Qual é o melhor anticoncepcional?

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O melhor anticoncepcional não existe. Na verdade, são várias opções que podem se adaptar à rotina de cada pessoa, seja homem ou mulher. Mas o único método anticoncepcional que protege contra doenças sexualmente transmissíveis é a camisinha, seja a versão masculina ou feminina. O contraceptivo masculino, também chamado popularmente de camisinha ou preservativo masculino é mais facilmente encontrado de forma gratuita no Brasil. Confira diversos tipos de métodos anticoncepcionais, sua eficácia e seus riscos à saúde:

Preservativo masculino (camisinha masculina)

Imagem de Reproductive Health Supplies Coalition no Unsplash

A camisinha, também chamada de preservativo masculino, é um método anticoncepcional de barreira que é colocado no pênis, impedindo a passagem de espermatozoides para a vagina. Ele também previne doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, que é causada pelo vírus HIV, sendo a opção mais segura para o sexo anal.

Normalmente, a camisinha é feita de látex e pode ser encontrada em versões com sabor para serem utilizadas durante o sexo oral ou em versões com texturas para aumentar a sensibilidade e o prazer. A eficácia da camisinha é de 82%. Se ela estourar, a mulher pode tomar a pílula do dia seguinte para prevenir uma gravidez indesejada. Mas para evitar que a camisinha estoure é preciso colocá-la corretamente, segurando a ponta no momento de colocar no pênis para que não fique nenhuma bolha de ar.

É possível encontrar camisinhas de forma gratuita em postos de saúde e em alguns locais públicos, como metrôs. Mas também há versões vendidas em farmácias.

Preservativo feminino (camisinha feminina)

Imagem de Reproductive Health Supplies Coalition no Unsplash

O preservativo feminino é um anticoncepcional parecido com a camisinha. Ele também é cilíndrico e feito de látex, protege contra algumas doenças sexualmente transmissível e atua pelo mecanismo de barreira para os espermatozoides, mas deve ser inserido na vagina. A mulher deve pressionar a argola para que entre no canal vaginal e depois abri-la para a passagem do pênis. Esse método anticoncepcional tem uma eficácia de 79%, sendo facilmente encontrado em farmácias. Da mesma forma que a camisinha masculina, o preservativo feminino pode estourar. Se isso ocorrer, a mulher pode tomar uma pílula do dia seguinte para evitar uma gravidez indesejada.

Dispositivo Intrauterino (DIU)

Imagem de Reproductive Health Supplies Coalition no Unsplash

Os dispositivos intrauterinos (DIU) são objetos em forma de T que são colocados por um médico ou médica ginecologista no útero. Um único DIU é utilizado durante anos sem que a mulher o retire. Mas existem dois tipos de DIU:

DIU de cobre

O DIU de cobre evita que um óvulo fertilizado se implante no útero. Tem uma eficácia de 99%. Mas pode gerar efeitos colaterais como manchas na pele, aumento da intensidade das cólicas menstruais e da TPM.

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DIU hormonal

Imagem de Reproductive Health Supplies Coalition no Unsplash

O DIU hormonal tem um formato semelhante ao DIU de cobre e também tem uma eficácia de 99%, mas o mecanismo de ação de anticoncepcional se dá pela liberação do hormônio progesterona, que afeta a ovulação e torna o muco cervical mais espesso, bloqueando o movimento dos espermatozoides. O efeito colateral desse método anticoncepcional é parar a menstruação.

Implante hormonal

Imagem de Reproductive Health Supplies Coalition no Unsplash

O implante hormonal é uma haste de plástico com cerca da metade do tamanho de um palito de fósforo colocada sob a pele, que libera o hormônio progesterona, obtendo o mesmo efeito do DIU hormonal: interferir na ovulação parar tornar o muco cervical mais espesso, bloqueando o movimento dos espermatozoides. Ele tem um eficácia de 99%, mas pode interrompe a menstruação e causar efeitos colaterais como acne, sensibilidade mamária e aumento de peso.

