A água boricada é uma solução límpida, incolor e inodora com proporção de 3% de ácido bórico. Muito utilizada para tratamentos oculares, ela pode proporcionar benefícios terapêuticos, mas também apresenta riscos para a saúde se for usada de maneira incorreta.
O ácido bórico é o componente mais significativo da água boricada e é o que lhe confere propriedades antissépticas, antibacterianas e antifúngicas. A absorção do ácido é mais eficaz por meio de ferimentos. Entretanto, esse contato, assim como a ingestão oral, pode causar intoxicação.
A exposição à poeira do ácido bórico costuma provocar irritação ocular. Devido aos relatos de toxicidade, sua venda é raramente disponível em alguns países. Seu emprego como solução antisséptica nos EUA, por exemplo, foi banido pela classe médica.
No Brasil, o ácido bórico é apresentado em concentrações de até 5% em produtos vendidos sem prescrição médica, usadas para automedicação. Mas isso pode ser um motivo de preocupação, tendo em vista que algumas agências de saúde, questionam a segurança do uso tópico de ácido bórico como antisséptico para os olhos.
Assim, é importante notar que o ato de diagnosticar qualquer problema de saúde e prescrever o tratamento adequado é trabalho de médicos e outros profissionais da saúde. Portanto, antes de usar a água boricada é importante entrar em contato com um especialista.
O uso medicinal da água boricada se deve principalmente à sua ação antisséptica contra bactérias e fungos. Normalmente, a água boricada pode ser aplicada nos olhos, em ferimentos na pele e até mesmo em furúnculos.
Mesmo sendo divulgada como um produto benéfico para o tratamento de feridas, acredita-se que o uso da água boricada em machucados abertos pode ser prejudicial. De acordo com uma análise sobre os usos do produto, pode-se afirmar que o líquido é rapidamente absorvido através da pele danificada e feridas. No entanto, foi relatado que o seu contato pode causar irritação moderada da pele e das membranas mucosas
A água boricada nos olhos tem se mostrado como uma opção para o tratamento de afecções. Entretanto, seu uso inadequado pode ser nocivo e até piorar os casos de doenças oculares.
Um estudo analisou o uso de água boricada nos olhos e concluiu que a aplicação incorreta da água boricada pode piorar quadros de afecções.
De acordo com o estudo, os frascos de medicamentos e soluções de água boricada podem ser veículos de transferência de micro-organismos patógenos para os olhos.
Foram encontradas bactérias da espécie Staphylococus aureus nas tampas de frascos que continham água boricada, enquanto no tecido conjuntivo do usuário do mesmo frasco de água de boricada, foi encontrada a bactéria Morganella morganii.
O estudo sugere que esse tipo de contaminação se deveu ao tempo em que o frasco esteve aberto (que era de uma semana) e ao descuido do usuário ao apoiar a tampa do recipiente em qualquer lugar.
Outras bactérias encontradas em frascos abertos de água boricada foram a Staphylococcus sp e a Staphylococcus coagulase. No tecido conjuntivo das pessoas que usaram esses frascos de água boricada, foram encontradas as bactérias Staphylococcus coagulase, Staphylococcus aureus, Corynebacterium xerosis, Morganella morganii, Streptococcus viridans e Escherichia coli.
Sendo assim, mesmo que a água boricada apresente efeitos terapêuticos antissépticos, existe a possibilidade de contaminação por mau uso, trazendo riscos para a saúde dos olhos. O estudo em questão mostrou que inclusive em hospitais existe esse tipo de contaminação.
Além do risco de contaminação por micro-organismos patógenos, a água boricada não é um produto desenvolvido especialmente para uso oftalmológico.
A partir da década de 1920, foi exigido que todos os produtos feitos para serem aplicados nos olhos fossem preparados de maneira isotônica, ou seja, que apresentassem concentração próxima à dos líquidos que compõem os olhos. Como a água boricada não possui necessariamente a característica isotônica, ela não se apresenta como um produto completamente seguro para emprego nos olhos.
Antes de fazer o uso da água boricada, um médico deverá ser consultado. Técnicas de automedicação não substituem, em hipótese alguma, a opnião e as dicas de um profissional da área médica. No caso de uma reação colateral ao uso da água, se os sintomas persistirem, converse com a farmacêutica responsável pelo produto.
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