American Chemical Society conduz estudos sobre a popularidade de novas drogas usando água de esgoto
O desenvolvimento de novas substâncias ilícitas é difícil de rastrear. Por isso, a American Chemical Society (ACS) começou a conduzir testes usando a água de esgoto, procurando por químicos presentes em drogas sintéticas.
Essas drogas, também chamadas de Novas Substâncias Psicoativas (NSP), tentam copiar os efeitos de substâncias legais e ilegais. O seu uso é proibido e rastreado por diversas vertentes de governos do mundo todo, porém, como é um mercado clandestino, a identificação de todos os seus produtores, usuários e distribuidores é difícil.
Portanto, a epidemiologia da água de esgoto consegue ser um estudo abrangente, reunindo muitas informações em um mesmo lugar, diferente do rastreio realizado por órgãos públicos. O uso de drogas é monitorado e pode ser categorizado por diferentes locais.
No feriado do Ano Novo de 2020, a ACS conseguiu realizar o estudo em oito países, a fim de descobrir a popularidade das NSP.
No ano seguinte, a organização identificou o aumento do uso de drogas como a 3-metilmetcatinona — ou 3-MMC, similar à mefedrona — e a eutilona em dez países. Essas substâncias são nocivas e muitas vezes fatais, portanto o seu rastreamento e identificação são essenciais.
A 3-MMC é um estimulante que afeta os níveis de energia físicos, comumente usado em festas e raves. Entre os seus efeitos estão a confusão mental, delírio, aumento dos batimentos cardíacos, aumento da pressão, convulsões e náuseas.
O estudo usou a cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas, uma técnica de análise de substâncias, para procurar por 27 NSP não metabolizadas. Foram encontrados 11 desses químicos, a maioria eram catinonas sintéticas.
Além desses componentes, eles identificaram a presença de metcatinona, eutilona e 3-MMC. A metcatinona pode ser resultado da redução de dois descongestionadores, portanto os cientistas hesitaram em fazer a associação às drogas.