Agropecuária é uma atividade econômica que envolve tanto a agricultura (cultivo de plantas) quanto a pecuária (criação de animais), abrangendo a produção de alimentos, fibras, combustíveis e outros produtos relacionados à utilização de recursos naturais.
As atividades agropecuárias são, em sua maioria, exercidas nos interiores de diversos países, e desempenham um papel relevante na garantia da segurança alimentar e de abastecimento, especialmente em situações de eventuais conflitos internacionais.
Em virtude dessa importância estratégica, muitos países adotam medidas de proteção e subsídios para promover e sustentar essas atividades. Elas contribuem para o maior percentual de exportações do agronegócio, e garantem que o país possa produzir uma grande quantidade de produtos que serão adquiridos por outras nações.
Agropecuária é um termo que inclui tanto a produção de cultivos agrícolas quanto a criação de gado e outros animais. Já o agronegócio é um conceito mais amplo que engloba todas as etapas do processo, desde a produção até a chegada dos produtos ao mercado.
Agronegócio envolve não apenas plantar e criar animais, mas também está ligado à especulação de terras e dos preços de commodities. O agronegócio está relacionado tanto com o valor especulativo, processamento, quanto com transporte e armazenamento.
A agropecuária, como dito anteriormente, é um conjunto de atividades essenciais para a produção de alimentos (gado de corte, vegetais, leite, entre outros) e matérias-primas (por exemplo, combustíveis). Além disso, ela contribui para a economia do país como um todo.
Em contrapartida, as atividades agropecuárias, quando realizadas de forma irresponsável, geram diversos impactos socioambientais como desmatamento, uso intensivo de recursos naturais, emissões de gases de efeito estufa, desemprego no campo e perda da soberania alimentar e conhecimentos tradicionais.
Além disso, o uso de agrotóxicos pode causar riscos para a saúde dos trabalhadores e da população que posteriormente irá consumir os produtos com estes agroquímicos.
Outro ponto importante sobre a agropecuária é que ela pode ser exercida de diferentes formas, cada uma delas com suas vantagens e desvantagens.
Agropecuária intensiva envolve o uso concentrado de recursos em áreas menores, buscando altos rendimentos por unidade de área ou animal. Nestes sistemas, a criação de animais ocorre por confinamento e semiconfinamento, e essa grande aglomeração gera debates sobre a saúde, nutrição e bem-estar dos animais.
As vantagens da agropecuária intensiva se referem à grande produtividade utilizando uma área menor, o que não necessita de desmatamento para que se produza mais. Entretanto, a necessidade de se utilizar tecnologias com alto custo e mão de obra especializada, alimentos relativamente sintéticos, remédios que permanecem na carne após o abate e técnicas de melhoramento genético podem gerar impactos negativos aos animais e consumidores finais.
Agropecuária extensiva, por outro lado, abrange áreas maiores, com menor uso de insumos por unidade, mas produzindo volumes menores. Esta consiste na criação de gado que permanece solto em áreas extensas de pasto, e representa a maior parte dos sistemas de criação de animais no Brasil.
A grande vantagem da agropecuária extensiva é o relativo baixo investimento necessário, uma vez que boa parte da alimentação dos animais se dá pelo pasto disponível na propriedade onde são criados. Porém, a necessidade de se utilizar grandes áreas acaba acarretando em diversos impactos ambientais, como desmatamento e degradação de biomas e ecossistemas nativos.
A agropecuária no Brasil remonta à época da colonização, quando a Coroa portuguesa delegou tarefas de colonização e exploração aos colonizadores, o que culminou nas chamadas capitanias.
Após a decadência da exploração do pau-brasil, árvore extensivamente extraída e comercializada, outras culturas agrícolas, como cana-de-açúcar, que possuíam grande valor comercial na Europa foram introduzidas pelos colonizadores europeus.
A criação de animais também foi uma atividade que, junto à agricultura, foi se desenvolvendo ao longo do tempo, influenciados por fatores sociais, tecnológicos e econômicos.
Desde então, a agropecuária brasileira vem evoluindo em termos de tecnologia e produtividade, fazendo com que o Brasil seja um importante exportador de commodities no mundo, como soja, café, celulose, açúcar, carne bovina, milho dentre outras.
A agropecuária desempenha um papel importante na economia brasileira, contribuindo para a geração de empregos, produção de alimentos, mercado interno e exportações, além de desenvolvimento regional.
Segundo o relatório técnico Agropecuária Brasileira em Números, do Ministério da Agricultura e Pecuária, no primeiro semestre de 2023, as exportações do agronegócio alcançaram mais de 97 milhões de dólares, sendo boa parte destes produtos oriundos de atividades agropecuárias.
O mesmo relatório levantou que, no mês de junho, havia mais de 61 mil vagas de emprego formais ocupadas no setor agropecuário. Este número pode parecer pequeno em comparação à quantidade de registros em áreas como construção civil e serviços, mas é relevante pois as atividades agropecuárias são exercidas principalmente em locais afastados dos centros urbanos, com população reduzida e de pouco acesso a bens e serviços.
Vale ressaltar que parte das atividades agropecuárias são praticadas por trabalhadores informais, como os agricultores familiares, e que sua importância vai além dos registros oficiais.
Um dos principais impactos ambientais da expansão da agropecuária no Brasil é o desmatamento, sobretudo por conta de práticas de agricultura e pecuária extensivas. Segundo o Conselho Federal de Biologia (CFBio), mais de 97% do desmatamento registrado entre 2019 e 2021 foi gerado pelo setor agropecuário.
Além disso, o desmatamento traz consigo outros impactos ambientais, como a perda de habitats naturais, degradação de diferentes biomas, diminuição da biodiversidade e liberação de CO2 na atmosfera.
Outro dado importante do CFBio diz respeito ao impacto socioambiental que o desmatamento gera sobre populações indígenas. Em 2021, foi registrado pelo menos um evento de desmatamento em 232 terras indígenas (cerca de 40% do total). Neste sentido, a agropecuária pode ser uma prática insustentável, do ponto de vista ambiental e social, caso não tenha como premissa ações que visem o cuidado com o meio ambiente e a população como um todo.
Para tornar a agropecuária mais sustentável, é necessário adotar práticas que busquem não somente o aumento da produção, mas a boa qualidade dos produtos, a valorização do trabalho agrícola e a proteção ambiental.
Isso envolve o manejo sustentável do solo e recursos hídricos, como promovido pela agroecologia, buscando conservar sua saúde e fertilidade, além da conservação da biodiversidade para preservar os ecossistemas naturais.
Reduzir o uso de agroquímicos também é crucial para diminuir os impactos ambientais e os riscos à saúde humana associados a essas substâncias. Além disso, a aplicação de técnicas de agricultura de precisão contribui para a otimização do uso de recursos disponíveis, assegurando que fertilizantes e pesticidas sejam aplicados somente onde e quando necessário. Isso não apenas reduz o desperdício, mas também promove uma produção mais eficiente e sustentável.
Outra forma de aumentar a eficiência da produção agropecuária é a adoção de sistemas de produção integrada. Estes proporcionam uma abordagem que leva em consideração as interações entre culturas, animais e ambiente, aumentando a produtividade e reduzindo potenciais impactos.
Por fim, investir em energias renováveis reduz a dependência de combustíveis fósseis, gerando menos emissões de gases do efeito estufa e contribuindo para a transição energética.
Tudo isso unido à educação ambiental pode criar sistemas de produção agropecuária mais alinhados com os princípios da sustentabilidade.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais