Entenda mais sobre a alexitimia e porque ela não é um transtorno de saúde mental
A alexitimia é um termo usado para caracterizar a dificuldade em sentir e expressar emoções. Na verdade, a palavra vem do grego e significa falta de palavras para descrever emoções. Sua primeira menção ocorreu na década de 70 por Peter Sifneos, um psiquiatra norte-americano. Mesmo não sendo um termo conhecido, é estimado que uma a cada dez pessoas viva com a condição — que não é exatamente um transtorno de saúde mental, e sim um segundo diagnóstico para condições pré-existentes da saúde mental, como a depressão e o autismo.
Isso não significa, contudo, que pacientes com essas condições necessariamente apresentam alexitimia e partilhem dessas dificuldades. De acordo com estudos da área, essa porcentagem de pacientes é pequena.
Diferentemente da apatia, uma pessoa com alexitimia pode apenas não vivenciar emoções com a mesma intensidade que pessoas sem a condição, o que dificulta a identificação de sentimentos socialmente apropriados, como a felicidade e o sentimento de empatia.
É estimado que 13% da população viva com alexitimia, que é mais comum em homens do que em mulheres. Uma pesquisa realizada na China, por exemplo, comprovou que cerca de 30% dos prisioneiros já vivenciaram esses sentimentos — ou sua falta.
Sintomas
Os sinais e sintomas de alexitimia incluem:
- Dificuldade em identificar sentimentos e emoções
- Problemas em diferenciar entre emoções e sentimentos corporais associados às emoções
- Comunicação limitada
- Dificuldade em ler, responder e reconhecer emoções das outras pessoas e em si mesmo — incluindo tons de voz e expressões faciais
- Falta de imaginação
- Problemas com introspecção
- Dificuldade em comunicar emoções
- Pensamentos rigidamente lógicos e controlados
- Parecer estóico, distante e sem humor
- Falta de satisfação na vida
Causas
Não se sabe ao certo quais são as possíveis causas da alexitimia. Enquanto muitos especialistas acreditam que o desenvolvimento da condição pode depender de fatores genéticos, ela também pode resultar de outras causas, como:
- Fatores ambientais: podem ser diversos, como trauma, fatores socioeconômicos e a presença de transtornos mentais ou condições físicas.
- Lesão cerebral: alguns estudos mostram que lesões cerebrais localizadas na ínsula anterior podem resultar em sintomas similares aos da alexitimia.
Riscos
Os riscos de desenvolvimento da condição incluem:
- Ser homem
- Idade avançada
- Baixo nível de educação
- Baixo nível socioeconômico
- Baixa inteligência emocional
- Trauma
Além disso, a alexitimia pode ser mais facilmente apresentada em conjunto com outras condições, como:
- Depressão
- Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade — embora só seja associado com hiperatividade e impulsividade
- Esquizofrenia
- Autismo
- Alzheimer
- Epilepsia
- Esclerose múltipla
- Parkinson
- Distonia
- Derrame
- Doença de Huntington
- Lesão cerebral traumática
Diagnóstico
Como a alexitimia não é considerada um transtorno mental, seu diagnóstico pode ser difícil. Porém, ele é feito com a ajuda de profissionais da saúde mental. Geralmente, são feitos testes para a identificação da condição, além de questionários e outras perguntas relacionadas às suas características.
Tem cura?
Acredita-se que a alexitimia não tenha cura e nem tratamentos individuais. O seu tratamento pode depender de outra condição pré-existente ou alguma forma de terapia, como a terapia em grupo, terapia cognitivo-comportamental (TCC) e psicoterapia.
Como ajudar uma pessoa com alexitimia?
A terapia é o melhor jeito para ajudar pacientes que apresentam a condição. Profissionais da área da saúde mental podem identificar e passar tratamentos apropriados ao paciente e encaminhá-los a uma vida melhor.
Além disso, é necessário agir com paciência e empatia. Embora não seja reconhecida como transtorno mental, a alexitimia traz dificuldades e pode impactar negativamente a vida das pessoas. Muitas das emoções socialmente apropriadas podem ser difíceis de ler, expressar e reconhecer, portanto, é necessário agir com sensibilidade.