Agroindústria é o setor responsável por alterar as matérias-primas de modo que resultem em subprodutos para seus compradores. As matérias-primas são produtos da agricultura, pecuária, aquicultura e silvicultura, e a agroindústria as transforma em mercadorias como carnes, combustíveis, cereais e roupas. As agroindústrias podem variar de pequenos negócios familiares a grandes complexos agroindustriais.
Os produtos industrializados são materiais naturais que passaram por um intenso processo de modificação na sua estrutura. No processo da fabricação do queijo, por exemplo, desde a extração da matéria-prima (leite) até o consumo, o leite passa por um conjunto de atividades que mudam sua estrutura de forma sistemática.
A agroindústria é separada em duas categorias: as agroindústrias alimentares e não alimentares. Na categoria alimentar, as matérias-primas que chegam da agropecuária são processadas com o objetivo de serem vendidas para o consumidor final. Itens frigoríficos como laticínios e presunto de peru embutido são exemplos nesse sentido. Já a categoria não alimentícia tem por objetivo modificar a matéria-prima para dar origem a um produto que não serve para a alimentação de um indivíduo, como o biodiesel e algumas peças de roupas.
Muitas vezes olhamos para o que comemos e não nos damos conta da complexidade e dos processos a que o nosso alimento foi submetido. Assim como quando vestimos uma roupa, poucas vezes procuramos saber sobre como ela foi feita e qual sua matéria-prima.
A agroindústria é a principal responsável por modificar as matérias-primas recebidas do setor agropecuário. No contexto brasileiro, a agroindústria foi desenvolvida de forma planejada e com incentivo estatal. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) concentrou grandes investimentos nesse setor, consolidando essas indústrias no território brasileiro. Desde os anos 90, esses investimentos vêm se intensificando, subsidiando o financiamento de máquinas e abertura de novos negócios, por exemplo.
Os subsídios estatais complexificam a cadeia produtiva do agronegócio, alterando as matérias-primas da agropecuária e agregando valor ao produto pela cadeia produtiva (com um produto mais complexo, maior será seu preço). Esses investimentos facilitaram, sobretudo, o Brasil a se consolidar como exportador de vários produtos industrializados, utilizando insumos produzidos no próprio país, por exemplo a indústria de carnes.
Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a agroindústria corresponde a cerca de 5,9% do PIB brasileiro (Produto Interno Bruto), sendo responsável pelo processamento e transformação de matérias-primas vinda do setor agropecuário, integrando o meio rural com industrial.
Como já vimos anteriormente, a agroindústria muda as matérias-primas vindas do setor agropecuário, e o transforma em um produto industrial, podendo ser ele alimentício ou não. A agroindústria busca aumentar a produtividade e a validade dos seus produtos.
Alguns pontos positivos desse setor são: o aumento do preço da matéria-prima, já que sua demanda irá crescer; um aumento dos serviços para a comercialização desses produtos (agrosserviços); a agroindústria oferece empregos no meio rural, impedindo a saída de alguns indivíduos desse meio; integração da produção agropecuária ao sistema industrial.
Além disso, quando implementadas da maneira correta (levando em consideração a produção local e o impacto que fará na economia da região), é responsável por multiplicar os empregos na região, criando centros produtivos e mudanças econômicas e sociais nas cidades em que influenciam.
Contudo, as agroindústrias ainda causam impactos socioambientais negativos. A atividade agroindustrial gera contaminação dos corpos hídricos com lançamento de efluentes sem o tratamento prévio necessário; contaminação do solo pelo descarte incorreto dos resíduos sólidos; impacto na biodiversidade no local da implementação, contaminação da atmosfera pelos gases emitidos, principalmente nas cadeias de produção que usam caldeira para produzir calor e vapor d’água.
Podemos citar como pontos sociais negativos o aumento de doenças na região em que a atividade se estabelece, com o incorreto manejo dos resíduos e o aumento de incômodo para a população no seu entorno pelo aumento de ruídos sonoros e odores desagradáveis (pela deterioração de resíduos e efluentes).
Os agricultores familiares são os produtores de matérias-primas agropecuárias vindas de pequenas propriedades rurais. Nessa atividade, a força de trabalho é prioritariamente familiar, e a produção do produto está vinculada à capacidade da propriedade rural em produzir e processar a matéria-prima. Ela também pode ser encarada como uma alternativa mais agradável socialmente e culturalmente, se implementadas de maneira correta, ambientalmente.
Normalmente, as agroindústrias familiares aproveitam a produção excedente que o produtor rural não consegue inserir no mercado, ou em uma maior necessidade de agregar valor a uma determinada matéria-prima pelo seu baixo custo.
Então, esse setor é responsável por agregar valor aos produtos, aumentando a renda da família, podendo ser o pilar da propriedade rural. Outro fator econômico de relevância é a geração de oportunidades de trabalho que melhora as condições de vida no meio rural e fixa o ser humano no campo.
Já pelo lado cultural, a agroindústria familiar valoriza e perpetua as tradições e costumes, com a comercialização de produtos tradicionais regionais, como o açaí na região norte do país.
Mas, esse recorte específico da agroindústria tem a taxa de sobrevivência bem baixa, dada a dificuldade de inserção de seus produtos no mercado e a falta de incentivo para sua produção, além de ter um acúmulo tecnológico baixo. Para saber mais sobre agroindústria familiar, acesse o pdf da Embrapa.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais