Estudos desmistificam a alimentação vegetariana relacionada ao tipo sanguíneo. Dietas à base de plantas podem favorecer a todos
Alimentação vegetariana relacionada ao tipo sanguíneo é uma ideia em consonância com a dieta do tipo sanguíneo. Ambas adaptam os padrões alimentares de um indivíduo a itens alimentares específicos, de acordo com o tipo de sangue, para maximizar os benefícios para a saúde.
Contudo, uma revisão de 2013 publicada no The American Journal of Clinical Nutrition descobriu que as alegações sobre dietas relacionadas ao tipo sanguíneo careciam de evidências científicas.
As observações mostram que uma dieta à base de plantas é benéfica para pessoas de todos os tipos de sangue, tanto é que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças recomendam uma dieta balanceada, que mescle frutas, vegetais e carne magra.
Como funciona a dieta do tipo sanguíneo
A dieta do tipo sanguíneo e a alimentação vegetariana relacionada ao tipo de sangue elencam alimentos específicos para cada tipo sanguíneo. No caso da dieta que inclui alimentos e proteínas de origem animal, funcionaria assim:
- Sangue tipo O: incluir alimentos ricos em proteínas, carne vermelha, vegetais, peixes e frutas, e limitar os grãos, feijões e legumes.
- Sangue tipo A: incluir frutas, vegetais, tofu, frutos do mar, peru e grãos inteiros, e evitar carne.
- Sangue tipo B: escolher uma dieta diversificada, incluindo carnes, frutas, laticínios, frutos do mar e grãos.
- Sangue tipo AB: comer lacticínios, tofu, cordeiro, peixe, grãos, frutas e vegetais.
Além dos hábitos alimentares, outras recomendações também são feitas, por exemplo, para exercícios físicos.
Apesar da dieta ter se popularizado, não há muitos estudos que revelem sua eficácia. Uma pesquisa de 2013 analisou a literatura médica mundial e não encontrou estudos que demonstrassem benefícios de uma dieta de tipo sanguíneo. Outro estudo de 2014 descobriu que, embora as pessoas que seguiram a dieta tivessem alguma melhora, essas melhorias não estavam relacionadas ao tipo sanguíneo.
Alimentação vegetariana relacionada ao tipo de sangue não tem eficácia comprovada
Um estudo publicado no JAMA Network Open descobriu que as dietas veganas com baixo teor de gordura ajudaram a diminuir a resistência à insulina e impulsionar o metabolismo, o que auxiliou no controle de peso.
Com base nesses resultados, os pesquisadores analisaram os dados do estudo para determinar se o tipo sanguíneo desempenha um papel. Foram recrutados 244 homens e mulheres adultos, com IMC entre 28 e 40, sem histórico de diabetes, abuso de drogas e que não estavam em uma dieta vegetariana.
Os pesquisadores designaram metade dos participantes para seguir uma dieta vegetariana estrita e com o teor baixo de gordura, enquanto outra metade não fez alteração nenhuma em sua alimentação.
Após 16 semanas de dieta vegetariana com baixo teor de gordura, não houve diferenças estatisticamente significativas na variação média do peso corporal entre os grupos de tipo sanguíneo. Os pesquisadores também não encontraram evidências significativas de diferenças na diminuição do colesterol entre os participantes.
Em resumo, a teoria por trás da alimentação vegetariana relacionada ao tipo de sangue é a de que o tipo sanguíneo estaria intimamente ligado à capacidade do corpo de digerir certos tipos de alimentos. O sangue O, por exemplo, seria o tipo sanguíneo “ancestral”, vindo originariamente dos primeiros humanos que eram caçadores com dietas ricas em proteína animal.
No entanto, com estudos e pesquisas, essa teoria foi desafiada, mostrando que não há conexão comprovada entre o tipo sanguíneo e a digestão. Além disso, os estudos mostram que o aumento da ingestão de frutas, vegetais e grãos pode ser benéfico não apenas para indivíduos de determinado tipo sanguíneo, mas para todas as pessoas, independentemente do seu sangue.