Além da cocaína, foram encontradas outras substâncias derivadas de medicamentos, como ibuprofeno, paracetamol e diclofenaco, em concentrações significativas
Um estudo recente, realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e divulgado na revista Fapesp, encontrou altos níveis de contaminação por cocaína e medicamentos na areia e na água do mar de Santos.
Os cientistas envolvido na pesquisa alertam para os graves efeitos toxicológicos causados pela cocaína em animais marinhos, como mexilhões-marrons, ostras de mangue e peixes, ampliando as preocupações ambientais na região.
Além da cocaína, foram encontradas outras substâncias derivadas de medicamentos, como ibuprofeno, paracetamol e diclofenaco, em concentrações significativas. Essas descobertas chamam a atenção para a complexidade e a gravidade da contaminação, indicando uma preocupante presença de poluentes na região costeira.
A alta capacidade de bioacumulação da cocaína em organismos marinhos representa um sério risco para a cadeia alimentar e para a saúde dos consumidores.
Além dos impactos diretos sobre a fauna marinha, a exposição à cocaína também afeta o equilíbrio neuroendócrino dos animais, o que pode gerar efeitos a longo prazo sobre a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas marinhos.
De acordo com o estudo, as origens da contaminação por cocaína na baía de Santos remontam décadas atrás, mas as concentrações da droga na região têm aumentado significativamente nas últimas décadas.
Uma das explicações para esse fenômeno é a posição estratégica da região como rota de tráfico de drogas da América do Sul para a Europa. A falta de tratamento de esgoto na região também é apontada como um fator contribuinte para a alta concentração de cocaína na baía de Santos.
A pressão humana sobre os ambientes litorâneos coloca em risco a biodiversidade marinha e a saúde e o bem-estar das comunidades costeiras.