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Pesquisadores aprenderam mais sobre a anestesia através do estudo de plantas, entenda

A anestesia é uma intervenção médica que evita que pacientes sintam dor durante procedimentos como cirurgias e operações dentárias. Ela funciona através da ação de medicamentos conhecidos como anestésicos, que bloqueiam temporariamente os sinais sensoriais dos nervos para os centros do cérebro.

Embora diversos produtos tenham sido historicamente utilizados por suas ações anestésicas, como o ópio, a primeira demonstração pública da anestesia moderna ocorreu em 16 de outubro de 1846. No Massachusetts General Hospital, William T. G. Morton e o cirurgião John Collins Warren fizeram o primeiro uso bem-sucedido de uma anestesia com éter dietílico para prevenir a dor durante uma cirurgia.

Desde então, o medicamento conseguiu garantir a segurança de diversos pacientes, sendo essencial para a realização de inúmeras intervenções médicas.

Além dos humanos, plantas, animais, bactérias e até mitocôndias podem ser anestesiados

Quais são os tipos de anestesia? 

O tipo de anestesia depende do tipo e âmbito do procedimento. As opções incluem:

  • Local: os anestésicos locais entorpecem apenas uma região específica do corpo. Ela é usada em procedimentos minimamente invasivos, como biópsias de pele, pontos e procedimentos dentários. 
  • Sedação monitorada: induz o relaxamento do paciente, mas permite que ele permaneça consciente. Alguns dos procedimentos em que a sedação é utilizada incluem a remoção do dente do siso e colonoscopias. 
  • Geral: a anestesia geral afeta todo o corpo, deixando os pacientes inconscientes e incapazes de se mover. Esse método é utilizado durante procedimentos cirúrgicos mais complexos, envolvendo órgãos internos ou outros procedimentos invasivos ou demorados.
  • Regional: a anestesia regional bloqueia a dor em uma grande, mas não toda parte do corpo. A peridural, usada para aliviar a dor do parto, por exemplo, é um tipo de anestésico regional. 

Como funciona? 

Embora muitos especialistas não saibam apontar exatamente como todos os tipos de anestésicos funcionam, existem duas hipóteses sobre a sua eficácia. 

A primeira é de que os anestésicos se ligam a algum tipo de receptor, causando uma mudança na forma do receptor que desencadeia uma cascata química que leva à perda de movimento e, em humanos, de consciência.

A segunda hipótese sugere que os anestésicos atuam alterando a membrana celular — uma camada dupla de substâncias bioquímicas chamadas fosfolipídios. 

Muitas das proteínas da membrana celular atuam como “portais”, possibilitando o tráfego de produtos bioquímicos para dentro e fora da célula. Assim, a membrana mantém a carga elétrica da célula em relação ao seu ambiente, bloqueando a passagem de íons – pequenos átomos ou moléculas carregadas – a menos que passem pelas “portas” certas.

Essa função é vital para as células que transmitem sinais nervosos porque as diferenças de carga entre o interior e o exterior da célula propagam potenciais de ação (pulsos elétricos). Os portais iônicos na membrana abrem e fecham rapidamente, alterando a carga.

Segundo uma pesquisa de 2017, isso ocorre em plantas sob o efeito de anestésicos. Durante a pesquisa, os especialistas observaram que a anestesia foi capaz de silenciar os potenciais de ação de uma planta carnívora. 

A descoberta sugere que a bioeletricidade e os potenciais de ação alimentam os movimentos tanto das plantas como dos animais.

O que esperar?

Em geral, o tipo de anestesia é escolhido através da análise clínica do paciente. Uma avaliação pré-anestésica é realizada para avaliar os riscos potenciais associados à administração da anestesia e à realização da cirurgia e para desenvolver o plano anestésico.

A partir disso, o anestésico pode ser administrado de várias maneiras:

  • Pomada, spray ou gotas;
  • Injeção em uma veia;
  • Em forma de gás.

Durante o procedimento, profissionais são responsáveis por: 

  • Administrar um ou mais tipos de anestesia. Eles também podem lhe dar medicamentos anti-náusea.
  • Monitorar sinais vitais, incluindo pressão arterial, nível de oxigênio no sangue, pulso e frequência cardíaca.
  • Identificar e gerenciar possíveis reações alérgicas.
  • Fornecer diretrizes para o controle da dor pós-operatória.
mão de uma pessoa sob anestesia
Imagem de Thomas G. por Pixabay

Efeitos colaterais 

A maioria dos efeitos da anestesia são temporários e duram apenas cerca de 24 horas após a administração do medicamento. Dependendo do tipo de anestésico, você pode sentir: 

  • Dor nas costas ou dor muscular; 
  • Calafrios;
  • Dificuldade em urinar; 
  • Fatiga; 
  • Dor de cabeça;
  • Coceira;
  • Náusea e vômito; 
  • Dor, sensibilidade, vermelhidão ou hematomas no local da injeção.

Além disso, no pós-operatório, o clínico responsável pelo procedimento também pode alertá-lo sobre outros possíveis efeitos colaterais. 

Quais são os riscos da anestesia?

Devido aos avanços da medicina, a anestesia é um procedimento muito seguro. No entanto, como qualquer intervenção médica, pode oferecer riscos. 

Possíveis complicações associadas à administração de anestésicos incluem: 

  • Danos permanentes nos nervos: embora uma condição rara, algumas pessoas podem sofrer com danos permanentes nos nervos, que podem causar dor neuropática, dormência ou fraqueza.
  • Consciência anestésica: uma em cada mil pessoas acordam durante a anestesia, mas não conseguem falar ou se mexer. 
  • Pulmão colapsado: cirurgias que envolvem o uso de anestésicos gerais podem causar colapso pulmonar. A condição é rara e ocorre quando os sacos de ar no pulmão esvaziam ou se enchem de líquido.
  • Reações alérgicas: mesmo sendo graves, os profissionais são treinados para lidar com elas de forma adequada, eficiente e rápida.
  • Hipertermia maligna: causa febre e contrações musculares durante a cirurgia e pode ser fatal. Relate um histórico pessoal ou familiar de hipertermia maligna ao seu médico anestesista antes do procedimento para evitar medicamentos que desencadeiam a reação. 
Cannabis sativa
Usuários de maconha precisam de mais sedação durante endoscopia

Por quanto tempo os anestésicos permanecem no organismo? 

A maioria dos anestésicos pode permanecer no organismo por até 24 horas. 

Pessoas sob anestesia geral ou sedação monitorada devem permanecer no centro cirúrgico até que o efeito do medicamento passe completamente. Porém, pessoas sob anestésico local devem ser capazes de retomar as atividades normais, desde que liberado por um profissional de saúde. 


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