A Antártida, ou Antártica, é uma região geográfica localizada no extremo sul do planeta Terra. De modo geral, a Antártida é o continente mais frio, seco, alto, ventoso, remoto, desconhecido e preservado que existe.
O continente antártico e as ilhas que o cercam englobam uma área aproximada de 14 milhões de km², 1.6 vezes a área do Brasil – cerca de 10% da superfície da Terra. Centrada no Polo Sul Geográfico, a Antártida é inteiramente circundada pelo Oceano Antártico.
O continente antártico também apresenta altitudes que variam entre 1500 e 4000 metros acima do nível do mar. Além disso, a camada de gelo que cobre a superfície do continente tem média 2700 metros de espessura, chegando 4800 metros em alguns pontos. Esse acúmulo de gelo representa cerca de 70% de toda a água doce do planeta.
Durante o inverno na Antártida ocorre o “pack-ice”, uma espécie de cinturão de gelo, que circunda todo o continente, aumentando sua superfície em 18 milhões de km². Outra característica extrema, devido às condições climáticas, são os fortes ventos catabáticos, que atingem o continente e chegam a 185 km/h.
Embora coberta por gelo, a Antártida é formada por rochas e tem uma margem continental constituída de sedimentos. Essas rochas e sedimentos são detentores de diversos recursos minerais e energéticos, incluindo petróleo e gás natural.
Polos geográficos e polos magnéticos não são a mesma coisa. Os polos geográficos são áreas da superfície terrestre estabelecidas pelo eixo de rotação da Terra. Já os polos magnéticos são zonas do planeta em que o magnetismo é mais intenso, não coincidindo exatamente com a localização dos polos geográficos.
Dessa maneira, os efeitos do fenômeno magnético fazem com que todos os objetos imantados sejam atraídos para uma área próxima ao polo norte geográfico, o que possibilita o funcionamento das bússolas.
Apesar de possuir temperaturas congelantes, que no verão chegam a 0 °C e no inverno atingem 35 °C negativos, o Ártico não pode ser considerado o lugar mais frio do mundo. Isso ocorre porque o gelo presente no Ártico está apoiado diretamente na água do mar, que absorve parte do calor gerado pelo oceano. Na Antártida, existe uma camada de terra entre o mar e o gelo, que impede essa troca de calor.
Durante o inverno, estações meteorológicas dispostas na costa do continente antártico, marcam temperaturas médias entre 10°C e 30°C negativos. Já no interior no continente, devido a sua maior altitude e o distanciamento com o oceano, a média mensal no inverno chega abaixo de 60°C negativos. No verão, a média no continente é de 20°C negativos. Segundo o British Antarctic Survey, a estação de pesquisa russa, Vostok, registrou a temperatura mais baixa já registrada no planeta, de 89,2°C negativos.
Uma pesquisa, realizada por cientistas polares de vários países, mostrou que até 2012 a perda de gelo do continente era estável, a uma taxa de 76 bilhões de toneladas por ano, contribuindo com uma alta do nível do mar média de 0,2 mm por ano. De 2012 a 2017, esse ritmo triplicou, saltando para uma perda de 219 bilhões de toneladas por ano – 0,6 mm por ano de aumento do nível do mar.
Um outro estudo, publicado pela Nature, alerta para os efeitos da “amplificação polar”. De acordo com os pesquisadores, esse aumento de temperatura tem se mostrado mais intenso nos polos, quando comparado a outras regiões do planeta.
A pesquisa foi realizada a partir de 78 registros de núcleos de gelo. As camadas de neve antigas, depositadas sob a superfície de gelo antártico, são de extrema importância, pois guardam registros de mudanças climáticas passadas. Com esses registros, os pesquisadores foram capazes de reconstruir o cenário climático do planeta do último milênio, para sete regiões diferentes do continente antártico.
Foi comparada a composição isotópica das 78 amostras de séries temporais, analisando a concentração e a persistência de dióxido de carbono. A composição isotópica indica a proporção de diferentes isótopos de determinado elemento em uma amostra.
Os modelos de previsão usuais consideram que o planeta deve aquecer entre 0.14°C e 0.18°C por década, valores considerados para a tendência média de aquecimento. Entretanto, a taxa de aquecimento no continente antártico, encontrado pela análise, varia entre 0.22°C e 0.32°C por década, contrariando o modelo climático.
Tomando como base uma tendência média de aquecimento global menor do que de fato é, desconsiderando a amplificação polar, a situação seria ainda mais grave do que as projeções indicam.
De acordo com o cientista climático Kyle Clem, que também estuda os impactos do aquecimento global no polo sul, a amplificação polar na Antártida, excedendo a projeção considerada pelos modelos climáticos usuais, indica um maior aquecimento futuro, que impactaria em maiores perdas de gelo marinho.
Com um maior aquecimento dos oceanos, sua circulação global e os ecossistemas marinhos são prejudicados. Além disso, o aumento do nível do mar deve ser ainda mais crítico, uma vez que o aquecimento dos oceanos já vem causando o derretimento das plataformas de gelo costeiras, que protegem os glaciares.
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