“Os animais sonham?” é uma pergunta comumente feita, principalmente por tutores de animais de estimação. Afinal, é normal ver seu pet expressando pequenos sons ou realizando movimentos enquanto estão um em sono profundo.
A resposta simples é que sim, os animais sonham. Porém, a explicação é mais complexa.
Os sonhos são estados mentais complexos, definidos como um estado alterado de consciência que ocorre durante o sono. Muitos cientistas hesitam em afirmar que os animais são capazes de sonhar, pois isso, consequentemente, atribui um nível de consciência aos animais que não foi comprovado cientificamente.
Por outro lado, o conceito de que os animais sonham não é novo. Foi Charles Darwin, que disse a famosa frase: “Como cães, gatos, cavalos e provavelmente todos os animais superiores, até mesmo os pássaros [..] têm sonhos vívidos, devemos admitir que eles possuem algum poder de imaginação”.
Assim como os seres humanos, a maioria dos animais possui um ciclo de sono que possibilita a formulação de sonhos. Eles ocorrem durante a fase REM (rapid eye movement, ou movimento rápido dos olhos), que acredita-se acontecer com mamíferos, aves e, possivelmente, alguns répteis.
O sono REM ocorre quando os olhos se movem rapidamente por trás das pálpebras fechadas e a atividade do cérebro é semelhante à atividade que acontece quando estamos acordados. A respiração aumenta e o corpo fica temporariamente paralizado enquanto sonhamos.
Nos animais, isso é caracterizado pela atonia, uma espécie de paralisia. Quando os animais sonham, uma parte de seus cérebros ativa a medula que inibe os neurônios motores da coluna. Essa paralisia possibilita que os animais sonhem com movimentos sem exercê-los.
Contudo, nem sempre os neurônios são completamente inibidos, o que resulta nos pequenos espasmos musculares que ocorrem durante o sono dos animais, que podem ser observados pelos tutores.
Os gatos foram um dos primeiros animais estudados dentro da questão dos sonhos. De fato, um estudo realizado em 1959, pelo pesquisador francês Michel Jouvet, comprovou evidências de sonhos felinos.
No estudo, Jouvet desativou a capacidade dos gatos de inibir a atividade motora durante o sonho. Foi observado que, sem o estado de atonia, esses animais eram capazes de arquear as costas, sibilar e demonstrar outros comportamentos indicativos de luta ou caça, o que mostrou que os gatos sonham com essas atividades.
Jouvet chamou o período de sono paradoxal, em que o corpo fica parado, mas a mente permanece ativa.
Além disso, uma pesquisa de 2001 realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, sugeriu que os animais não só sonham, mas possuem sonhos complexos. Os pesquisadores do MIT analisaram o cérebro de ratos e concluíram que esses roedores eram capazes de vivenciar sonhos a partir de informações que receberam durante o dia.
Foi observado que animais que foram introduzidos a labirintos também sonharam com a atividade. Acredita-se que, quando as memórias do labirinto ocorrem durante o sono, as imagens visuais que as acompanham também são reativadas.
Enquanto todos os animais passam por períodos de repouso ou inatividade, apenas algumas linhagens realmente dormem. Isso significa que só algumas espécies entram em um estado alterado de atividade cerebral.
Já a questão dos sonhos pode ser um pouco diferente. Não se sabe exatamente se todos os animais que dormem são capazes de sonhar. Embora pesquisas científicas já tenham comprovado que cachorros, gatos, ratos e até mesmo aranhas podem passar por essas experiências, não se sabe ao certo se todos os animais sonham.
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