O agroecossistema é todo o espaço modificado pelo ser humano para a produção agrícola, que leva em conta todos os elementos bióticos e abióticos que auxiliam na sua produção. Seus estudos buscam entender os processos naturais de manutenção e de produtividade no meio rural, buscando um equilíbrio com o ecossistema nativo da região, preservando a produção e a biodiversidade em seu entorno.
Uma plantação agrícola normalmente tem uma menor biodiversidade quando comparada a uma floresta. Contudo, esse espaço de terra ainda é um ecossistema, sendo um lugar de abrigo e de equilíbrio entre espécies (quando não existem pragas), e de inter-relação com os ecossistemas em sua borda.
Os agroecossistemas podem ser definidos como todo espaço modificado pelo ser humano, com o objetivo principal de produção de, ao menos, uma produção agrícola, levando em consideração as plantas, os animais domesticados, os elementos bióticos e abióticos do solo, a rede de drenagem que corta o lote, e as áreas subordinadas para a vegetação originária e vida silvestre.
A ideia central do agroecossistema é estudar os processos de manutenção e da produção no meio rural a médio e longo prazo. Com isso, diversos estudos de como aumentar a produção das atividades, seguindo as diretrizes do seu empreendimento (uma agricultura sustentável, por exemplo) são realizados, tentando melhorar as condições da plantação e a biodiversidade de seu entorno.
Além disso, um agroecossistema busca estudar métodos de influenciar positivamente o seu sistema agrícola, modificando o ecossistema a sua volta e gerando um círculo que se retroalimenta em benefícios. Por exemplo, para evitar que sua plantação seja alvo de pragas, é possível modificar o ecossistema desse espaço, introduzindo espécies que irão se alimentar desses invasores, evitando grandes perdas em sua plantação sem usar pesticidas e sem contaminar os ecossistemas em seu entorno.
A importância dos agroecossistemas é que, ao focar no lucro e produção, ele também procura analisar os elementos bióticos e abióticos ao seu redor. Seu foco é principalmente produzir a longo prazo, com efeitos mínimos a biodiversidade, e ao meio ambiente.
Os estudos agroecossistêmicos, possuem quatro principais propriedades: a produtividade, sustentabilidade, equidade e estabilidade, onde são avaliados se as metas do empreendimento estão sendo atingidas.
A produtividade é sua produção de mercadoria. A estabilidade, avalia a frequência da produtividade, e como um empreendimento consegue se manter ao longo do ano com as adversidades. A sustentabilidade busca analisar a produtividade mesmo quando sua matéria prima é posta em distúrbios. Já a equidade, revela como é feita a distribuição da produtividade.
Um exemplo de indicador para avaliar se um agroecossistema é sustentável ou não, é o Marco para a Avaliação de Sistemas de Manejo de Recursos Naturais Incorporando Indicadores de Sustentabilidade – MESMIS. Nele, são levados em consideração a produtividade, a estabilidade, resiliência, confiabilidade e adaptabilidade, equidade e auto-dependência. Esses pontos buscam responder lacunas de três áreas de avaliação: a ambiental, social e econômica, sendo definidos critérios de avaliação para cada uma delas. Para ver um exemplo dessa metodologia, acesse o pdf.
Podemos pegar como exemplo, os agroecossistemas sustentáveis, que tem como principal objetivo, de criar condições semelhantes a de ecossistemas naturais, mantendo uma produção satisfatória para o produtor. Ou seja, ela busca fundir os pontos positivos de ecossistema natural (estabilidade, equilíbrio, longevidade), que irá gerar um ambiente com uma base ecológica de sustentabilidade.
Esse agroecossistema busca não só trocar os insumos químicos por orgânicos, e sim se apropriar e utilizar os processos vivos e naturais a seu favor, usando delas uma ferramenta vital para a manutenção da sua plantação.
Nesse caso, são empregadas medidas como a produção de biofertilizantes, a proteção da biomassa e da fauna presente no solo, o manejo do solo com a plantação de leguminosas e gramíneas.
Também temos o estudo agroecossistêmicos de várias outros agrossistemas, como: os tradicionais, que normalmente são utilizados mão de obra familiar e com baixa tecnologia e voltado para subsistência; os modernos, voltado para o comércio e com um grande uso de tecnologias, intensa produção, uso de agrotóxicos e de maquinarias modernas; e os alternativos que apresentam uma agricultura orgânica, sem o uso de defensivos agrícolas artificiais, voltado para a preservação e equilíbrio socioambiental.
Enquanto o ecossistema é uma área que busca compreender a interação entre diferentes comunidades de um local com o ambiente e si próprios, o agroecossistema estuda esse mesmo tópico, mas em ambiente alterado pelo homem para a produção de alimentos.
Normalmente, em um agroecossistema, vamos ter um ambiente que busca uma maior produtividade, gerando um espaço de maior artificialização que os ecossistemas naturais, uma menor diversidade, uma seleção de indivíduos artificiais (para uma melhor longevidade do cultivo), diminuição da cadeia alimentar, e com um fluxo de energia mais aberto.
Sendo assim, os estudos nessa área de agroecossistemas se mostram muito importantes, sobretudo com um olhar de sustentabilidade e dialogando com a agroecologia. Dessa forma, será possível substituir a agricultura convencional, que há décadas vem causando grandes danos ambientais e de exclusão social dentro do meio rural. Tendo um maior conhecimento dessa área, será possível também a criação de novas técnicas menos danosas ao meio ambiente, que possam substituir as práticas introduzidas pela Revolução Verde.
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