Anta resgatada no Parque Nacional de Brasília após incêndio subterrâneo
No último mês, o Brasil inteiro vem enfrentando o tempo seco e as queimadas criminosas. No Cerrado não é diferente, e com isso os animais sofrem. Um caso que ganhou repercussão na mídia foi a de uma anta que teve queimaduras em suas patas por causa do fogo subterrâneo no incêndio do Parque Nacional de Brasília. O animal de 73 quilos foi resgatado e levado ao Zoológico da cidade, onde agora
responde bem ao tratamento.
Estima-se que o bioma possua 837 espécies de aves, 120 de répteis, 150 de anfíbios, 1,2 mil de peixes, 90 mil insetos, 199 tipos de mamíferos, além das 11 mil espécies vegetais. Juntando tudo, dá quase 5% de todas as espécies no mundo e 30% da biodiversidade do país, segundo a organização WWF-Brasil.
“As queimadas que estão acontecendo atualmente no Cerrado e em outras regiões do Brasil são criminosas. Porque os incêndios naturais ocorrem a partir de raios, na estação chuvosa. Não é o caso de agora. Os animais e as plantas não estão preparados para lidar com as consequências desses incêndios, muitos realmente não se recuperam. Por isso é tão importante combater as queimadas e proteger os
animais”, explica Isabel Figueiredo, ecóloga e coordenadora do Programa Cerrado do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
É pensando na importância de sua fauna e flora local que a Campanha “Cerrado, Coração das Águas” foca na preservação e restauração do Bioma.
“O Cerrado é importante para todo o Brasil porque é dele que surge a água de oito das 12 bacias hidrográficas mais importantes do país. Em um ecossistema, cada planta e cada animal possui sua função biológica, muitas das quais ainda nem entendemos por completo, e por isso é preciso proteger cada um deles. Seja a anta, o tatu, os peixes, as aves, etc”, diz Yuri Salmona, diretor executivo do Instituto Cerrados.