies flavus podem contaminar colheitas inteiras e permanecerem vivas durante o armazenamento e processamento dos alimentos.
Elas normalmente são encontradas em cultivos de milho, sementes de algodão e frutos de casca dura. Seu modo de dispersão pode se dar pelo ar, solo e folhas. Já as espécies parasiticus são mais dominantes em cultivos de amendoim.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecem que existem muitas toxinas presentes em produtos agrícolas.
O problema no caso das aflatoxinas é que, além de contaminarem os alimentos, elas não podem ser destruídas por meio do cozimento.
Para garantir a segurança alimentar de produtos possivelmente contaminados com aflatoxinas, é preciso aplicar métodos industriais físicos, químicos e biológicos. Dessa forma, elas são eliminadas total ou parcialmente.
O método de exposição mais comum a essas toxinas ocorre após o consumo de produtos vegetais contaminados ou ao consumo de carne ou laticínios de animais que comeram alimentos contaminados. No entanto, agricultores e outros trabalhadores agrícolas podem ser expostos pela inalação de poeiras geradas durante o manuseamento e processamento de culturas e alimentos contaminados.
Em geral, as aflatoxinas podem causar inúmeros tipos de efeitos nocivos ao ser humano após a contaminação. Porém, acredita-se que normalmente prejudicam mais fortemente o fígado, causando hepatotoxicidade. Os efeitos desse quadro incluem febre, mal-estar e anorexia, seguidos de dor abdominal, vômitos e hepatite.
Por outro lado, a toxicidade crônica pode gerar efeitos imunossupressores e até carcinogênicos.
A FAO categoriza os efeitos dessas toxinas em relação aos sistemas e órgãos que atuam sobre. Segundo a organização, a intoxicação por aflatoxinas (aflatoxicose) pode afetar:
Além disso, a FAO alerta que, em geral, a exposição a grandes doses da toxina podem levar a doenças agudas e à morte — geralmente através de cirrose hepática. Enquanto doses baixas crônicas têm efeitos nutricionais e consequências imunológicas e todas as doses têm efeito cumulativo no risco de câncer.
De acordo com a FAO, existem dois tipos de aflatoxicose, classificadas pelo tipo de exposição. São elas a aflatoxicose aguda e a crônica.
A intoxicação aguda é caracterizada pelo desenvolvimento da doença hepatotóxica, que pode ser manifestada através dos seguintes sintomas:
Acredita-se que cerca de 4,5 mil milhões de pessoas em todo o mundo estão em risco à condição, que pode causar:
A presença de aflatoxinas é comum em oleaginosas, especiarias e cereais contaminados durante várias etapas da colheita ou armazenamento. A contaminação fúngica pode ocorrer no campo ou durante a colheita, transporte e armazenamento.
Em casos de contaminação no trigo, normalmente a ocorrência se dá como resultado de armazenamento inadequado. No leite, essas micotoxinas representam geralmente 1–6% do conteúdo total. Mas, elas também podem estar presentes em ovos, carne e derivados, leite e produtos lácteos.
As aflatoxinas podem gerar prejuízos significativos às culturas agrícolas. Commodities como milho, amendoim, pistache, castanha-do-pará, copra e coco são altamente suscetíveis à contaminação por aflatoxina, enquanto o trigo, aveia, milheto, cevada, arroz, mandioca, soja, feijão, leguminosas e sorgo são geralmente mais resistentes à esse tipo de contaminação. Já produtos agrícolas como cacau, linhaça, sementes de melão e sementes de girassol raramente são contaminados.
Uma das principais formas de controlar as aflatoxinas é por meio do biocontrole. Essa técnica se dá por meio da promoção da competitividade de cepas toxigênicas de A. flavus com o uso de cepas não toxigênicas, reduzindo a contaminação, principalmente em culturas de milho.
Mas a espécie A. flavus atoxigênica também é usada para a prevenção de aflatoxina em cultivos de amendoim, milho e caroço de algodão. Boas práticas agrícolas também ajudam a controlar as toxinas. Entre essas práticas, se destacam boa nutrição de plantas, controle de ervas daninhas e rotação de culturas.
A FAO ressalta, também, métodos de prevenção à aflatoxicose, que incluem:
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