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Danos cerebrais e envelhecimento: como o consumo moderado de álcool afeta a estrutura do cérebro

O consumo diário de álcool, mesmo em quantidades consideradas moderadas, pode causar danos cerebrais significativos, acelerando o envelhecimento do cérebro. Um estudo de 2022, realizado com mais de 36.000 ressonâncias magnéticas, mostrou que ingerir duas cervejas ou duas taças de vinho por dia reduz o volume cerebral de forma comparável a 10 anos de envelhecimento. A pesquisa, liderada pela Universidade da Pensilvânia, trouxe à tona evidências alarmantes sobre os efeitos cumulativos do álcool na estrutura cerebral, especialmente em áreas como o lobo frontal, o hipocampo e o cerebelo.

A relação entre o álcool e a saúde cerebral tem sido alvo de inúmeros estudos, muitos deles com resultados aparentemente contraditórios. Enquanto alguns apontam benefícios, como a redução da inflamação e a presença de antioxidantes no vinho tinto, outros destacam os riscos, incluindo danos ao DNA, atrofia cerebral e maior propensão à demência precoce. O estudo de 2022, no entanto, trouxe uma abordagem mais ampla e detalhada, analisando um grande volume de dados do UK Biobank, um dos maiores bancos de informações médicas do mundo.

Os pesquisadores examinaram ressonâncias magnéticas de 36.678 indivíduos de meia-idade, correlacionando os resultados com seus hábitos de consumo de álcool. A análise considerou variáveis como idade, sexo, tabagismo e status socioeconômico, mas ainda assim apresentou limitações, como a predominância de participantes de ascendência europeia e a falta de dados sobre episódios de consumo excessivo no passado. Apesar disso, os resultados foram claros: o consumo de uma a duas unidades de álcool por dia — equivalente a uma cerveja ou uma taça de vinho — já é suficiente para causar redução no volume cerebral e alterações na microestrutura da substância branca.

Os efeitos são cumulativos e exponenciais. Enquanto uma unidade diária de álcool equivale a seis meses de envelhecimento cerebral, duas unidades correspondem a dois anos, e quatro unidades podem acelerar o envelhecimento em até uma década. Para muitos, essa quantidade pode parecer insignificante, mas os danos são reais e mensuráveis. Além disso, pesquisas mais recentes sugerem que o álcool pode acelerar o envelhecimento biológico e aumentar o risco de declínio cognitivo, mesmo em doses moderadas.

Apesar das descobertas, ainda há questões em aberto. Os pesquisadores destacam a necessidade de investigar se o padrão de consumo — como beber ocasionalmente em grandes quantidades — é mais prejudicial do que o consumo diário moderado. Além disso, embora o estudo mostre uma correlação entre álcool e redução cerebral, a causalidade ainda precisa ser mais explorada. Novos conjuntos de dados biomédicos, que acompanham indivíduos ao longo do tempo, podem ajudar a esclarecer essas questões.

Enquanto isso, a pergunta que permanece é: quanto álcool é seguro? Um estudo de 2024 reforçou a ideia de que não há um nível de consumo totalmente seguro, especialmente quando se considera o risco de demência. A ciência continua a evoluir, mas as evidências atuais sugerem que reduzir o consumo de álcool pode ser uma das melhores decisões para preservar a saúde cerebral a longo prazo.

O estudo original foi publicado na revista Nature Communications, e suas descobertas continuam a influenciar a compreensão sobre os efeitos do álcool no cérebro. A mensagem é clara: o que parece ser um hábito inofensivo pode ter consequências profundas e duradouras para a saúde mental e cognitiva.


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