Conheça mais sobre o altruísmo eficaz e sua maior controvérsia, Sam Bankman-Fried
“Altruísmo eficaz” foi um termo criado em 2011 por intelectuais, incluindo os filósofos da Universidade de Oxford, William MacAskill e Toby Ord. Através de sua nomenclatura, o termo virou um movimento filantrópico de caridade com objetivo de encontrar o melhor jeito de ajudar os outros.
De acordo com o site do movimento, o altruísmo eficaz é uma comunidade ampla com pessoas inspiradas a ajudar os próximos através de diversos projetos. Além disso, eles defendem a ideia de que ele não é uma organização.
O altruísmo eficaz possui duas partes:
- Usar evidências e raciocínio cuidadoso para descobrir como podemos fazer o melhor com recursos limitados;
- Agir com base no que é descoberto.
Inspirado pelo filósofo Peter Singer, que defendeu a obrigação de ajudar os que vivem na extrema pobreza desde a década de 1970, acredita-se que o projeto tenha mobilizado dezenas de bilhões de dólares para causas filantrópicas. Isso se dá tanto à popularidade e tração do altruísmo eficaz, como a seus doadores ricos.
Qual a diferença entre altruísmo eficaz e a caridade convencional
Defensores do altruísmo eficaz afirmam que o movimento se difere da caridade convencional através dos meios utilizados para conseguir doações. Muitos dos doadores contemplam o método de “ganhar para dar”, em que ganham o máximo de dinheiro que puderem e depois doam a maior parte para instituições de caridade.
Além disso, alguns grupos altruístas eficazes adotam uma versão da tradição religiosa dízimo, ou seja, doam 10% de sua renda para instituições de caridade de alto impacto. Esse método foi originado no grupo Give What We Can, que fundou o altruísmo eficaz em meados de 2011.
Por outro lado, outros doadores da caridade já são bilionários ou possuem um grande capital, doando parte para as instituições aprovadas pelo altruísmo eficaz.
Longotermismo e neartermismo
Os altruístas eficazes comumente se distinguem em dois grupos: “neartermistas e longotermistas”. Ambas possuem opiniões divergentes do foco em que a caridade deve auxiliar para ter o maior impacto positivo na sociedade.
Os “neartermistas”, por exemplo, desejam que o altruísmo eficaz seja aplicado a problemas atuais e pessoas vivas no presente. Desse modo, ajudam a arrecadar fundos para combater problemas relacionados à pobreza extrema, incluindo a fome e o combate de doenças que afetam países em desenvolvimento.
Por outro lado, os “longotermistas” partem da visão do longotermismo, também conhecido como longoprazismo. Esse é um conceito da filosofia que prioriza o futuro a longo prazo.
A partir dessas ideias, longoprazistas enfatizam problemas que as pessoas que estarão vivas no futuro podem enfrentar. Algumas das causas apoiadas por esses grupos incluem prevenção de doenças com potencial epidêmico, guerras nucleares, mudanças climáticas e bioterrorismo.
As controvérsias do altruísmo eficaz
Além do envolvimento de bilionários dentro do altruísmo eficaz, o movimento foi alvo de uma controvérsia mundial. Ela envolve Sam Bankman-Fried, que foi introduzido ao movimento por um de seus criadores originais, William MacAskill.
MacAskill apresentou a estratégia “ganhar para dar” à Bankman-Fried, que começou sua carreira negociando valores mobiliários antes de ser contratado pelo Center for Effective Altruism.
Após sua introdução ao meio, Bankman-Fried começou a FTX, uma troca de criptomoedas internacional, que contava com duas organizações filantrópicas envolvidas no altruísmo eficaz. Enquanto crescia no meio e trazia tração ao movimento, Bankman-Fried criou uma fortuna pessoal de 16 bilhões de dólares, tornando-o a pessoa mais rica no movimento de altruísmo eficaz.
No entanto, tudo foi abaixo a partir de informações que Bankman-Fried alavancou secretamente os fundos do cliente para cobrir seus próprios negócios, levando ao colapso de sua bolsa e riqueza pessoal.
E, enquanto o movimento impulsiona um sistema que prioriza o acúmulo de capital para a sua doação, ele subsequentemente convida as formas mais flagrantes de captura de dinheiro pelos ricos.
O escândalo corrompeu o ideal visto pelo altruísmo eficaz como uma metodologia falha, sem proteções significativas para impedir que os ricos ditem o que acontece com o dinheiro acumulado em organizações filantrópicas.