Atividade agropecuária é responsável pela maior parte da degradação do solo no mundo, aponta ONU

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De acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas, cerca de 40% das terras do planeta já foram degradadas por ações humanas. Entre as causas do dano crescente, a ONU aponta a produção de comida como uma das maiores contribuintes, porém o consumo de outros bens, como as roupas, também são responsáveis. 

A degradação da terra conta com diversos fatores e não apenas a desertificação do solo. Áreas verdes, como as de pasto, por exemplo, podem ser consideradas degradadas por serem desprovidas de vegetação natural em casos de cultivo intenso. Os fatores que indicam a degradação são o esgotamento de recursos naturais, fertilidade do solo, água, vegetação nativa e biodiversidade. 

Os dados divulgados pela ONU apenas contabilizam os danos causados pela agropecuária dentro da degradação da terra, uma vez que seus impactos nas mudanças climáticas já foram comprovados. Dentro desses danos, o principal responsável é o desmatamento que ocorre para abrir campos de pastos para os animais, que resulta na exaustão do solo e na escassez de água. 

Porém, os outros danos gerados por essa indústria também contribuem para a perda de biodiversidade da fauna e flora, que impactam negativamente os ecossistemas locais e ajudam na exacerbação da crise climática, uma vez que o solo perde sua habilidade de absorver e armazenar carbono. 

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O consumismo na área da moda também foi apontado como um dos culpados para a degradação da terra, que contribuem para a poluição e escassez de água. 

Porém, enquanto os resultados da exploração do meio ambiente são mais visíveis em países em desenvolvimento, a maioria dos danos são causados por aqueles desenvolvidos. 

Sem a ação necessária para desacelerar a degradação, especialistas acreditam que até 2050 uma área equivalente ao tamanho da África do Sul será impactada. 

As soluções exploradas pela ONU para interromper o crescimento desses danos contam com a agricultura regenerativa — que visa a regeneração e manutenção de todo o sistema de produção alimentar, incluindo as comunidades rurais e os consumidores. 

Os métodos indicados incluem a plantação de árvores para prevenir e erosão do solo, reaproveitamento da água da chuva e a mudança de métodos de cultivo para cultivo em terraços e contornos. Embora acredite-se que agricultores não usem as técnicas pela pressão envolvida na superprodução, a ONU afirma que a mudança para esses métodos tenha retorno financeiro e outros benefícios. 

A interrupção do consumo da carne também já foi vista como uma solução para retardar os efeitos do aquecimento global. Uma matéria publicada pelo site Scientific American conseguiu comprovar que a eliminação total de carne e seus derivados pode salvar o planeta do colapso ambiental. Se essa substituição acontecesse e o consumo de carne fosse extinto em até 15 anos, as emissões de dióxido de carbono anuais diminuiriam em 68%, número equivalente a 1 bilhão de toneladas de CO2.

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A degradação atual afeta diretamente a água, solo, comida, carbono e diversidade e pode, principalmente, impactar comunidades de pessoas menos afortunadas. O relatório implica que será impossível alimentar a população crescente com a escassez de solo para plantio. 

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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