Floresta sofre as consequências de uma possível mudança governamental
Imagens de satélites governamentais mostram que a Amazônia brasileira perdeu uma área de tamanho similar ao da Grande Londres em apenas um mês.
No mês de setembro, a floresta perdeu cerca de 1.455 quilômetros quadrados frente ao desmatamento. Dados do The Climate Observatory indicam que o número aumentou em 47,7% em relação a setembro do ano passado — o mesmo valor obtido no primeiro ano do governo atual no poder.
Em comparação com setembro de 2021, os incêndios florestais também sofreram um aumento de 147% — com mais de 41 mil focos detectados por satélites. Além disso, outros dados indicam que o desmatamento aumentou em 81% durante o mês de agosto.
Especialistas acreditam que esse aumento é uma resposta à possível mudança de governo recorrente às eleições de 30 de outubro.
De acordo com Marco Astrini, chefe executivo do Climate Observatory, o governo brasileiro atual é uma “máquina de destruição de florestas”. O especialista defende que sindicatos criminosos de madeireiros e fazendeiros ilegais estão lutando para explorar a floresta antes da possível mudança governamental do país.
Astrini também alega que a derrota do governo atual pela oposição nas eleições pode ser essencial para os esforços para retardar a destruição da Amazônia, além de proteger o clima global.
Durante o mês de agosto, a oposição também se declarou sobre o tema, prometendo fazer da crise climática uma “prioridade absoluta”.
Em 2022, o desmatamento na Amazônia brasileira quebrou todos os recordes anteriores. Segundo dados do IPAM, a área destruída no primeiro semestre de 2022 é 80% maior que a média de área desmatada em 2018, acumulando 3.988 quilômetros quadrados.
Em geral, pesquisas da área não se mostraram positivas em relação à sua conservação.
Outras informações de um relatório divulgado durante o segundo semestre de 2022, cerca de 26% da Amazônia já possui danos quase irreversíveis, chegando em um ponto de não retorno. Entre as soluções apresentadas no relatório para a prevenção de maiores danos à floresta, está o reconhecimento de cerca de 100 milhões de hectares de Terras Indígenas — o que também foi enfatizado pela ONU como passo fundamental na redução dos riscos consequentes às mudanças climáticas.
Nos últimos quatro anos, a floresta perdeu cerca de 2 bilhões de árvores, segundo dados da Sumaúma, e, além disso, 3,8 milhões de macacos e 89,9 milhões de pássaros podem ter sido mortos, feridos ou afetados de outra forma durante a exploração da área.