Estudantes ligados ao Laboratório de Imagem e Som (LIS) do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, com a direção do professor Wilson Lazaretti e colaboração de profissionais do audiovisual, produziram a animação “Quanto tudo isso passou”. O filme traduz de forma artística as preocupações e os sentimentos provocados pela pandemia do novo coronavírus e mostra uma das formas com que as artes podem contribuir com o bem estar das pessoas neste período.
O filme conta de maneira simples e acessível como foi o surgimento do coronavírus no mundo e os esforços de cientistas e médicos em combater a Covid-19 e conter a expansão da pandemia. A animação foi feita com desenhos produzidos pelos alunos do LIS e respeitou a liberdade criativa e de traços de cada estudante, dando mais riqueza ao filme. O filme contou também com a produção de Maurício Squarisi, composição e trilha sonora de Eduardo Virgilio, montagem e direção de arte de Eliana Ribeiro e narração de Tereza Freire, além da participação de crianças envolvidas no projeto.
“É uma tendência mundial produzir animações dessa forma mais aberta, sem muitos padrões. Isso é bom para os estudantes, dá para aguçar o gosto deles pelas animações”, comenta o professor Wilson Lazaretti, responsável pela direção e roteiro do filme, que contou com orientação científica de Henrique Marques Souza, coordenador da frente de comunicação e divulgação da Força Tarefa Unicamp. Todos os trabalhos foram realizados à distância, respeitando as medidas de isolamento social. Para que isso fosse possível, os estudantes improvisaram ateliês e estúdios em suas casas, experiência que contribui também com sua formação profissional.
Wilson ressalta que a ideia do filme é levar uma mensagem positiva para as pessoas, algo que alimente nelas a esperança e, por isso, a opção pelo emprego de uma linguagem mais poética ao longo da animação. “É uma função da universidade plural, como é a Unicamp, valorizar e incentivar as artes. Não há uma diferença entre arte e ciência, você não é um bom cientista sem as habilidades de expressão que as artes possibilitam”, afirma o professor.
“É sempre mais complicado animar sem o auxílio das réguas e mesas de luz que temos disponíveis no LIS. Acho que foi especialmente complicado para os artistas que trabalham com o desenho tradicional, como eu, já que, para os artistas digitais, não há necessidade da mesa de luz, de um espaço físico maior para desenhar, além de papel, tinta, e outros materiais, tudo está condensado no computador. Apesar desses impeditivos, fico muito feliz de poder explorar as qualidades plásticas da pintura em projetos como este. Gosto das manchas de tinta, as camadas e transparência da aquarela, essas sutilezas que só consigo com o papel e a tinta e que enriquecem muito o trabalho.”
“Foi um grande desafio realizar a animação apenas em minha casa, mais especificamente em meu quarto. Ele se tornou escritório, centro criativo, sala de reuniões (apenas por via digital), etc. Por conta disso, ressignifiquei meu quarto, como um espaço de possibilidades e de intensas ideias criativas. É no meu quarto que tudo pode acontecer.”
“O que gostaria de ressaltar é a importância da produção de uma animação diante do cenário atual e suas adversidades, sobretudo no que diz respeito ao isolamento social. Realizar uma produção à distância, neste contexto de pandemia, foi um processo bem diferente, mas ainda assim, muito potente, uma vez que o processo envolveu uma readaptação, como, por exemplo, através de reuniões por via remota e a improvisação de mesas de luz.”
“A realização do projeto de animação no meio da quarentena foi interessante porque tivemos que nos adaptar à ela. Isso foi difícil no primeiro momento, pois levou um tempo para conseguir criar uma rotina para a produção dos desenhos, junto com as atividades da academia, como as aulas e os trabalhos. Improvisei para montar uma “mesa de luz” temporária com os seguintes materiais: uma gaveta, uma porta de armário com vidro e duas lâmpadas.”
“Para este projeto eu preferi trabalhar com animação digital não só pela facilidade que ela proporciona, mas também pela falta de equipamentos para realizar uma animação tradicional. Para isso usei um programa de ilustração digital e uma mesa digitalizadora, que me permite desenhar no espaço virtual. Eu gostei muito de fazer parte do projeto e, sem dúvida, foi uma grande oportunidade de evoluir na área da animação digital. Essa foi a segunda vez que trabalhei com esse recurso.”
“Foi uma experiência muito legal trabalhar mais uma vez com o Wilson Lazaretti e um grande aprendizado, ainda mais para mim que não faço parte do círculo do grupo, pois eles são do IA e eu ainda não. Sou do Profis (espero ir para lá). Além disso tive que me adaptar aqui em casa, mas como estou nos últimos semestres do curso, acho que tive um pouco mais de tempo para me preparar, para produzir em casa, então bem antes do início das animações, em si, me dediquei no tempo livre para construir um mini estúdio no meu quarto, para conseguir gravar, editar.”
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