Animais endotérmicos que vivem em ilhas são mais propensos a entrar em extinção, aponta estudo

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Um estudo publicado na revista Scientific Advances neste mês revelou que animais endotérmicos (que usam o calor gerado internamente para manter a temperatura corporal) nativos de ilhas desenvolvem taxas metabólicas mais lentas do que espécies continentais. A equipe de zoólogos e especialistas em comportamento animal envolvidos no estudo acredita que esse fator pode estar relacionado com o aumento de risco de extinção dessas espécies. 

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram artigos e bancos de dados já existentes para compilar informações metabólicas e ecológicas de 2.118 animais endotérmicos, incluindo 193 de ilhas, e 695 espécies de animais ectotérmicos (de sangue frio), incluindo 38 de ilhas. A partir dessa análise, foi possível compreender que os animais endotérmicos nativos de ilhas possuíam uma menor taxa metabólica do que seus contrapartes ectotérmicos. 

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Além disso, foi observado que espécies nativas de ilhas possuem uma menor taxa de reprodução em relação à espécies continentais, mas uma maior expectativa de vida. Ambos esses fatores são essenciais para a sobrevivência dessas espécies em seus habitats naturais, mas colocam-nas em risco quando as condições mudam, geralmente devido à chegada de seres humanos.

Eles compararam essas descobertas com as listas de status de conservação da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). E, a partir disso, observaram uma associação entre menores taxas metabólicas e um maior risco de extinção. 

“Muitas ilhas não possuem grandes predadores, mas têm menos recursos disponíveis do que no continente. Nesses ambientes, uma taxa metabólica mais baixa provavelmente dá às espécies uma vantagem de sobrevivência”, disse o co-autor principal Roberto Rozzi, curador de paleontologia do Repositório Central de Coleções de Ciências Naturais da Universidade Martin Luther Halle-Wittenberg, na Alemanha, ao Scientific American

No entanto, a partir da intervenção antropogênica e outras mudanças em ambientes insulares (de ilhas), isso se torna uma desvantagem. 

“A mudança para um ritmo de vida lento em paralelo tem impacto na resiliência das espécies, ao abrandar a sua recuperação após uma perturbação”, completa o especialista.

As intervenções antropogênicas em ilhas que podem perturbar as espécies locais incluem a caça, alterações em habitats naturais e a introdução de espécies invasoras, como gatos e ratos.

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Embora as descobertas da nova pesquisa confirmem o conhecimento prévio sobre a expectativa de vida de espécies insulares, os pesquisadores também acreditam que elas são essenciais na formulação de novas estratégias de conservação entre grupos taxonômicos com diferentes taxas metabólicas.

Equipe eCycle

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