A polêmica campanha “Vamos Tirar o Mundo do Sufoco”, que bane as sacolinhas plásticas dos supermercados de São Paulo, está sendo impulsionada pela Associação Paulista dos Supermercados (APAS) e tem o objetivo, segundo a entidade, de defender o meio ambiente da destinação incorreta (em lixões e aterros sanitários) de mais de sete bilhões de sacolas plásticas por ano no estado. A medida mais impactante da campanha se deu no dia 25 de janeiro, há quase três semanas, quando as sacolinhas plásticas foram banidas dos supermercados paulistas.
De lá para cá, algumas mudanças ocorreram, como a suspensão das vendas das sacolas compostáveis e a introdução do prazo de 60 dias para que os consumidores se adaptem à nova medida.
O diretor de sustentabilidade da APAS, João Sanzovo, respondeu à eCycle sobre as principais dúvidas que consumidores têm com as mudanças na hora de carregar suas compras, além de reafirmar o objetivo da campanha. Confira entrevista abaixo:
João Sanzovo: Sim, o supermercado deve seguir o TAC seja ou não associado à APAS.
João Sanzovo: Na medida em que o Procon divulgou a nota afirmando que o supermercado teria de fornecer ao consumidor uma sacola gratuita, o Ministério Público propôs o TAC, estabelecendo novos prazos para o período de transição. É importante destacar que, de acordo com o TAC, depois de 60 dias (ou do dia 3 de abril), nenhum tipo de sacola descartável poderá ser distribuída ou vendida, somente sacolas reutilizáveis.
João Sanzovo: Não, de acordo com o TAC, os supermercados não poderão mais vender esta sacola compostável.
João Sanzovo: Todos os associados estão participando da campanha. Entretanto, convém lembrar que o TAC abrange todos os supermercados, sejam ou não associados à APAS.
João Sanzovo: O resultado da pesquisa realizada pelo Datafolha é extremamente positivo. Ter 57% de aprovação nos dias seguintes ao início do projeto é uma vitória . A campanha “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco” já acontece há 18 meses, desde que foi lançado o projeto-piloto em Jundiaí, em 30 de agosto de 2010.
João Sanzovo: A posição da APAS desde o inicio da campanha é conscientizar sobre o fim da cultura do descarte de sete bilhões de sacolas só no estado de São Paulo. Esta sacolas, feitas de PEBD, derivado de petróleo, demoram centenas de anos para se degradar no meio ambiente. Quanto aos recursos utilizados na produção, é importante destacar mesmo consumindo mais energia, o ganho é infinitamente superior, pois as sacolas reutilizáveis duram pelo menos um ano, ao passo que as descartáveis são usadas apenas uma vez e jogadas no lixo.
João Sanzovo: Sobre a limpeza das ecobags, o procedimento a ser adotado é o mesmo que fazemos com as roupas que vestimos: precisa de uma higiene regular, mas nada diferente do que já fazemos com as roupas.
João Sanzovo: A sacola reutilizável pode ser feita de qualquer material. Para viabilizar uma sacola com estas especificações a este custo, os supermercados estão optando pelo plástico. Porém, um material muito mais resistente e que vai poder ser usado muitas vezes. Importante ressaltar ainda que, apesar das críticas contrárias, a campanha da APAS não é e nunca foi contra o plástico e sim contra a cultura do descarte, o que é bem mais amplo.
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