Rosmarinus officinalis (em latim: ros = orvalho; marinus = mar), conhecido como alecrim ou alecrim-da-horta, é uma espécie originária da região do Mediterrâneo e muito conhecida no Brasil. Quem nunca escutou a música “Alecrim Dourado”?
Durante centenas de anos, na Europa, a planta foi associada com a memória. Na peça Hamlet, de Shakespeare (ato IV, cena 5), Ofélia mostra um ramo de alecrim para seu irmão Laertes e diz: “Ali está um alecrim, ele é para lembrança; Reze, ame e lembre…”.
Com folhas estreitas, pontiagudas e caule lenhoso, apresenta flores azuis e formato de arbustos (que podem chegar a dois metros de altura). O alecrim é uma erva aromática da família Lamiaceae, como menta, lavanda e orégano.
O chá é o método mais comum de consumir a erva. Além do aroma, o sabor também agrada muitas pessoas. A Anvisa apresenta a seguinte receita como orientação de preparo do alecrim por infusão:
O chá de alecrim pode causar alguns efeitos adversos, portanto essa dose é recomendada para pessoas acima de 12 anos de idade. Lembrando que no modo certo é usado as folhas secas da erva.
As folhas de alecrim possuem diversos compostos químicos (como o carnosol, ácido carnósico e os ácidos fenólicos), que possuem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, relaxantes, aromas e sabores. As ações farmacológicas presentes na erva podem ativar a circulação periférica e funcionam como anti-inflamatório. Sendo assim, o alecrim pode ser utilizado de várias formas, desde em alimentos até na inibição do crescimento de tumores.
Estudos mostram que extratos da erva podem prevenir a replicação de células cancerígenas, inibindo assim o crescimento tumoral.
Pesquisas apontam que o chá de alecrim é rico em propriedades que podem ajudar na redução da pressão arterial, podendo tratar problemas de hipertensão.
Outros estudos mostraram certa influência do óleo essencial do alecrim sobre a memória. Foi observado que voluntários, quando expostos ao aroma que o óleo essencial do alecrim possui, apresentaram melhor desempenho em um teste de memória.
A erva é conhecida mundialmente como um remédio caseiro para gripes e resfriados. A ação expectorante do alecrim durante a inalação ajuda a limpar as vias aéreas e facilitar a respiração. Além disso, suas ações antivirais e antimicrobianas estimulam a circulação sanguínea para o cérebro, que alivia a dor de cabeça.
As formas mais comuns utilizadas se dão naturalmente, em chá, em pó, extrato e óleo essencial. Entre suas utilizações benéficas, estão:
Apesar de ser utilizado com diversos propósitos, algumas propriedades ainda não são explicadas e totalmente provadas pela ciência. Estudos ainda são feitos sobre algumas propriedades e suas possíveis utilizações e toxicidades. Portanto, o alecrim deve ser consumido com algumas considerações em mente.
Desde os tempos antigos, plantas são utilizadas para fins medicinais, como cura, prevenção de doenças ou tratamento de sintomas. Além disso, no Brasil, o uso de ervas com efeitos medicinais é cada vez mais popular, porém, em sua grande maioria, sem qualquer orientação médica.
No entanto, é bom lembrar que não é porque um produto é natural que ele é totalmente seguro. O alecrim, por exemplo, possui algumas contraindicações. Algumas plantas e recursos naturais possuem compostos que, dependendo da frequência e da quantidade utilizadas, podem causar danos à saúde e serem bem perigosos.
O alecrim não é uma exceção e há níveis de consumo que podem torná-lo tóxico para a saúde.
Algumas pessoas podem adquirir irritações na pele ao entrarem em contato com a erva.
Algumas pessoas associam o consumo do alecrim ao aborto. Pesquisas feitas com extrato em ratos apresentaram o efeito embriotóxico, causando o aborto.
Outras pesquisas afirmam que o consumo do alecrim pode causar um efeito diurético, aumentando assim o risco de desidratação e alterando a concentração de lítio no corpo, podendo chegar a níveis tóxicos. Em doses acima das recomendadas pode causar nefrite (doença inflamatória dos rins) e distúrbios gastrointestinais.
Portanto, a erva não é indicada para mulheres grávidas, pessoas com reações alérgicas ou com hipersensibilidade, gastroenterites e com histórico de convulsões. Como tudo na natureza, o alecrim tem seus prós e contras, mas não se desespere! O consumo moderado e consciente pode trazer muitos benefícios, não alcançando seus níveis tóxicos. A utilização como tempero para alimentos é considerada segura.
Um estudo realizado pela Universidade Federal de Pelotas mostrou que o alecrim pode ser usado para o controle de biofilme e, dessa forma, de candidíase e outras infecções orais.
Os biofilmes são estruturas biológicas organizadas, onde os micro-organismos formam comunidades estruturadas, coordenadas e funcionais. Os biofilmes fúngicos têm se destacado devido a sua alta capacidade patogênica, com ênfase nos biofilmes formados por Candida albicans.
Segundo a literatura, a Candida albicans é a principal espécie envolvida na formação do biofilme dental, que conduz a quadros graves de candidíase, estomatite, gengivite e outras infecções orais.
Ao testar algumas formulações, a pesquisa concluiu que os extratos de alecrim foram eficientes no controle de biofilme e podem tornar-se uma alternativa na profilaxia e eliminação do biofilme causado por Candida albicans.
Agora que você sabe os benefícios e os riscos de consumir essa planta, que tal aprender a fazer o chá? A receita é bem simples e pode ser feita em casa:
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais