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A amônia verde é produzida a partir do hidrogênio verde, um combustível obtido por meio de fontes renováveis, em um processo denominado eletrólise. De modo geral, a amônia verde é feita de três matérias-primas: água, ar e energia renovável.
Em busca de soluções para reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa no agronegócio, empresas buscam diminuir os efeitos ambientais da produção de amônia, que é responsável por aproximadamente 1,8% das emissões de CO2. Nesse sentido, produzir amônia verde aparenta ser um potencial caminho para uma economia de baixo carbono.
A amônia (NH3) é um gás incolor, formado por um átomo de nitrogênio e três átomos de hidrogênio. Ela está presente naturalmente no meio ambiente e em organismos, mas também é produzida artificialmente e utilizada na composição de fertilizantes nitrogenados e de produtos de limpeza. Uma vez no ambiente, essa substância pode gerar impactos ambientais, como morte de peixes e eutrofização, e à saúde humana, como irritação na pele, nos olhos e na garganta.
Artificialmente, a amônia é produzida por meio da Síntese de Haber-Bosch, um processo desenvolvido em 1990 pelos cientistas Carl Bosch e Fritz Haber. De modo geral, ele consiste na ativação de átomos de hidrogênio e de nitrogênio a partir de um catalisador, o ósmio.
Com a Síntese de Haber-Bosch, a amônia passou a ser introduzida na composição de produtos de limpeza e na produção de fertilizantes de nitrogênio. A principal matéria-prima para a produção de fertilizantes destinados à produção agropecuária é a amônia.
Essa substância também é usada na produção de plástico, borracha e ácido nítrico. Além disso, a amônia é uma opção para a substituição do uso de gases CFCs para a refrigeração em indústrias.
Para funcionar, a Síntese de Haber-Bosch consome grande quantidade de energia e produz dióxido de carbono, contribuindo para a intensificação do efeito estufa e, consequentemente, do aquecimento global.
Além de seu processo de produção, a amônia pode participar de diversas reações prejudiciais ao meio ambiente. A oxidação da amônia, por exemplo, contribui para a produção de gases do efeito estufa, como dióxido de carbono, e para a lixiviação de nutrientes nos ecossistemas.
Além disso, altas concentrações de amônia em ambientes aquáticos podem provocar morte e problemas de desenvolvimento em peixes. Em espécies de plantas, a alta taxa nutritiva de solos com a presença de amônia pode levar ao processo de eutrofização, que gera um aumento na quantidade de algas nos corpos hídricos e a redução da fotossíntese.
Outro problema da presença desse componente no ambiente se dá por conta do seu caráter alcalino. Com isso, as moléculas de amônia reagem com componentes de caráter ácido, como o dióxido de enxofre (SO2), e formam aerossóis atmosféricos. Esses aerossóis contribuem para a poluição atmosférica e prejudicam a qualidade do ar. Um exemplo são os materiais particulados, como o MP2.5, que contribuem para o fenômeno da chuva ácida.
O hidrogênio verde é aquele produzido por meio da eletrólise da água, onde é utilizada energia elétrica de fontes renováveis. Ele pode ser usado como combustível em motores ou gerar eletricidade em células a combustível.
O processo de eletrólise utiliza eletricidade para separar a água (H2O) em moléculas de hidrogênio (H2) e de oxigênio (O2). Quando esse processo é alimentado por energia solar ou energia eólica, por exemplo, se torna um método mais viável ambientalmente para produção de hidrogênio.
Este tipo de hidrogênio é produzido por processos ainda caros em comparação com os combustíveis fósseis, como o gás natural. Entretanto, o hidrogênio verde possui aplicabilidades interessantes para auxiliar na transição energética e alcance da sustentabilidade ambiental, por liberar apenas água e energia quando utilizado para fins energéticos.
Para a produção de amônia, o H2V ainda impulsiona o avanço de práticas de agricultura sustentável, uma vez que contribui para a mitigação de emissão de milhões de toneladas de gases do efeito estufa na atmosfera.
Vale ressaltar que produzir amônia verde apenas torna sua cadeia de produção mais ecológica, mas não elimina os possíveis problemas decorrentes de seu despejo no meio ambiente. Sendo assim, essa substância ainda precisa ser gerenciada de maneira responsável e de modo a evitar ao máximo a contaminação do solo e de corpos hídricos.
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