A palavra agricultura deriva do latim e significa “arte de cultivar”. Essa prática surgiu em torno de 10 mil anos atrás, no período Neolítico, no qual a humanidade dominou a prática agrícola e de domesticação de outras espécies. Esse período foi de grande importância para o desenvolvimento da vida humana, já que possibilitou o sedentarismo e surgimento das primeiras civilizações e cidades.
Em meados do século XIX, outro evento importante marcou a história da agricultura: a Revolução Verde. Nela, a ciência forneceu diversas tecnologias que melhoraram a produção agrícola, como o uso de fertilizantes e agrotóxicos, prática da monocultura e melhoramento genético das plantas, bem como avanços tecnológicos nos sistemas de irrigação e máquinas.
Em geral, ela pode ser definida como uma atividade econômica pautada no sistema de cultivo e produção de alimentos, voltada principalmente para o consumo humano. No entanto, a agricultura pode ser praticada de diversos tipos diferentes.
Os tipos de agricultura correspondem às inúmeras maneiras de produzir e cultivar alimentos. Eles variam de acordo com as características do ambiente escolhido para se realizar essa atividade, como condições climáticas, relevo, topografia, composição do solo e demanda de produção existente na região. Como exemplo dos principais tipos, destacam-se:
Mas, qual a agricultura mais praticada no Brasil? Por ser um dos principais exportadores de commodities agrícolas no mundo, o Brasil prioriza a agricultura comercial.
A agricultura no Brasil data-se décadas antes da chegada de Portugal. Os povos indígenas nativos já praticavam a pesca, caça e cultivo de mandioca, milho e batata-doce, além de desfrutar de recursos marítimos e fluviais. Porém, com a chegada dos portugueses, a prática da agricultura expandiu, com o objetivo de crescimento econômico após o declínio da exploração do pau-brasil.
Em meados do século XVI, Portugal decidiu colonizar e explorar o país com a finalidade de povoar e garantir a posse do território. Nesse contexto, foram criadas as capitanias hereditárias, que começaram a viver dos próprios recursos.
Com isso, a plantação de cana-de-açúcar começou a aumentar para o crescimento econômico das capitanias, que exportavam açúcar com grande valor comercial para a Europa. Dessa forma, grandes monoculturas de cana-de-açúcar foram implantadas no Brasil e seu plantio foi considerado o primeiro ciclo econômico brasileiro ligado à agricultura.
De modo geral, a agricultura no Brasil se desenvolveu com a finalidade de produzir poucas culturas de grande valor comercial, atrelando a economia com o seu desenvolvimento.
Sistemas agrícolas são classificações utilizadas para a produção agrícola e pecuária. Pode-se dizer que existem sistemas intensivos e extensivos, que se distinguem a partir do tamanho da área cultivada e do índice de extração alcançado.
A agricultura intensiva corresponde à prática agrícola com altos índices de extração e capital investido. Ela caracteriza-se pelo uso de diversas tecnologias nos meios produtivos como maquinários, tratores e arados mecanizados. Além disso, a agricultura intensiva utiliza grandes quantidades de fertilizantes e agrotóxicos para ampliar o uso da área. Técnicas agrícolas como rotação de cultura também são empregadas.
Por outro lado, a agricultura extensiva caracteriza-se pela utilização de pouca mão de obra e capital investido, diminuindo a utilização de tecnologias, fertilizantes e agrotóxicos. Assim, o rendimento de sua terra depende da qualidade natural do solo, clima e disponibilidade de água.
Considerado um setor essencial na economia, a agricultura brasileira é uma das áreas que mais contribui para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A produção da agricultura comercial, marcada por grandes propriedades rurais e alta tecnologia, é responsável pela exportação de commodities agrícolas para outros países.
Já a agricultura familiar, caracterizada pela mão de obra manual, é responsável por 70% de todos os alimentos consumidos dentro do País, garantindo segurança alimentar e nutricional para a população. Além disso, sua função como gerador de empregos e renda é muito importante para a economia do meio rural.
O solo é o material localizado na superfície do planeta, formado pela ação do intemperismo e da pedogênese. Devido às diversas condições climáticas encontradas ao redor da Terra, os solos também variam em diversos aspectos e tipos.
