Agricultura pode amenizar efeitos da mudança climática e migração involuntária, segundo FAO e OIM

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Mudança climática lenta chama menos atenção que eventos extremos, mas pode ser muito danosa

Segundo o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, José Graziano da Silva, a mudança climática representa um grande risco para a população na zona rural de países em desenvolvimento.

A questão, muitas vezes, leva à migração motivada por dificuldades. Para o chefe da agência da ONU, estimular a agricultura sustentável é uma parte essencial de uma política eficaz de resposta.

Uma pessoa por segundo

Falando num encontro durante a conferência da FAO, Graziano da Silva citou estudos sobre o tema – em média, cerca de 26 milhões de pessoas se mudam por dificuldades climáticas por ano. Os dados sugerem que esta tendência deve se intensificar no futuro imediato enquanto as áreas rurais estão lutando para lidar com climas mais quentes e chuvas mais irregulares.

Para Graziano da Silva, a “solução para este grande desafio” está em reforçar as atividades econômicas que já envolvem grande parte das populações rurais.

Longo prazo

Já o diretor da Organização Internacional para Migrações, OIM, William Lacy Swing, lembrou que embora eventos mais lentos relacionados à mudança climática sejam menos visíveis que fenômenos extremos como furacões, por exemplo, eles “tendem a ter um impacto muito maior com o tempo”.

Swing citou a secagem durante 30 anos do Lago Chade, hoje em dia um local relacionado à crise alimentar. Ele afirmou que “muitos migrantes virão de áreas rurais, com potencial de impacto ainda maior na produção agrícola e nos preços dos alimentos”.

A FAO e a OIM pediram o reconhecimento das causas e do potencial da migração em políticas nacionais para mudanças climáticas e desenvolvimento rural.

Para Graziano da Silva, desenvolvimento agrícola e rural deve ser parte integral de soluções para desafios ligados ao clima, especialmente quando se relacionam à migração causada por dificuldades.

Ele mencionou serem necessários investimentos em meios de subsistência nas zonas rurais, oportunidades de emprego decente, especialmente para jovens, e planos de proteção social voltados a proteger pessoas de riscos e choques.

Grupo Global

A FAO e a OIM foram escolhidas como líderes em 2018 do Grupo Global sobre Migração, que reúne 22 instituições das Nações Unidas.

As agências estão trabalhando juntas em maneiras de combater as causas da migração, uma questão cada vez mais urgente para a comunidade internacional.


Fonte: Rádio ONU

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