Na ocasião do Dia Internacional das Florestas, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) lembrou a importância do Projeto Siderurgia Sustentável, que incentiva o desenvolvimento de uma cadeia de produção siderúrgica de baixa emissão de gases de efeito estufa, que utiliza carvão vegetal produzido com matéria-prima de origem legal.
O Projeto Siderurgia Sustentável é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e implementado pelo Pnud. A execução fica a cargo de Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do governo de Minas Gerais, com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
“A energia pode ser usada não apenas para cozinhar, aquecer lares e gerar eletricidade, mas também para produzir, com menor emissão de gases de efeito estufa, ferro-gusa, aço e ferroligas, empregados não só na construção civil, como também na fabricação de automóveis, de eletrodomésticos e até celulares”, explicou a assessora técnica do Projeto Siderurgia Sustentável pelo Pnud, Monica Santos. Ferro-fusa, aço e ferroligas são substâncias produzidas pelas siderurgias que podem utilizar o carvão vegetal como principal fonte de energia.s
O Brasil é um pioneiro no setor. Entre 2005 e 2016, cerca de 25% do ferro-gusa foi produzido com carvão vegetal no país, enquanto no restante do mundo a siderurgia utiliza o carvão mineral, insumo de origem fóssil, com maior potencial de emissão de gases de efeito estufa.
“A produção de carvão vegetal a partir de florestas plantadas pode reduzir a pressão sobre florestas nativas ao promover o uso de matérias-primas cultivadas legalmente, com a aplicação de técnicas adequadas de planejamento ambiental e de manejo”, disse Josana Lima, coordenadora técnica do Projeto Siderurgia Sustentável do Ministério do Meio Ambiente.
“Dessa forma, aos estoques de carbono de matas nativas somam-se novos plantios florestais, o que incrementa as remoções de gases de efeito estufa como um todo”, completou.
O investimento em tecnologias de produção sustentável para o carvão vegetal também resulta em ganhos para as florestas, tanto nativas quanto plantadas. “É possível produzir mais carvão vegetal com a mesma quantidade de madeira ao se usarem tecnologias mais avançadas”, ressaltou o representante do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações no Comitê de Acompanhamento do projeto, Gustavo Ramos.
Minas Gerais abriga a maior produção siderúrgica a carvão vegetal. Por isso, o projeto é implementado no estado. “Minas é o primeiro estado brasileiro a limitar, por lei, o uso de produtos ou subprodutos florestais de mata nativa a somente 5% do consumo total das indústrias a partir de 2018”, destaca o assessor de Relações Internacionais do governo de Minas Gerais, Hugo Salomão.
Além de contribuir para diminuição do desmatamento, a produção de carvão vegetal de forma sustentável é fundamental para o desenvolvimento rural, pois gera empregos no interior dos estados.
“A conquista da sustentabilidade na siderurgia a carvão vegetal daria uma contribuição considerável à meta de mitigação para a siderurgia brasileira como um todo, além de abrir a oportunidade para se entregar ao mercado internacional um produto diferenciado, o gusa verde, que nenhum outro país poderia almejar na escala proposta”, explicou o representante do Ministério da Indústria, Serviços e Comércio Exterior no projeto, João Pignataro.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais