Você se lembra das embalagens retornáveis? Em termos de sustentabilidade, essa era uma ótima ideia. Você levava as garrafas de vidro vazias para os centros de troca, e recebia em retorno garrafas cheias de refrigerante ou cerveja.
Esse sistema era propício para a diminuição dos custos de fabricação de garrafas novas. Sem contar que processos de destinação, como reciclagem, incineração ou aterramento de embalagens descartadas, também eram postergados. Ao reutilizar uma garrafa 10 vezes, você evitava a fabricação de outras nove. Além disso, o consumidor também era beneficiado, já que pagava apenas pelo líquido e não pela garrafa.
Apesar de ser uma tendência que está lentamente voltando, é raro encontrar postos de troca, ou até mesmo mercados que vendam bebidas em garrafas. Mas isso não significa que a reutilização de embalagens não seja possível ou importante.
De acordo com um censo realizado pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), no ano de 2011 foram recicladas 297 toneladas desse tipo de material, o que representa em torno de 50% do total consumido. Dessa quantidade, 39,3% do total é destinada à indústria têxtil; 18,7% para a fabricação de resinas insaturadas e alquídicas; e 18% para a fabricação de novas embalagens, sejam de alimentos ou não.
Mesmo em um crescente constante visto ano a ano, a reciclagem de PET no Brasil está longe do ideal. Somado a isso estão os custos que incorrem sobre o processo de reciclagem, como o uso de energia e água e a emissão de gases do efeito estufa para o transporte de material reciclado.
As vantagens das embalagens retornáveis é objeto de um estudo realizado em 2004 na Unicamp. Nele, são apontadas algumas das vantagens desse tipo de produto, como a quantidade de gás carbônico (CO2) emitido e de energia utilizadas, que podem ser 50% menores em comparação ao PET não retornável.
Muitos desses produtos vão parar nos oceanos, na forma de microplástico, contribuindo com a poluição que, hoje, muitos ambientalistas acreditam ser irreversível (para saber mais sobre a poluição dos oceanos, leia nossa matéria especial sobre o tema).
As análises do ciclo de vida desses tipos de produtos, que incluem a análise de fatores, como o impacto ambiental da produção, transporte, venda e descarte, ainda são poucos. Mesmo assim, em um primeiro momento, a embalagem retornável se apresenta com uma alternativa mais sustentável.
Como mencionado anteriormente, as garrafas retornáveis estão voltando, mas sua disponibilidade ainda é muito menor em comparação a que existia nos anos 80. Uma nova iniciativa, que chegou ao Brasil através de uma multinacional de refrigerantes, traz o conceito de PET reutilizável, produto comum em diversos países do mundo.
O produto, que pode ser reutilizado até 25 vezes, está disponível apenas no estado de Santa Catarina, mas o sucesso da iniciativa abre portas para a implantação do sistema em outras cidades.
Algumas dicas simples podem ajudar você a contribuir com a diminuição desse tipo de resíduo. Sempre que possível, opte por embalagens retornáveis. Evite embalagens pequenas – elas carregam menor conteúdo e têm grande gasto de energia e recursos naturais na produção.
Isso é ainda mais importante no caso da água. Garrafas pequenas causam um problema muito maior em comparação aos grandes galões, já que geram muito mais material descartável. Por que não utilizar água filtrada e garrafas térmicas ou canecas para se hidratar fora de casa, em vez de comprar sempre uma garrafinha?
Apesar de a reciclagem ter um valor social alto para as cooperativas de catadores, a redução desse tipo de resíduo é essencial no combate contra o aquecimento global e a redução de poluição no mundo.
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