As algas verdes são organismos presentes em ambientes aquáticos e terrestres, apresentando variedade de tamanho (sendo a maioria microscópica), forma e hábitos de vida. Elas possuem diversas semelhanças com as plantas terrestres, tendo o mesmo tipo de pigmento (clorofila) e produzindo quantidades parecidas de carboidratos durante a fotossíntese. Por esse motivo, acredita-se que esse grupo de organismos tenha um ancestral em comum com as plantas, mas os dados de registros fósseis ainda são escassos para fazer essa afirmação.
As algas verdes estão reunidas no clado (classificação da biologia) Viridiplantae, sendo popularmente conhecidas como viridófitas ou plantas verdes. Esse grupo se caracteriza por produzir o mesmo tipo de clorofila, tendo a constituição da parede celular, o sistema reprodutivo e os dados sequenciais moleculares semelhantes.
Além disso, há uma outra subdivisão que dá origem a dois grupos de algas verdes. O primeiro, chamado Clorófitas, é formado apenas pelas algas verdes, enquanto o segundo, Estreptófitas, é constituído pelas algas verdes e pelas embriófitas (grande parcela de plantas que, quando fecundadas, formam um embrião). Alguns exemplos de algas verdes são a alface-do-mar, a caulerpa, a spirulina e o codium.
O crescimento das algas verdes está vinculado à disponibilidade de nutrientes e à luz subaquática. Contudo, suas espécies apresentam variabilidade e peculiaridades entre si. Entre as espécies de alga verde, há alternância em características como a capacidade de absorção de nutrientes e captação da luz solar e distribuição geográfica – elas se distribuem dos pólos à linha do equador.
Essa flexibilidade torna o grupo capaz de se adaptar a diferentes ambientes, principalmente em lagos de água doce. Mas algumas algas verdes também colonizam lagos hipersalinos, mares, ecossistemas ácidos e alcalinos e corpos d’água parados ou em constante movimento. Elas também cobrem rochas, musgos e gelo.
As algas verdes podem ser unicelulares ou pluricelulares, tendo sua reprodução vegetativa, esporádica e gamética, ou seja, podem se reproduzir por intermédio da fragmentação, pelos esporos, ou por gametas (móveis e imóveis).
O ciclo de vida dessas algas é semelhante ao ciclo das algas vermelhas e pardas. Elas realizam tanto ciclo diplonte, em que os indivíduos diploides (2n) geram gametas haploides (n) pela meiose, e ciclos de vida parecido com as das plantas, variando as fases de indivíduos haploides e diploides, alterando, também, sua reprodução entre assexuada e sexuada.
A reprodução assexuada, se dá de três maneiras. A primeira é através da fissão binária, onde há a divisão celular com a duplicação do DNA, dividindo a célula em duas partes, e cada célula, recebendo uma cópia de DNA. A segunda é por intermédio da fragmentação, que se dá em indivíduos multicelulares que, após uma fragmentação, conseguem se regenerar com DNAs iguais. A última maneira de reprodução assexuada, é pela zoosporia, que são vistas em algas que produzem esporos flagelados (esporângios) que, ao caírem em um lugar adequado, começam a se desenvolver.
Já na reprodução sexuada temos dois principais ciclos. A primeira delas é o ciclo habionte haplonte, em que duas algas haplóides (n), que funcionam como gametas, se juntam (fecundando), dando origem a um zigoto diplóide (2n). Depois disso, o zigoto vai passar por uma redução do número cromossômico (meiose zigótica), formando novamente duas células haplóides prontas para uma nova reprodução.
O segundo ciclo, vai ser dado em duas fases de reprodução sexuada e assexuada. Nesse tipo de reprodução, temos a alternância de gerações, tendo indivíduos haplóides (onde há a produção de gametas) e diplóides (onde há a produção de esporos). Esse ciclo começa com as algas diplóides (gametófitos 2n) produzindo esporos (n) por meiose espórica, reduzindo o número cromossômico pela metade.
Após essa etapa, os esporos são soltos e quando caem em um local adequado, vão dar origem a um indivíduo gametófitos (n). Por meio da mitose, esses indivíduos vão produzir gametas haplóides (n) que serão soltos no corpo hídrico e, quando fecundados, darão origem ao zigoto que vai gerar um indivíduo esporófito, realizando o ciclo diplobionte.
Na natureza, as algas desempenham um importante papel ecossistêmico. Elas produzem uma grande quantidade de oxigênio que é emitido para a atmosfera (cerca de 70%), além de serem um importantes produtoras primárias, formando a base da cadeia alimentar. Devido à alta capacidade de capturar carbono, as algas são consideradas “sumidouros de carbono”. Este carbono absorvido pelas algas marinhas é chamado de “carbono azul” e, diferente do “carbono terrestre”, demora longos períodos de tempo para retornar para a atmosfera.
Nesse contexto, com a alta capacidade de armazenamento de carbono, as algas se mostram como agentes importantes para a mitigação das mudanças climáticas, sendo imprescindível a sua conservação, sobretudo em áreas com grande potencial de estoque de carbono. Além da importância ecossistêmica, as algas verdes estão presentes em diversos produtos no mercado, sendo usadas em vários setores da economia.
Elas possuem bastante clorofila e são ricas em proteínas, sais minerais e vitaminas do complexo B. Devido às suas propriedades antivirais e antioxidantes, esse tipo de alga é consumido com frequência na forma de suplemento para prevenir doenças. As algas verdes ainda servem como adubo natural, sendo um componente para a produção de fertilizantes agrícolas. Por serem altamente eficazes na decomposição de resíduos orgânicos, elas também são usadas no tratamento de esgoto.
Somado a isso, as algas verdes são fontes de alimentos para peixes e ricas em alginatos, substâncias que compõem produtos cosméticos como máscaras de colágeno. Elas também servem de matéria-prima para produtos sustentáveis como limpadores de ar e purificadores de água. Futuramente, as algas poderão servir para a produção de energia e tecnologia verde, podendo ser usadas como um mecanismo de mitigação às mudanças climáticas.
Estudos mais recentes da Mizzou Engineering conseguiram manipular as estruturas de algas diatomáceas alterando sua forma e tamanho, tornando possível controlar seu crescimento, e produzir em massa. Esses trabalhos mostram que é possível modificar os componentes das algas para, no futuro, gerar produtos industriais e de consumo em larga escala.
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