No geral, um solo propício para a agricultura é aquele rico em minerais, como nitrogênio, fósforo e potássio. Para uma fertilidade constante, também é necessário a presença de comunidades microbianas, que estabelecem uma relação importante de simbiose, em que as comunidades auxiliam na saúde e crescimento nas plantas em troca de nutrientes.
Embora a agricultura seja essencial para a vida humana no planeta, a prática, principalmente intensiva, pode colaborar para a intensificação das mudanças climáticas.
A queima da vegetação local para plantio aumenta a produção de CO2 e outros poluentes da atmosfera. Além disso, o desmatamento causado pelas queimadas pode causar a perda da fauna e flora local, fragmentando habitats e contribuindo para a migração de alguns animais.
O metano (CH4), um dos principais gases responsáveis pelas mudanças climáticas, é um poluente resultante da plantação de arroz e criação de gado, com um potencial de aquecimento 20 vezes superior ao de dióxido de carbono (CO2). De acordo com um artigo da revista Economia & Tecnologia, a área para cultivo de arroz é prevista a ser 4,5% maior até 2030. Como consequência, a emissão de metano tende a crescer, trazendo prejuízos para o meio ambiente.
Com o uso de fertilizantes nitrogenados, a emissão de óxido nitroso (N2O) também tende a crescer. Esse gás é outra fonte de emissão de gases do efeito estufa, sendo, também, responsável pela produção de ácido nítrico e amônia, contribuintes da chuva ácida e acidificação de solos.
Além disso, é relevante citar todo o processo de produção até as mãos do consumidor. Nele, acontecem muitas emissões de gases poluentes, devido ao uso de energias não renováveis para a produção, embalagem, conservação e transporte do alimento.
O uso de pesticidas deve-se, principalmente, a suas propriedades de combate a pragas e doenças nas plantas. No entanto, todos eles possuem algum nível de toxicidade, que podem ser prejudiciais para a saúde humana.
Além disso, alguns pesticidas têm um alto potencial poluidor, como no caso dos Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), substâncias altamente tóxicas e resistentes. Assim, dependendo de sua composição, eles podem contaminar solos, lençóis freáticos e a atmosfera.
Um dos principais problemas referentes à agricultura é o manejo inadequado da água. Devido ao seu uso excessivo, os níveis dos lençóis freáticos diminuem, o que aumenta o custo da extração de água. Em águas costeiras, seu uso exagerado pode acarretar na contaminação de água salgada nos aquíferos, inviabilizando seu uso para irrigação e consumo humano.
O mau uso da irrigação também pode contribuir para alagamentos, prejudicando o crescimento das plantas e composição química do solo.
No caso da poluição das águas, destaca-se o uso de fertilizantes nitrogenados que, quando a concentração de nitrogênio excede a capacidade de absorção das plantas, o nitrato é levado para as águas subterrâneas e superficiais. Esse fenômeno contribui para a eutrofização de lagos e rios, modificando o ecossistema aquático.
Outro desafio relevante é o uso intensificado do solo, que pode resultar na degradação, uma das maiores ameaças para a segurança alimentar. Ela é principalmente causada por processos naturais que são intensificados pela ação humana, como intemperismo e salinização.
Porém, processos artificiais também podem contribuir para a degradação, como a contaminação química pelo uso exagerado de fertilizantes, agrotóxicos e pesticidas, que resultam na improdutividade e infertilidade do solo.
Para a agricultura em áreas íngremes, o uso da terra sofre grande pressão ambiental, já que essas regiões são mais propícias a sofrerem erosão se não forem manejadas de forma adequada. Entretanto, essa prática tende a aumentar, devido ao crescimento populacional e a falta de áreas planas para cultivo, principalmente no sudeste da Ásia.
Com o aumento da agricultura comercial, é importante desenvolver técnicas que diminuam seus impactos ambientais para o uso sustentável dos recursos naturais terrestres. Dessa forma, a agricultura sustentável entra como uma alternativa para reduzir tais impactos. Dentre eles, destacam-se:
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