Diafragma

Imagem de Reproductive Health Supplies Coalition no Unsplash

O diafragma é um disco macio e flexível que atua como anticoncepcional pelo mecanismo de barreira para os espermatozoides. Antes de ser introduzido, ele ainda é coberto com espermicida. Ele possui uma eficácia de 88% e é uma opção segura para quem sofre dos efeitos colaterais de pílulas ou outros métodos. Ele pode ser usados para várias relações sexuais em 24 horas, se você inserir mais espermicida a cada seis horas. Após a penetração, ele deve ser deixado pelo menos durantes seis horas na vagina.

As desvantagens desse método anticoncepcional é que ele tem risco de causar a síndrome do choque tóxico, uma infecção do trato urinário que pode levar à morte, e pode causar reação alérgica.

Anel vaginal

Imagem de Reproductive Health Supplies Coalition no Unsplash

O anel vaginal é um objeto flexível com cerca de 5 centímetros de largura que é colocado na vagina. A mulher insere-o e deixa por três semanas. Depois é preciso removê-lo e não inseri-lo novamente por uma semana. Esse método anticoncepcional libera progesterona e estrogênio para engrossas o muco cervical e impedir o movimento dos espermatozoides. Sua eficácia é de 92%, mas pode causar sensibilidade nas mamas e dor de cabeça.

Pílula combinada

A pílula combinada é uma mistura de estrogênio e progesterona que evita a liberação de óvulos e a entrada dos espermatozoides no útero, engrossando o muco cervical. Sua eficácia é de ácia: 91%. Se você se esquecer de tomar na hora certa todos os dias, terá que usar outro método anticoncepcional, como a camisinha. Antibióticos podem cortar o efeito da pílula, por isso é preciso ficar atenta e usar camisinha quando estiver ingerindo esse tipo de remédio.

Pílula hormonal

A pílula hormonal usa progesterona para engrossar o muco cervical e, em menor grau, afeta a maneira como os ovários liberam óvulos. Sua eficácia é de 91%. Se você se esquecer de tomar a pílula na hora certa todos os dias, terá que usar outro método anticoncepcional, como a camisinha. A pílula hormonal também pode aumentar alguns efeitos da menstruação, como sensibilidade mamária. O efeito dessa pílula também pode ser barrado por antibióticos. Se você está tomando esse tipo de remédio use camisinha.

Pesquisas sugerem que ambas as formas da pílula reduzem ligeiramente o risco de câncer de endométrio e ovário, mas pode aumentar ligeiramente o risco de câncer de mama, cervical e hepático.

Adesivo anticoncepcional

Imagem de Reproductive Health Supplies Coalition no Unsplash

O adesivo anticoncepcional é colocado na pele para liberar estrogênio e progesterona, diminuindo a liberação de óvulos e engrossando o muco cervical para impedir a movimentação dos espermatozoides. É necessário utilizar um novo adesivo toda semana durante três semanas e não usar nenhum durante uma semana para que haja menstruação. Sua eficácia é de 92%, mas pode causar efeitos colaterais como náusea, dor de cabeça e sensibilidade nas mamas. Esses efeitos são mais significativos em fumantes, pois o cigarro potencializa o efeito dos hormônios.

Injeção de progesterona

Esse método anticoncepcional deve ser administrado a cada 90 dias e com orientação médica. Seu mecanismo de ação é semelhante ao de outros métodos que usam hormônios: afetar a ovulação e o revestimento uterino, e engrossar o muco cervical. Sua eficácia de 98%, mas a maioria das usuárias, principalmente fumantes, nota algum efeito na menstruação, náuseas, dor de cabeça e depressão. O efeito anticoncepcional pode durar até um ano depois que você parar de tomar a injeção. Estudos relacionam a injeção à perda de densidade óssea, que pode causar osteoporose. Mas é possível que esse efeito seja temporário.

Vasectomia

Esse método anticoncepcional é um tipo de cirurgia feita no homem na qual os tubos que transportam os espermatozoides são cortados e selados para que nenhum esperma seja liberado durante a ejaculação. Sua eficácia é de 99%, sendo um dos métodos mais eficazes de controle de natalidade. Mas só é comprovadamente eficaz após três meses, quando o médico ou médica verifica que nenhum sêmen está passando pela ejaculação. Embora uma vasectomia possa ser revertida, você deve considerá-la uma solução anticoncepcional permanente.

Pílula do dia seguinte (emergências)

Se a camisinha estourou, ou você esqueceu de usar seu método anticoncepcional, você pode considerar tomar anticoncepcionais de emergência. É importante observar que essas combinações hormonais não são um método anticoncepcional seguro para uso regular, mas podem prevenir a gravidez em caso de emergência. Existem dois tipos: levonorgestrel (marcas: Plan B e Next Choice) e acetato de ulipristal (marca: Ella). São pílulas compostas por hormônios que evitam que um óvulo se implante no revestimento uterino. Mas devem ser tomadas imediatamente após o coito ou algumas horas depois. Quanto mais perto do momento do coito, maior a chance de agir.

Atenção com as pílulas anticoncepcionais

Um estudo realizado com 23.611 mulheres casadas que usaram anticoncepcionais orais e 22.766 mulheres casadas que nunca usaram, mostrou que aquelas que continuaram tomando a pílula ficaram mais doentes e morreram mais cedo do que as que pararam de tomar ou que nunca tomaram pílulas anticoncepcionais.

As categorias de doenças específicas que mostraram o maior risco relativo entre as usuárias de anticoncepcionais orais em comparação com o grupo de controle foram: doenças vasculares (doença cardíaca coronária, doença cerebrovascular, trombose venosa e doença vascular periférica) e também sintomas como dor de cabeça e perda de libido.

As categorias com maior aumento no risco absoluto foram: cefaleia e enxaqueca, corrimento vaginal, infecção do trato urinário, depressão, perda da libido, infecção viral e condições eczematosas da pele.

O aumento da mortalidade nas mulheres que usavam pílulas foi explicado principalmente por um aumento da taxa de mortalidade por doenças vasculares (doença cardíaca coronária e hemorragia cerebral) e suicídio.

Problema ambiental

Um estudo realizado pelo Levantamento Geológico dos Estados Unidos (USGS), em 1999 e 2000, encontrou quantidades notáveis de medicamentos em 80% das amostras de água de cerca de 139 fontes de 30 estados americanos. Os medicamentos identificados incluem antibióticos, antidepressivos, hormônios, medicação para o coração e analgésicos, além de grandes quantidades de cafeina. Essas substâncias são jogadas na água e podem contribuir para a contaminação dos peixes.

Com a poluição de estrogênio causada pelo uso de anticoncepcionais hormonais, a população de peixes pode colapsar. Peixes machos expostos a hormônios ficam femenizados. Estudos realizados pela USGS comprovaram os impactos da poluição por hormônio, alguns exemplos de peixes contaminados foram encontrados em vários corpos d’água, como no rio Potomac, em Washington (EUA). Entre 50% a 75% da população masculina de robalos que vivia nesse rio apresentou sinais de contaminação pelo hormônio e sinais de feminização.

A utilização de hormônios na criação de bovinos é a mais preocupante desse tipo de poluição, sendo que a quantidade de estrogênio encontrado nesses animais chega a ser até mil vezes maior que o encontrado em seres humanos. Esses hormônios também são liberados nas fezes e urinas dos animais.

Além dos danos à população de animais marinhos, a água contaminada por hormônios pode trazer problemas para os humanos. A exposição a níveis elevados de estrogênio aumenta as chances de desenvolvimento de câncer de mama e de ovário para as mulheres e pode levar à diminuição dos genitais e redução do nível de esperma pra os homens.

Descarte medicamentos corretamente

Descontos em embalagens maiores de medicações são atrativos, porém, com o descarte incorreto do medicamento não utilizado, o destino final dessas substâncias são os cursos d´água. Veja se existe um programa de devolução de medicamentos na sua cidade. Descarte seus medicamentos de forma correta. Não dê descarga em medicamentos não utilizados. Procure o local correto para descarte mais próximo da sua região na nossa seção de postos de reciclagem.

Stella Legnaioli

Jornalista, gestora ambiental, ecofeminista, vegana e livre de glúten. Aceito convites para morar em uma ecovila :)

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