Apenas 19% das empresas listadas em bolsas de valores do G7 têm metas climáticas alinhadas ao Acordo de Paris

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  • Uma nova pesquisa apoiada pela ONU revelou que nenhum dos principais índices de ações das nações industrializadas do G7 está alinhado com as metas de emissões globais estabelecidas no Acordo de Paris.
  • Os índices nas principais bolsas de valores de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido indicam um aumento de 2,95ºC da temperatura global, em média. Em quatro dos sete índices, o aumento é de 3°C ou mais.
  • Responsáveis por 40% da economia global e por aproximadamente 25% das emissões totais de gases de efeito estufa, as economias do G7 têm responsabilidade de conter o aquecimento global bem abaixo de 2ºC acima dos níveis pré-industriais, conforme acordado por 190 nações em 2015, em Paris.

Uma nova pesquisa em coautoria do Pacto Global da ONU revelou que nenhum dos principais índices de ações das nações industrializadas do G7 está alinhado com as metas de emissões globais estabelecidas no Acordo de Paris, impedindo os esforços para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.

Lançado na véspera da Cúpula do G7 no Reino Unido, que aconteceu no final de semana, o relatório ‘Medindo a temperatura’ (Taking the Temperature) mostra que os índices nas principais bolsas de valores de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido levam a um aumento de 2,95ºC da temperatura global em média. Em quatro dos sete índices estão a caminho de um aumento de temperatura de 3°C ou mais – muito acima do referencial de Paris.

Em dezembro de 2015, mais de 190 signatários em Paris concordaram em limitar o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2ºC acima dos níveis pré-industriais, na esperança de mantê-lo o mais próximo possível de 1,5ºC.

Os índices de ações consistem nas empresas mais significativas listadas na maior bolsa de um país e são referências vitais para entender as tendências e a direção do mercado.

O relatório é resultado de uma parceria internacional e sem fins lucrativos entre o Pacto Global em parceria com o Comitê de Política de Desenvolvimento (CDP), em nome da iniciativa Science Based Targets (SBTi) – um órgão de apoio às empresas para definir metas ambiciosas de redução de emissões.  

Responsabilidade – As economias do G7 cobrem quase 40% da economia global e aproximadamente 25% das emissões totais de gases de efeito estufa. Por isso, de acordo com o SBTi, as empresas dos países do grupo têm como responsabilidade reduzir suas emissões.

“As empresas do G7 têm o potencial de causar um ‘efeito dominó’ de mudanças positivas em toda a economia global”, disse a chefe do programa Pacto Global e do SBTi Board Chair, Lila Karbassi.  

Invista no planeta – Atualmente, 70% do índice SPTSX 60 do Canadá – um índice do mercado de ações que inclui 60 grandes empresas listadas na Bolsa de Toronto – está em uma classificação de temperatura de 3,1ºC acima. Já o índice de referência do mercado de ações da Bolsa Italiana, o FTSE MIB tem quase metade de seus ativos em 2,7ºC.

Embora o investimento passivo represente atualmente cerca de 40% dos fundos dos Estados Unidos e 20% dos fundos europeus, os investidores estão sendo alertados de que apenas 19% das empresas listadas nos índices do G7 têm metas climáticas aliadas ao Acordo de Paris.

Recentemente os ministros do G7 responsáveis ​​pelo clima e meio ambiente instaram as empresas e investidores a alinharem seus portfólios com as metas de Paris e a definirem metas de neutralidade de carbono, com base científica, até 2050.  

“Este relatório destaca a necessidade urgente de os mercados e investidores cumprirem as metas do Acordo de Paris. Os governos devem ir além para incentivar o estabelecimento de metas ambiciosas com base científica”, disse Karbassi. 

Espaço para otimismo – Apesar dessas descobertas, no entanto, o ímpeto para a ação nos países do G7 está crescendo, com a análise citando 2020 como um marco histórico geral para os compromissos climáticos.

Cerca de 64% de todas as metas corporativas de redução de emissões de gases de efeito estufa divulgadas ao Comitê de Política de Desenvolvimento (CDP) no ano passado foram definidas por empresas sediadas em países do G7 e a taxa anual de metas baseadas em dados científicos dobrou em 2020 em relação ao período de 2015 a 2019. 

Ação urgente – O relatório também identificou quatro prioridades urgentes para a ação climática.

A primeira recomenda que empresas e governos colaborem para aproveitar um ciclo de retorno positivo, por meio do qual as ações privadas e as políticas governamentais se reforçam mutuamente.

Em segundo lugar, as empresas devem trabalhar com os fornecedores para descarbonizar as cadeias de abastecimento. 

Terceiro, elas devem exigir que os investidores incorporem metas com base científica em títulos vinculados à sustentabilidade e padrões financeiros climáticos.

Por fim, o relatório aconselhou às instituições financeiras a definirem metas com bases científicas em nível de portfólio com ativos subjacentes para criar um efeito dominó em todos os setores da economia.

Equipe eCycle

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