Em teoria, andar para trás parece uma prática estranha — boba, ou até mesmo inútil. No entanto, diversos especialistas confirmam que o ato pode oferecer uma série de benefícios à saúde.
De fato, quando paramos para pensar, andar para trás é um método de desafiar os músculos e o cérebro a se adaptar a um novo tipo de movimento. Além disso, ele é um tipo de exercício físico que, em si, possui diversos efeitos positivos. A caminhada em geral trabalha os músculos, o cérebro e pode ajudar no emagrecimento.
Em geral, andar pode ser mais complicado do que parece. Permanecer em pé requer coordenação entre os sistemas visual, vestibular e proprioceptivo. Adicionalmente, andar para trás faz com que o cérebro tenha que se adaptar para processar as demandas extras de coordenação desses sistemas.
Alguns defensores do ato sugerem que 100 passos para trás são equivalentes a 1.000 passos para frente. No entanto, não existe um modo de determinar isso de verdade.
“Como nosso padrão de marcha muda quando andamos para trás (em vez de para frente), é difícil dizer com 100% de certeza que, sim, de fato, 100 passos para trás são equivalentes a 1.000 passos para frente. O comprimento da passada geralmente é mais curto do que quando estamos nos movendo em uma trajetória natural para a frente”, disse Erin Nitschke, professora universitária de saúde e desempenho humano em Sheridan, Wyoming.
No entanto, andar para trás ainda pode trazer benefícios à saúde, como:
Além disso, um estudo publicado no International Journal of Sports Medicine descobriu que a combinação entre andar e correr para trás pode melhorar a aptidão cardiorrespiratória e alterar a composição corporal.
De acordo com Jack McNamara, professor de fisiologia clínica do exercício na University of East London, andar para trás queima 40% mais energia do que caminhar para a frente na mesma velocidade. Isso se dá porque a ação requer mais concentração e usa mais músculos.
Além disso, McNamara acredita que o maior benefício de caminhar para trás é a melhora da estabilidade e equilíbrio. Porque a atividade é caracterizada por passos mais curtos e frequentes, isso leva a “melhor resistência muscular para os músculos da parte inferior das pernas, reduzindo a carga em nossas articulações”, disse o especialista.
Talvez um dos benefícios mais bem estudados de caminhar para trás é seu efeito na fisioterapia. Antes de ser popularizado pela internet, andar para trás já era comumente utilizado em clínicas de fisioterapia para ajudar as pessoas a melhorar sua marcha e mobilidade nas extremidades inferiores.
Esse ato de caminhar é frequentemente usado para melhorar a amplitude de movimento do joelho, quadril e tornozelo, melhorar a força e melhorar a mecânica das extremidades inferiores relacionadas à marcha.
Andar para trás é uma atividade que pode ser feita por todas as pessoas, tanto adultos saudáveis quanto aqueles com osteoartrite, por exemplo. Porém, algumas condições se beneficiam mais desse tipo de exercício, como:
Pessoas que operaram quadris, joelhos ou os tornozelos também podem se beneficiar da atividade.
Em relato ao The Conversation, McNamara explica que “ao andar para trás, é mais provável que percamos obstáculos e perigos nos quais podemos colidir ou cair”. Por isso, o especialista recomenda que você pratique dentro de casa, pelo menos no começo, antes de sair andando para trás na rua.
Assim que você começar a pegar o jeito, você pode passar a praticar o exercício na esteira. Para praticar de modo seguro:
O exercício pode ser praticado todos os dias, de cinco a 10 minutos por dia.
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