Foto de Sana Saidi na Unsplash
O amaciante em folha é um produto composto por amaciantes líquidos, lubrificantes e fragrâncias revestidos sobre uma camada de tecido, que geralmente é feita de fibras de poliéster ou celulose. Ele é comumente utilizado na secadora de roupas, reduzindo a estática, depositando aromas e ajudando a tornar as roupas mais macia ao toque.
E, embora seu uso seja mais comum internacionalmente, algumas marcas no Brasil começaram a disponibilizar o produto para aqueles interessados. No entanto, desde o lançamento de amaciantes em folha, muitos especialistas questionam a eficácia do produto e seu possível impacto na saúde e no meio ambiente.
Segundo o especialista Patric Richardson, do The Laundry Evangelist, o amaciante em folha não possui a capacidade de deixar tecidos macios, como o indicado. A maciez resulta do revestimento das folhas, feito de substâncias químicas, que é transferido para o tecido nas temperaturas altas do ciclo de secagem.
“É o revestimento do tecido que parece macio. É o equivalente a colocar uma camada espessa de loção na mão. Sua pele não fica realmente mais macia, apenas parece mais macia”, disse ao Huffpost.
Com o tempo, entretanto, esse revestimento se acumula nos tecidos, dificultando a lavagem.
“[Os amaciantes em folha] funcionam colocando uma película de lipídios e fragrâncias em suas roupas, que se acumula com o tempo e pode contribuir para que roupas e toalhas cheirem a “mofo”, mesmo depois de lavadas e secas”, disse a especialista em lingerie Cora Harrington, ao Huffpost.
Além de se acumular nas roupas, o amaciante também pode afetar as propriedades do tecido com o tempo. Esse é o caso, principalmente, de roupas de academia e toalhas — que são usados para absorver a água e o suor do corpo.
Com o revestimento presente no produto, a absorção do tecido é reduzida, inutilizando o principal propósito de peças absorventes.
A maior parte da discussão em torno da segurança do uso do amaciante em folha vem de alegações de consumidores preocupados. De acordo com alguns usuários, o produto pode conter substâncias químicas tóxicas e, até mesmo, carcinogênicos.
Quase todos os produtos químicos comumente encontrados nesses amaciantes são geralmente reconhecidos como seguros pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos. Isso se dá, principalmente, pelo fato de que o produto não é aplicado diretamente na pele.
Por outro lado, uma preocupação persistente está relacionada com as fragrâncias utilizadas nesses e outros produtos de lavanderia. De fato, uma pesquisa de 2011 descobriu que a inalação de produtos perfumados pode causar:
Além disso, em um estudo de 2011 publicado na revista Air Quality, Atmosphere & Health, os pesquisadores descobriram que as aberturas de ventilação dos secadores emitem mais de 25 compostos orgânicos voláteis (VOCs).
De acordo com o estudo, VOCs emitidos pelas aberturas de ventilação da secadora após o uso de marcas populares de sabão em pó e amaciantes em folha incluíam produtos químicos como acetaldeído e benzeno, que são considerados cancerígenos.
O principal fator que contribui para os impactos ambientais do amaciante em folha é o fato de que ele é um produto de uso único. Assim como o guardanapo e o papel toalha, todos os produtos de uso único possuem um grande potencial de poluição, contribuindo para o acúmulo de lixo em lixões e aterros sanitários.
Adicionalmente, o amaciante não é, na maioria das vezes, biodegradável ou reciclável. A celulose ou poliéster de sua composição não podem ser facilmente reciclados devido aos produtos químicos que contêm.
Felizmente, o amaciante em folha não é necessário na lavagem de roupas e pode ser substituído por alternativas sustentáveis. Quer saber como? Confira a nossa matéria: “Amaciante natural: por que usar e como fazer”.
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