O algodão é uma fibra natural derivada da planta do algodoeiro, comumente usado para a produção de tecidos na indústria da moda. Esse material é produzido por uma árvore do gênero Gossypium, que pertence à mesma família do quiabo, cacau e o hibisco, a Malvaceae.
O algodão é uma planta de climas tropicais e subtropicais, logo, ele cresce em regiões quentes e, dificilmente, em lugares com temperaturas muito baixas. O algodão é produzido em vários lugares do mundo, tendo sua produção mundial concentrada nos Estados Unidos, Brasil, China, Turquia, Índia, Sudão e em toda a Ásia menor.
A fibra, que cresce sobre a flor da árvore de algodoeiro, é composta de celulose, um material orgânico insolúvel e macio que é essencial para a estrutura da planta. A palavra “algodão” faz referência à cápsula de fibras macias que ficam ao redor das sementes do algodoeiro e têm a aparência de uma bola de golfe.
Para que o plantio do algodoeiro seja um sucesso ele precisa de bastante luz solar e água, um dos motivos pelos quais a produção de algodão tem um impacto significativo no meio ambiente. Cada bola de algodão conta com pelo menos oito ou sete sementes, que estão ligadas a cerca de 20 mil fibras, o que faz com que as cápsulas sejam compostas de aproximadamente 150 mil fios.
Existem diversos tipos de algodão na natureza, desde os de fibra branca até os coloridos. Apesar da indústria investir no mercado do algodão transgênico, o algodão orgânico é uma alternativa natural que tem menos impactos ambientais e está mais próximo daquele encontrado no meio ambiente.
Por fim, a fibra do algodão é ótima para absorção, tem uma durabilidade boa, pode ser tingida com facilidade, não conduz eletricidade, se adapta ao corpo e ainda oferece certo conforto.
Pima: tem fibras super longas e macias, de alta qualidade, sua espécie é nativa da América do Sul e sua coloração é bem clara;
Egipicio: semelhante ao pima, é derivado da classe gossypium barbadense. Tem as mesmas qualidade resistentes que o pima, porém cresce sob o rio Nilo no Egito;
Montanha: tem fibras curtas e é responsável por aproximadamente 90% da produção mundial. Sua plantação é nativa de regiões da América Central, como México e o Caribe.
Orgânico: alternativa ecológica, é qualquer tipo de algodão que seja produzido sem o uso de substâncias químicas (exemplo: pesticidas), que não sejam geneticamente modificados ou utilizam grandes quantidades de água e energia.
As primeiras referências históricas desse produto surgiram no Código de Manu, do século VII a.C, conhecido como a legislação da antiga índia. Enquanto isso, a domesticação da árvore foi realizada há mais de 4 mil anos no sul da Arábia.
O termo “algodão” veio da palavra em arabe “quton”. Foram os árabes os responsáveis por levar o conhecimento desta planta para regiões como a Europa, que só teve contato com o material no auge do cristianismo da Idade Média. Porém, antes disso, os árabes, indianos e os indígenas americanos já utilizavam o algodão na produção de tecidos em períodos que datam milênios a. C.
O primeiro descaroçador de algodão, máquina utilizada para separar as fibras da cápsula, foi inventado na Índia, ainda no século XIII. Mas foi no século XVIII, durante a Revolução Industrial, que a Grã-Bretanha se tornou o maior produtor de algodão da época, devido ao uso das máquinas descaroçadoras.
Engana-se quem pensa que o produto chegou ao Brasil junto dos europeus. Antes mesmo da chegada dos portugueses, os povos indígenas já faziam o cultivo de algodão e transformavam a sua fibra em tecidos rudimentares. Antes do país se tornar uma grande indústria do café ele passou por um período de sucesso com a produção de algodão, durante o século XVIII e XIX.
Nos anos 80, o Brasil passou por dificuldades com a produção de algodão devido à devastação das plantações causada pelo inseto bicudo-do-algodoeiro. Porém, em 2016, quase quarenta anos depois, a exportação dessa commodity voltou a ter bons números.
Pelo menos 97% da produção de algodão no mundo é de fibra curta, ou média, já que essas são usadas para tecidos mais acessíveis. Por outro lado, 3% dessa produção mundial é de fibras longas, aquelas que são utilizadas em tecidos de luxo, como os famosos lençóis de fios egípcios.
A Índia é uma das grandes produtoras de algodão no mundo, chegando a criar cerca de 6 milhões de toneladas ao ano, segundo dados do ano de 2021 do Atlas Big. Logo atrás dela se encontra a China, os Estados Unidos, o Paquistão e o Brasil.
O Mato Grosso se consagra como o estado brasileiro que mais produz algodão em pluma e em caroço. De acordo com relatório da Abrapa do ano de 2021, ele sozinho é responsável por 67% da produção brasileira do material. Atrás dele estão regiões como a Bahia, o Mato Grosso do Sul e Goiás.
Grande parte da produção de algodão no Brasil é constituída por variações transgênicas, ou seja aquelas que são geneticamente alteradas. Esse tipo de produção requer um gasto maior quando se trata de água para regar, energia para manter o cultivo e pesticidas e agrotóxicos para manter insetos longe.
Tudo isso significa mais impactos negativos para o meio ambiente, o que resulta em um produto natural e biodegradável que ironicamente não traz benefícios à natureza. Como alternativa para esse mercado, existe o algodão orgânico, produto feito da forma mais limpa e natural possível, utilizando energia solar e água das chuvas.
No entanto, essa opção não é largamente utilizada, e é preciso maior conscientização da população sobre a pegada ecológica do algodão para que a indústria seja cobrada de seus impactos.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais