O ambientalista pode atuar de formas diferentes em temáticas socioambientais
Um ambientalista é uma pessoa que se identifica com a luta pela defesa do meio ambiente e das pessoas e animais que ali vivem.
Como um defensor do meio ambiente, o ambientalista pode atuar em redes de Organizações Não Governamentais (ONGs). Como em um grupo de ambientalistas, organização ambientalista ou em organizações de graus variados de formalidade que estão envolvidas em ações coletivas.
Diz-se que há um movimento ambientalista quando as organizações e outros atores, geralmente menos formalmente organizados, atuam em rede e de forma engajada em ações coletivas. Desse modo, o objetivo é promover mudanças que afetem as qualidades socioambientais de determinado evento, lugar, objeto ou cenário político — com a finalidade de promover o conceito de desenvolvimento sustentável.
História e Teoria Ambientalista
Como bem observado em um artigo, a consciência ambiental aparece pela primeira vez no registro humano há pelo menos 5 mil anos. Isso aconteceu quando sábios védicos elogiavam as florestas selvagens, os taoístas pediam que a vida humana seguisse os padrões da natureza. Enquanto Buda ensinava compaixão por todos os seres sencientes.
De acordo com o autor, na mitologia grega antiga, quando o caçador Orion promete matar todos os animais, Gaia se opõe. Ela, então, cria um grande escorpião para matar Orion. Quando o escorpião falha, Artemis, deusa das florestas e amante dos animais, atira Orion com uma flecha.
A conclusão é que a história humana é rica em lições sobre a importância de restringir nosso poder e cuidar do mundo natural. Até mesmo nos tempos modernos são inúmeras as ações anônimas e famosas, individuais e coletivas em prol do meio ambiente.
Entretanto, em 1972, em Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente fez com que a degradação provocada pelo crescimento econômico fosse percebida como um problema global. Isso dez anos após o lançamento do livro “Primavera Silenciosa”, da bióloga marinha Rachel Carson. Nascida no início do século XX, Rachel escreveu o livro para alertar sobre os efeitos danosos dos pesticidas utilizados nos Estados Unidos.
A partir daí, o que era uma questão que dependia mais de esforços independentes de ambientalistas, passou a ser mais amplamente um tema incorporado por mercados e partidos políticos em todo o mundo.
Propostas ambientais sugeridas na Conferência de Estocolmo
Foi na conferência da Organização das Nações Unidas que o conceito de sustentabilidade foi originado. E, a partir da definição da palavra, os ambientalistas e outros apoiadores da causa ambiental começaram a promover propostas que incentivavam a conservação e proteção ambiental, incluindo:
- O homem tem o dever solene de proteger o meio ambiente para as futuras gerações.
- O homem tem a responsabilidade de salvaguardar e manejar sabiamente a herança da vida selvagem e seus habitats, que estão em grave perigo por uma combinação de vários fatores, e por isso devem ser elaboradas políticas públicas que levem isso em conta na elaboração do planejamento econômico.
- Os recursos naturais são um patrimônio coletivo, e aqueles que não são renováveis devem ser manejados de maneira a preservá-los para as futuras gerações.
- Os países desenvolvidos devem auxiliar os em desenvolvimento em seus esforços de crescimento, de estabelecimento de uma vida digna para as populações, e de preservação do ambiente natural. Isso deve ser feito em um esforço coordenado mundialmente, seguindo um planejamento racional.
- A educação ambiental deve ser uma prioridade para todos os países, de modo que se formem novas gerações com comportamentos modificados, conscientes e responsáveis.
- Os meios de comunicação devem promover a preservação ambiental.
- A pesquisa científica deve ser incentivada e compartilhada livremente como meio de aumentar o conhecimento sobre a natureza e encontrar soluções para os problemas ecológicos.
- Os Estados devem criar legislação ambiental e prever o manejo de situações de desastre ecológico.
- As culturas regionais devem ser respeitadas até onde possível no momento de se planejarem e efetivarem ações ambientais.
- O planejamento ecológico deve ser um projeto multidisciplinar e integrado ao conjunto da sociedade.
Ambientalistas correm maior risco de morte
Apesar do ativista ambientalista ter um papel significativo como condutor do desenvolvimento da sociedade, há barreiras na implementação de mudanças socioambientais. Isso porque o meio ambiente envolve a sociedade em toda sua complexidade, do ambiente menos explorado diretamente (florestas, áreas de preservação e conservação) ao rural e urbano.
Nesse contexto, alguns indivíduos com interesses econômicos e políticos; figuras políticas e organizações empresariais atuam de modo a impedir a implementação de mudanças socioambientais defendidas pelos ambientalistas. Esse processo se dá em decorrência de conflitos de interesses e da desigualdade social. Eles fazem com que o poder de decisão sobre as formas de organização e exploração dos recursos naturais esteja centralizado. No limite, o ambientalista tem suas atividades limitadas por meio de lobismo, ameaças e morte.
Infelizmente, o Brasil é um dos países em que mais morrem ambientalistas assassinados em decorrência de suas lutas. Exemplos emblemáticos são:
- Doroty Stang – que lutou ativamente pela proteção de agricultores familiares na Amazônia;
- Chico Mendes – uma das caras do ambientalismo brasileiro, que lutou a favor dos seringueiros da Bacia Amazônica, cuja subsistência dependia da preservação da floresta e das seringueiras nativas.
Estes são apenas exemplos, mas os ambientalistas assassinados chegam a ser centenas. Além disso, só no ano de 2017, foram mortos 57 ativistas ambientais brasileiros. Ainda assim, é comum que eles sejam hostilizados até mesmo por pessoas comuns, que seriam beneficiadas por suas ações, mas não têm consciência disso. De modo sutil, quando não são assassinados, ambientalistas são hostilizados com estereótipos de “ecochatos”, “abraçadores de árvores”, entre outros.
Qual a diferença entre ecologista e ambientalista?
O ambientalista se dedica a defesa do meio ambiente, fauna e flora em detrimento do ser humano — sendo que alguns fundamentalistas podem apoiar até o fim da atividade humana. Enquanto isso, o ecologista defende a proteção ambiental, a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento social da humanidade. Ao mesmo tempo que faz isso, ele cria condições para a continuação do crescimento técnico-científico.
Ambientalistas famosos
- Ailton Krenak (brasileiro)
- Chico Mendes (brasileiro)
- Irmã Dorothy (estadunidense naturalizada brasileira)
- Sônia Guajajara (brasileira)
- Al Gore (norte-americano)
- Antônia Melo (brasileira)
- Alice Hamilton (norte-americana)
- Benjamin Chavis (norte-americano)
- Gisele Bundchen (brasileira)
- Greta Thunberg (sueca)
- Leonardo diCaprio (norte-americano)
- Luisa Mell (brasileira)
- Marina Silva (brasileira)
- Rachel Carson (norte-americana)
- Raoni Metuktire (brasileiro)
- Vandana Shiva (indiana)
- Vanessa Nakate (ugandense)
- Xiye Bastida (mexicana)
- Wangari Maathai (queniana)
- Bruno Pereira (brasileiro)
- Dom Phillips (britânico)
Áreas de atuação e motivações
As áreas de atuação de um ambientalista são amplas, mas há destaque para alguns temas principais, todo eles incluindo a temática social:
- Direitos dos animais
- Preservação dos recursos naturais
- Demarcação de terras indígenas
- Consumo consciente
- Gentrificação
- Veganismo
- Racismo ambiental
- Luta contra as mudanças climáticas e ao aquecimento global
- Poluição do ar
- Energia limpa
- Atingidos por barragens
- Poluição da água
- Poluição do solo
- Agricultura orgânica
- Pegada ecológica
- Vegetarianismo ambiental
- Ecofeminismo
- Conservação da natureza
- Pegada de carbono
De acordo com um estudo, as principais motivações de grande parte dos ambientalistas são a contribuição para a conservação dos recursos naturais e a conexão pessoal com a natureza.